O papel da dinâmica espaço-temporal da rede hidrográfica na evolução geomorfológica da alta/média bacia do Rio Grande, sudeste brasileiro.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rezende, Éric Andrade
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFOP
Texto Completo: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/9679
Resumo: Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
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spelling O papel da dinâmica espaço-temporal da rede hidrográfica na evolução geomorfológica da alta/média bacia do Rio Grande, sudeste brasileiro.Bacias hidrográficasGeomorfologiaCanais fluviaisPrograma de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.Cursos fluviais constituem um dos principais agentes modeladores do relevo continental, notadamente em regiões tropicais intraplaca. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo estudar o papel da dinâmica espaço-temporal da rede hidrográfica na evolução geomorfológica da bacia do alto/médio Rio Grande, localizada no sudeste brasileiro (MG/SP). Buscou-se investigar a ocorrência de grandes rearranjos de drenagem e a causa da acentuada diferenciação altimétrica e morfológica entre os setores ocidental e oriental da referida bacia. Foi empregada a análise de modelos digitais de elevação, juntamente com uma classificação automática da topografia, investigações de campo, identificação de depósitos fluviais antigos e anomalias de drenagem, datação por luminescência opticamente estimulada, e integração com outros dados geológicos e geocronológicos. Há diversas evidências de que o alto curso do Rio Grande, hoje pertencente à bacia do Rio Paraná, encontrava-se previamente direcionado para norte, rumo ao Cráton do São Francisco. O divisor ancestral entre as duas bacias hidrográficas coincidia com o eixo soerguido de direção geral NNW-SSE ao longo das intrusões alcalinas neocretáceas que bordejam a nordeste a bacia sedimentar do Paraná. O rompimento do divisor ancestral e a progressiva captura da drenagem anteriormente direcionada para norte ocorreram após um soerguimento generalizado no Mioceno Médio. Esse evento causou a superimposição da drenagem e a abertura de depressões. Devido a sua posição a oeste, a atual bacia do Rio Sapucaí muito provavelmente foi incorporada antes do atual alto curso do Rio Grande à bacia do Rio Paraná, o que se reflete em seu relevo mais deprimido e dissecado. Contudo, os efeitos dos rearranjos de drenagem na incisão diferencial entre os principais rios são sobrepostos por uma influência mais duradoura de ordem litoestrutural e tectônica. Na bacia do Rio Sapucaí o rebaixamento do nível de base gerado pela subsidência de grabens neocenozoicos intensificou a abertura de compartimentos deprimidos (< 900 m) por meio da retração erosiva de cabeceiras e rupturas de declive. Já na área planáltica a leste, o alto curso do Rio Grande e seus principais afluentes são marcados pela presença de soleiras geomórficas na maioria das gargantas que interceptam as cristas quartzíticas. Essas soleiras atuam como níveis de base regionais que limitam a incisão fluvial nas áreas a montante. A dinâmica fluvial diferenciada entre os principais rios se reflete no favorecimento ou não da preservação de registros sedimentares antigos e nas taxas de incisão estimadas a partir de depósitos datados entre 6 e 39,6 ka. Nos vales dos rios Sapucaí e Verde os registros sedimentares são raros e a única taxa de incisão obtida (2010,1 mm/ka) foi a mais elevada entre as calculadas em segmentos de leito sobre rocha ou saprolito. Nos rios da porção planáltica oriental os níveis deposicionais são mais frequentes, com destaque para o pequeno graben de Ijaci. Taxas aproximadas entre 252,5 e 1090,9 mm/ka evidenciam um entalhamento mais lento que o da bacia do Rio Sapucaí, embora tais valores também sejam considerados altos para um ambiente intraplaca. Há um marcante controle morfoclimático sobre a dinâmica fluvial, já que períodos de entulhamento dos vales estão associados a fases mais secas e os episódios de incisão estão associados a fases mais úmidas. Além disso, as elevadas taxas de incisão apontam a ocorrência de um significativo soerguimento regional de caráter episódico no Neoquaternário. Portanto, a bacia do alto/médio Rio Grande exibe um relevo em estado transitório, no qual se destaca um notório rejuvenescimento dos vales que abrigam os principais canais fluviais, enquanto as vertentes e principalmente os topos permaneceram sob relativa estabilidade.Rivers constitute one of the main agents of continental relief development, especially in tropical intraplate regions. In this context, the present study aimed to investigate the role of the spatial-temporal dynamics of drainage network in the geomorphological evolution of the upper/middle Grande River basin in southeastern Brazil. It was investigated the occurrence of large drainage rearrangements and the cause of the marked altimetric and morphological differentiation between the western and eastern sectors of the drainage basin. Digital elevation model analysis was employed along with an automatic topography classification, field investigations, identification of ancient fluvial deposits and drainage anomalies, optically stimulated luminescence dating and integration with other geological and geochronological data. There is considerable evidence that the upper course of the Grande River, currently belonging to the Paraná River basin, was previously directed to the São Francisco Craton (northward). The ancestral divide between the watersheds coincided with the uplift axis of general direction NNW-SSE along the Neocretaceous alkaline intrusions bordering the Paraná sedimentary basin. The rupture of the ancestral divide and the progressive capture of the drainage previously directed to the north occurred after a generalized uplift in the Middle Miocene, which caused the drainage superimposition and the excavation of depressions. Due to its position to the west, the present basin of the Sapucaí River was most likely captured before the current high course of the Grande River, which is reflected in its more depressed and dissected morphology. However, the effects of drainage rearrangements in the differential incision between the major rivers are superimposed by a more lasting influence of lithostructural and tectonic order. In the basin of the Sapucaí River the lowering of the base level generated by Upper Cenozoic grabens intensified the excavation of depressed landforms (< 900 m) through the erosive retraction of headwaters and knickzones. In the planaltic area to the east, the high course of Grande River and its main tributaries are marked by the presence of geomorphic barriers in most of the gorges that intercept the quartzite crests. These barriers act as regional base levels that limit the river incision in the upstream areas. The differentiated fluvial dynamics between the main rivers is reflected in the favoring or not of the preservation of ancient sedimentary records and in the incision rates estimated from deposits dated between 6 and 39,6 ka. In the valleys of Sapucaí and Verde rivers the sedimentary records are rare and the only obtained incision rate (2010,1 mm/ka) was the highest among those calculated in segments of river bed on bedrock or saprolite. In the rivers of the eastern plateau depositional levels are more frequent, especially in the small graben of Ijaci. Approximate rates between 252,5 and 1090,9 mm/ka evidence a slower downcutting than the Sapucaí River basin, although these values are also considered high for an intraplate environment. There is a marked morphoclimatic control over fluvial dynamics, since periods of sedimentation in the valleys are associated with drier phases and downcutting episodes are associated with moister phases. In addition, the high incision rates point to the occurrence of a significant and episodic regional uplift in the Upper Quaternary. Therefore, the upper/middle Grande River basin shows a topography in a transient state, in which there is a notable rejuvenation of the main valleys while the slopes and especially the tops remained relatively stable.Castro, Paulo de Tarso AmorimCastro, Paulo de Tarso AmorimFelippe, Miguel FernandesSantos, Gisele Barbosa dosBarros, Luiz Fernando de PaulaCosta, Ricardo Diniz daRezende, Éric Andrade2018-03-20T15:32:33Z2018-03-20T15:32:33Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfREZENDE, Éric Andrade. O papel da dinâmica espaço-temporal da rede hidrográfica na evolução geomorfológica da alta/média bacia do Rio Grande, sudeste brasileiro. 2018. 194 f. Tese (Doutorado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/9679Autorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo autor(a), 07/03/2017, com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0, que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que seja citado o autor e licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação desta.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFOPinstname:Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)instacron:UFOP2024-01-31T18:03:49Zoai:repositorio.ufop.br:123456789/9679Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufop.br/oai/requestrepositorio@ufop.edu.bropendoar:32332024-01-31T18:03:49Repositório Institucional da UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)false
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