A fragmentação da flora nativa como instrumento de análise da sustentabilidade ecológica de áreas protegidas – Espinhaço Sul (MG).

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rezende, Renato Andrade
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFOP
Texto Completo: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2279
Resumo: A crescente fragmentação das paisagens tem contribuído para a perda da diversidade biológica nas diversas regiões brasileiras e pode-se associá-la à maneira desordenada com que o homem vem ocupando as terras. A manutenção e sobrevivência de grande parte das comunidades biológicas dependem da estruturação espacial da paisagem e da conservação dos remanescentes de vegetação nativa que geralmente estão restritos às áreas protegidas criadas pelos órgãos de governo. Este tem sido o principal mecanismo utilizado pelo Estado para a conservação da biodiversidade, onde a representatividade dos ecossistemas e o potencial de conectividade estrutural da paisagem com vistas à manutenção de fluxo biológico assumem importância fundamental. A área de estudo, localizada no extremo sul da Serra do Espinhaço e região central de Minas Gerais, é considerada como de relevante importância biológica sendo constituída por um mosaico de unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável. Com o intuito de se conhecer a dinâmica da fragmentação da flora nativa, formada pela floresta estacional semidecidual, campo rupestre e campo, e suas possíveis implicações sobre o isolamento das áreas protegidas e manutenção de fluxos biológicos foram realizadas análises temporais da cobertura do solo por meio de índices espaciais da paisagem (Fragstats), nos anos de 1985 e 2008. Também foram feitas avaliações sobre o estado de percolação da paisagem com base nos limiares de percolação (Stauffer) e de fragmentação (Andrén). Os resultados demonstraram que mesmo com a vocação mineral, historicamente responsável pela ocupação territorial e desenvolvimento econômico da região, houve manutenção do habitat natural na área de estudo, inclusive no interior das áreas protegidas, indicando que as atividades antrópicas desenvolvidas nos últimos 23 anos, de modo geral, não alteraram a vegetação nativa em termos quantitativos. Os índices de quantificação estrutural da paisagem permitiram constatar que houve diminuição da fragmentação do habitat natural e intensificação na conectividade entre as manchas florestais remanescentes que se tornaram mais alongadas e próximas umas das outras, ocupando grandes extensões territoriais e com significativas porções de áreas nucleares. A análise conjunta das métricas da paisagem e dos limiares de percolação e fragmentação indica que as áreas protegidas se mantiveram estruturalmente conectadas, proporcionando condições para a sustentação de fluxos biológicos e proteção da biodiversidade. Apesar da condição privilegiada em termos de habitat natural o grau de fragmentação da paisagem (46%) desperta a atenção para necessários cuidados com relação ao uso do solo no entorno das áreas protegidas. A dinâmica da fragmentação da flora nativa no Espinhaço Sul indica uma situação adequada para a implantação de corredores ecológicos visando resguardar a condição de conectividade estrutural verificada entre as áreas protegidas.
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A área de estudo, localizada no extremo sul da Serra do Espinhaço e região central de Minas Gerais, é considerada como de relevante importância biológica sendo constituída por um mosaico de unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável. Com o intuito de se conhecer a dinâmica da fragmentação da flora nativa, formada pela floresta estacional semidecidual, campo rupestre e campo, e suas possíveis implicações sobre o isolamento das áreas protegidas e manutenção de fluxos biológicos foram realizadas análises temporais da cobertura do solo por meio de índices espaciais da paisagem (Fragstats), nos anos de 1985 e 2008. Também foram feitas avaliações sobre o estado de percolação da paisagem com base nos limiares de percolação (Stauffer) e de fragmentação (Andrén). Os resultados demonstraram que mesmo com a vocação mineral, historicamente responsável pela ocupação territorial e desenvolvimento econômico da região, houve manutenção do habitat natural na área de estudo, inclusive no interior das áreas protegidas, indicando que as atividades antrópicas desenvolvidas nos últimos 23 anos, de modo geral, não alteraram a vegetação nativa em termos quantitativos. Os índices de quantificação estrutural da paisagem permitiram constatar que houve diminuição da fragmentação do habitat natural e intensificação na conectividade entre as manchas florestais remanescentes que se tornaram mais alongadas e próximas umas das outras, ocupando grandes extensões territoriais e com significativas porções de áreas nucleares. A análise conjunta das métricas da paisagem e dos limiares de percolação e fragmentação indica que as áreas protegidas se mantiveram estruturalmente conectadas, proporcionando condições para a sustentação de fluxos biológicos e proteção da biodiversidade. Apesar da condição privilegiada em termos de habitat natural o grau de fragmentação da paisagem (46%) desperta a atenção para necessários cuidados com relação ao uso do solo no entorno das áreas protegidas. A dinâmica da fragmentação da flora nativa no Espinhaço Sul indica uma situação adequada para a implantação de corredores ecológicos visando resguardar a condição de conectividade estrutural verificada entre as áreas protegidas.Increasing landscape fragmentation has contributed to biodiversity loss in various Brazilian regions and might be associated with unplanned human land occupation. Conservation and survival of most biological communities are dependent upon the spatial restructuring of landscape often limited to government protected areas. This constitutes the main mechanism used by governments in preserving biodiversity, in which both ecosystems representativeness and the potential for landscape structural connectivity associated with the maintaining of biological fluxes are of fundamental importance. The area studied, located in the southernmost part of the Espinhaço Mountains in the central region of Minas Gerais state and regarded as of high biological importance, is comprised of a mosaic of conservation units of integral protection and sustainable use. In order to investigate the fragmentation dynamics of the native flora, which is constituted by seasonal semideciduous forest, rupestrian field and field, and their possible implications on the isolation of protected areas and maintenance of biological fluxes, a temporal analysis of land cover through landscape spatial indices (Fragstats) was carried out in the years of 1985 and 2008. Assessments on landscape percolation state based on percolation thresholds (Stauffer) and fragmentation (Andrén) were also made. Results show that even with the presence of mining activity, historically responsible for land occupation and economic development in the region, the natural habitat is still preserved in the area investigated and even inside the protected areas, which indicate that anthropic activities developed in the last 23 years have generally not altered native flora in quantitative terms. Results show that structural landscape fragmentation indices point to a decrease in natural habitat fragmentation as well as some connectivity strengthening among remaining forest patches which have become more elongated and closer from one another, thus occupying greater land extension with considerable portions of core areas. Correlation analysis of landscape metrics, percolation thresholds and fragmentation reveals that protected areas remain interconnected, thus allowing biological fluxes and biodiversity protection. The degree of landscape fragmentation (46%) calls for greater attention to the use of soil in the surroundings of the protected areas, notwithstanding the privileged condition regarding natural habitat. The fragmentation dynamics of the native flora in the southernmost part of the Espinhaço Mountains evidence a suitable condition for the implementation of ecological corridors to safeguard the present situation of structural connectivity detected among the protected areas.Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.Prado Filho, José Francisco doRezende, Renato Andrade2013-02-20T17:23:40Z2013-02-20T17:23:40Z2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfREZENDE, R. A. A fragmentação da flora nativa como instrumento de análise da sustentabilidade ecológica de áreas protegidas – Espinhaço Sul (MG) . 2011. 187 f. Tese (Doutorado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2011.http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2279porreponame:Repositório Institucional da UFOPinstname:Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)instacron:UFOPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-03-20T13:45:28Zoai:repositorio.ufop.br:123456789/2279Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufop.br/oai/requestrepositorio@ufop.edu.bropendoar:32332019-03-20T13:45:28Repositório Institucional da UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)false
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