Estrutura da assembleia de peixes em igarapés de pequena ordem de fragmentos florestais em uma matriz de savana, Amazônia oriental

• Autor(a) principal: FROIS, Raul de Paula da Silva
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
• Texto Completo: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/446
• topic: Recursos Florestais e Engenharia Florestal; Peixes neotropicais; Igarapés de cabeceira; Resistência; Biologia; BIODIVERSIDADE; ECOLOGIA

As savanas na Amazônia se restringem a apenas cerca de 3% da bacia, e o conhecimento sobre a diversidade de peixes dessas áreas ainda é incipiente, sendo este o grupo de organismos menos estudado. As alterações ambientais geram mudanças no habitat aquático, de modo que se espera mudança na comunidade de peixes ao longo do tempo, entretanto, quando não afetam profundamente a qualidade da água, espera-se uma certa resistência das comunidades. Para determinar a composição da ictiofauna foram realizadas três amostragens em 13 igarapés de primeira e segunda ordem inseridos em fragmentos florestais circundados por uma matriz de savana na margem esquerda do baixo rio Tapajós. A primeira coleta foi realizada em outubro de 2006. A segunda ocorreu entre março a maio, e a última em outubro de 2018. Para investigar os efeitos na mudança das características ambientais sobre a composição taxonômica dos peixes foi utilizado um conjunto de dez igarapés das amostragens de outubro de 2006 e 2018. Para as amostragens das variáveis ambientais e dos peixes foi utilizado um protocolo de esforço padronizado. Foi coletado um total de 6.094 indivíduos distribuídos em 43 espécies, pertencentes a 21 famílias e oito ordens, sendo Characiformes e Cichliformes as ordens mais representativas. A composição da comunidade destes igarapés é diferente de áreas próximas, correspondendo um conjunto importante para a diversidade regional. Foi analisada a intensidade e a direção da mudança temporal dos conjuntos de dados entre os anos de 2006 e 2018. Foram detectadas mudanças em algumas características estruturais e limnológicas dos igarapés entre os anos, apresentando diminuição da integridade ambiental. Não houve mudança na composição taxonômica da comunidade. Apesar dos peixes apresentarem uma capacidade de resistência ao atual nível de degradação ambiental sobre esses igarapés, existem variações na abundância total de algumas espécies relacionadas a perdas de micro-habitats específicos. É provável que mudanças no uso dos igarapés que intensifiquem a perda da qualidade da água possam acarretar perdas de diversidade. Sendo assim, são necessárias investigações que consigam quantificar esse tipo de efeito e monitorar suas mudanças