Alta sintomatologia depressiva reduz as reações emocionais diante de estímulos de interação social.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lacerda, Kíssyla Christine Duarte
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFOP
Texto Completo: http://www.repositorio.ufop.br/jspui/handle/123456789/17898
Resumo: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
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spelling Alta sintomatologia depressiva reduz as reações emocionais diante de estímulos de interação social.DepressãoTranstornos afetivosInteração socialEletromiografiaPrograma de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.As interações sociais são inerentes a nossa espécie e representaram fator crucial para a evolução humana. Ainda hoje a sociabilidade tem impacto na a saúde física e mental, onde o sentimento de solidão é fator de risco para o desenvolvimento de doenças tanto físicas quanto mentais, dentre elas, destaca-se o transtorno depressivo. Já é elucidado que indivíduos depressivos apresentam expressões faciais distintas de indivíduos não depressivos. Uma vez que as expressões faciais representam um fator determinante para que as interações sociais se estabeleçam, estas diferenças podem estar relacionadas com o alto nível de solidão presente na população depressiva. Além disso, indivíduos depressivos exibem atividade muscular facial distinta ao visualizarem fotografias com diferentes níveis de valência e ativação emocional, entretanto, ainda não existem investigações utilizando estímulos pareados para a valência e ativação. Dessa forma, este trabalho se propõe a investigar se fotos com pistas de interação social, pareadas para valência e ativação, modulam as reações emocionais em indivíduos com sintomas depressivos e em indivíduos saudáveis, e se a re-exposição das imagens após um período de 10 semanas (TEMPO 2) permaneceria exercendo os mesmos efeitos observados na primeira exposição (TEMPO 1), caso estes efeitos ocorressem. A amostra foi composta por 85 individuos, divididos de acordo com seus escores no Inventário de Depressão de Beck. Voluntários com pontuação superior a 21 pontos foram incluídos no grupo depressivo (n=16) e os demais alocados no grupo saudável (n=69). Os participantes tiveram seus níveis de depressão, solidão, ansiedade, empatia e toque social avaliados por meio de escalas. Em seguida, visualizaram três blocos de imagens (28 imagens cada), contendo imagens neutras (objetos), afiliativas (pessoas realizando interação social direta) e controles (pessoas não realizando interação social direta). A atividade eletromiográfica do músculo zigomático maior (ZIG) e corrugador do supercílio (COR) foi coletada durante todo o período de visualização dos blocos. Após cada bloco de imagens, os voluntários responderam a escala de estado afiliativo e escala de comportamento altruísta. Todas as análises foram repetidas após um período de 10 semanas. No TEMPO 1, em indivíduos saudáveis, as imagens afiliativas aumentaram a atividade ZIG e os escores nas escalas de expectativa de aproximação e altruísmo, e reduziram a atividade do COR em comparação com as imagens neutras e controle. Entretanto, estes efeitos não foram observados em indivíduos depressivos. No TEMPO 2, as imagens afiliativas permaneceram exercendo modulação sobre o ZIG e sobre a expectativa de aproximação no grupo saudável, porém sem efeitos sobre o COR. Novamente, as fotos afiliativas não provocaram nenhum efeito nos indivíduos depressivos. Podemos concluir que indivíduos depressivos são hiporresponsivos às pistas de interação social, refletindo em baixa expressividade facial, sociabilidade e altruísmo. Além disso, a reexposição de imagens com interação social permanece exercendo seus efeitos sobre a resposta emocional de indivíduos saudáveis após 10 semanas, porém sem efeitos nos depressivos. Este trabalho nos indica que a depressão leva a responsividade emocional reduzida diante do contexto de interação social, o que pode impactar consideravelmente as interações sociais de indivíduos depressivos e o curso de desenvolvimento do transtorno.Social interactions are inherent to human species and represented a crucial factor in human evolution. Even in the present, sociability has an impact on physical and mental health and the loneliness is a risk factor for the development of both physical and mental diseases, among them, depressive disorder. It is already clarified that depressive individuals present different facial expressions from non-depressive individuals. Facial expressions represent a determining factor for social bonds to be established, thus, differences may be related to the high level of loneliness present in the depressive population. Futhermore, depressive individuals exhibit distinct facial muscle activity when viewing pictures with different levels of valence and arousal, however, there are still no investigations using paired stimuli for valence and arousal. In this context, this work proposes to investigate whether pictures with social interaction cues, paired for valence and arousal, modulate emotional reactions in healty and depressed individuals. Beyond that, we investigated if the re-exposure of the pictures after 10 weeks (TIME 2) would remain exerting the same effects that the first exposure (TIME 1). The sample consisted of 85 individuals, divided according to their scores on the Beck Depression Inventory. Volunteers with a score higher than 21 points were included in the depressed group (n=16) and the acores less or equal were allocated in the healthy group (n=69). In the first part of the experiment, participants had their levels of depression, loneliness, anxiety, empathy and social touch assessed using scales. Then, they visualized three blocks of images (28 images each), containing neutral images (objects), affiliative images (depicting social interaction) and controls (without social interaction). The electromyographic activity of the zygomaticus major (ZIG) and corrugator supercilii muscles (COR) was collected during the entire period of visualization of the blocks. After each block of images, the volunteers answered the affiliative state scale and altruistic behavior scale. All analyzes were repeated after a period of 10 weeks. At TIME 1, in healthy subjects, affiliative images increased ZIG activity and scores of hope of closeness and altruism behavior, and reduced COR activity compared to neutral and control images. However, these effects were not observed in depressed individuals. At TIME 2, the affiliative images continued to increase the ZIG activity and the levels of hope of closeness in the healthy group, however, no effect on the COR was observed. Again, affiliative photos had no effect on depressive individuals. We can conclude that depressive individuals are hyporesponsive to social interaction cues, reflecting in low facial expressiveness, sociability and altruism. In addition, the re-exposure of images with social interaction continues to exert its effects on the emotional response of healthy individuals after 10 weeks, but without effects on depressives. The present reserach indicates that depression can reduce the emotional responsiveness to context of social interaction, which can considerably impact the social interactions of depressive individuals and the course of development of the disorder.Souza, Gabriela Guerra Leal deSouza, Gabriela Guerra Leal deMeireles, Adriana LúciaVolchan, ElianeDavid, Isabel de Paula AntunesNogueira, Katiane de Oliveira Pinto CoelhoLacerda, Kíssyla Christine Duarte2023-12-06T19:46:33Z2023-12-06T19:46:33Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfLACERDA, Kíssyla Christine Duarte. Alta sintomatologia depressiva reduz as reações emocionais diante de estímulos de interação social. 2022. 123 f. 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