Evidências sorológicas de infecção por hantavírus durante vigilância de arboviroses em Mato Grosso, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vieira, Carla Julia da Silva Pessoa
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Monografias da UFMT
Texto Completo: http://bdm.ufmt.br/handle/1/2280
Resumo: Hantavírus são patógenos pertencentes ao gênero Hantavirus (família Bunyaviridae) e transmitidos ao ser humano por meio de aerossóis das excretas de roedores silvestres contaminados. O Brasil notificou, nos últimos vinte anos, 1.711 casos de síndrome cardiopulmonar por hantavírus (Hantavirus cardiopulmonary syndrome, HCPS), com taxa de letalidade de aproximadamente 46,5%. Dentre estes casos, 17,5% foram registrados no Estado de Mato Grosso. O município de Sinop, MT, está localizado na região norte do estado, caracterizado pela vegetação de transição cerrado-Floresta Amazônica. Desde sua fundação, em 1974, a paisagem tem sofrido intenso desflorestamento devido ao crescimento populacional, ao comércio de madeira e ao desenvolvimento da agroindústria. Sabe-se que tais mudanças favorecem a emergência das hantaviroses na população humana. O presente projeto objetiva estudar a prevalência de anticorpos contra hantavírus em amostras de soro de pacientes com doença febril aguda, moradores de Sinop, MT, bem como analisar os fatores de risco associados aos casos positivos. De janeiro de 2011 a fevereiro de 2012, durante estudo de vigilância de arboviroses no Pronto Atendimento Municipal de Sinop, foi realizado coleta de plasma de 198 pacientes com doença febril aguda. O prontuário médico de cada paciente foi analisado para obtenção de dados epidemiológicos como sexo, idade, profissão e moradia. As amostras sorológicas destes pacientes também foram avaliadas para a presença de anticorpos anti-hantavírus por ELISA, utilizando a proteína N recombinante do Hantavírus Araraquara como antígeno. 27 (13,6%) amostras clínicas foram positivas para IgG, com títulos entre 1:400 e 1:3.200, mas nenhuma amostra foi positiva para IgM. Inquéritos sorológicos para hantavírus, utilizando a mesma metodologia, já foram realizados em todas as regiões do Brasil, apontando de 0,6 a 13% de 11 indivíduos soropositivos em populações diversas. A maioria dos pacientes soropositivos eram mulheres (77,8%), moradoras da área urbana (96,3%), com ocupações relacionadas ao ambiente domestico (dona de casa, estudante ou aposentada) (68,4%). Desde a primeira notificação de HCPS no Brasil (que ocorreu em 1993), 26 casos foram notificados em Sinop, embora tenham sido considerados importados. Nossos achados demonstram evidência de infecção por hantavírus em humanos no município de Sinop, onde estes vírus podem estar causando infecções menores ou subclínicas. O desflorestamento devido ao crescimento populacional e atividade agrícola extensiva podem estar associados à esta alta soroprevalência, demonstrando a necessidade de implementação de políticas públicas com o intuito de ampliar a prevenção e controle desta doença.
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