Estudo de elementos-traço em águas de abastecimento urbano e a contaminação humana : um caso de Ouro Preto, MG.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Margarete Aparecida
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFOP
dARK ID: ark:/61566/00130000056gz
Texto Completo: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3065
Resumo: A cidade de Ouro Preto possui um confuso sistema de distribuição de água com captações da administração municipal em 12 fontes, além de fontes alternativas clandestinas tais como antigas minas de ouro, chafarizes e bicas. Somente nos últimos anos, a qualidade destas águas tem sido estudada com base nas concentrações de metais e metalóides. Elevadas concentrações de arsênio já foram detectadas em algumas captações municipais, sendo que uma destas abastece a população de um bairro - o bairro Padre Faria. Por outro lado, não se tem qualquer idéia sobre a presença efetiva de contaminações por elementos traço diretamente em águas de residências, e tampouco uma constatação da sua absorção pelos moradores. Neste trabalho foram analisadas amostras de água coletadas em residências e fontes alternativas ao longo do bairro, e também amostras da primeira urina do dia de moradores. Nestas foram determinadas as concentrações de As, Al, Cd, Cu, Zn, Pb e Mn, utilizando-se como técnicas a espectrometria de emissão atômica com acoplamento de plasma (ICP-OES), e a Voltametria de varredura linear. Para alguns destes elementos nas águas, os limites máximos estabelecidos pela Portaria 518 do Ministério da Saúde para águas potáveis foram ultrapassados. Com efeito, para o As as concentrações estiveram entre 3,0 µg/L e 189 µg/L, para o Pb entre 3,0 µg/L e 32,73 µg/L e para o Al entre 1,3 e 364,8 µg/L. Nas urinas, em cerca de 27% das amostras o teor de Pb ultrapassou o índice biológico máximo estabelecido pela Norma Regulamentadora 7 do Ministério do Trabalho e Emprego, chegando em até 47,57 µg/gcreatinina. Em 30% das amostras o teor de As também ultrapassou este limite regulamentar, atingindo valores de até 553.53 µg/gcreatinina. O alumínio foi detectado na maioria das amostras de urina atingindo valores da ordem de 490,4 µg/gcreatinina. Como conseqüência do uso de uma rede de distribuição de água não planejada e pouco controlada, em regiões de linha de base geoquímica que oferece caráter potencialmente tóxico às águas naturais, tem-se uma exposição efetiva da população, e uma contaminação constatadas através da presença de metais e metalóides potencialmente tóxicos nas amostras de urina analisadas
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Neste trabalho foram analisadas amostras de água coletadas em residências e fontes alternativas ao longo do bairro, e também amostras da primeira urina do dia de moradores. Nestas foram determinadas as concentrações de As, Al, Cd, Cu, Zn, Pb e Mn, utilizando-se como técnicas a espectrometria de emissão atômica com acoplamento de plasma (ICP-OES), e a Voltametria de varredura linear. Para alguns destes elementos nas águas, os limites máximos estabelecidos pela Portaria 518 do Ministério da Saúde para águas potáveis foram ultrapassados. Com efeito, para o As as concentrações estiveram entre 3,0 µg/L e 189 µg/L, para o Pb entre 3,0 µg/L e 32,73 µg/L e para o Al entre 1,3 e 364,8 µg/L. Nas urinas, em cerca de 27% das amostras o teor de Pb ultrapassou o índice biológico máximo estabelecido pela Norma Regulamentadora 7 do Ministério do Trabalho e Emprego, chegando em até 47,57 µg/gcreatinina. Em 30% das amostras o teor de As também ultrapassou este limite regulamentar, atingindo valores de até 553.53 µg/gcreatinina. O alumínio foi detectado na maioria das amostras de urina atingindo valores da ordem de 490,4 µg/gcreatinina. Como conseqüência do uso de uma rede de distribuição de água não planejada e pouco controlada, em regiões de linha de base geoquímica que oferece caráter potencialmente tóxico às águas naturais, tem-se uma exposição efetiva da população, e uma contaminação constatadas através da presença de metais e metalóides potencialmente tóxicos nas amostras de urina analisadasThe county of Ouro Preto has a chaotic public water supply system. The water is collected in 12 spring around the city, managed by the county municipal administration, in addition to the alternative springs represented by fountains and ancient abandoned gold mines. Only the past years, the content of metals and metalloids became a concern. High concentration of As has already been reported in the public water supply system. A more serious situation is found in the Padre Faria region. On the other hand, there is not scientific study about the real situation by trace element contamination of water in the houses, even their absorption by the population, which uses this water. In this work water collected in residences and alternatives springs was analyzed and also urine of the residents. The contents of As, Al , Cd, Cu, Zn, Ob, Mn was determined, by Atomic Emission Spectroscopy with Inductively Coupled Plasma (ICP-OES) and Linear Scan Voltametry. For the some of these elements the highest level allowed by Brazilian legislation was surpassed, e.g, As (3,0 µg/L and 189,0 µg/L), Pb (3,0 µg/L and 32,7 µg/L) and Al (1,3 and 364,8 µg/L). About 27% of urine samples showed Pb content, which is higher than the maximum biological index established by Brazilian legislation, reaching 47,6 µg/gcreatinine. The same situation was observed for As – 30% of the samples showed higher content of this element which reached 553 µg/gcretinine. Aluminum was detected in the majority of samples reaching 490 µg/gcreatinine. As a consequence the population is effectively exposed due to the bad planned water distribution net, which is in a region whose geochemical background releases potentially toxic elements to the water, evidenced by the presence of metals and metalloids in the urine samples.Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.Paiva, José Fernando dePereira, Margarete Aparecida2013-07-17T17:54:28Z2013-07-17T17:54:28Z2006info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfPEREIRA, M. A. Estudo de elementos-traço em águas de abastecimento urbano e a contaminação humana : um caso de Ouro Preto, MG. 2006. 95 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2006.http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3065ark:/61566/00130000056gzporreponame:Repositório Institucional da UFOPinstname:Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)instacron:UFOPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-11-10T16:28:09Zoai:repositorio.ufop.br:123456789/3065Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufop.br/oai/requestrepositorio@ufop.edu.bropendoar:32332024-11-10T16:28:09Repositório Institucional da UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)false
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