Controle e uso da água na Ouro Preto dos séculos XVIII e XIX.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fonseca, Alberto de Freitas Castro
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFOP
dARK ID: ark:/61566/001300000f289
Texto Completo: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3116
Resumo: Ouro Preto é uma cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, cuja história secular tem sido contada sob uma ótica que privilegia os aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos. Neste trabalho pioneiro,buscou-se estudar a história da cidade através de um dos seus mais relevantes aspectos ambientais, qual seja, os recursos hídricos. Tomando por base os métodos do incipiente campo da História Ambiental e utilizando fontes de estudo primárias e secundárias, pesquisou-se a questão do controle e do uso da água nos séculos XVIII e XIX da cidade. Foi observado que, devido à natureza hidrogravimétrica dos métodos empregados nos trabalhos de mineração em Vila Rica, a água tornou-se, desde os primórdios do século XVIII, um recurso natural dotado de valor econômico, suscitando conflitos em torno da sua posse e do seu uso. A Coroa procurou atenuar esses conflitos através da instituição de uma legislação protecionista e de um sistema de licença de uso, mas foi ineficiente. No âmbito da vila, a água foi utilizada, sobretudo, para o abastecimento doméstico. Cabia ao Senado da Câmara construir e manter os chafarizes reclamados pela população e instituir posturas que regulassem as questões suscitadas em torno da água. O esgotamento sanitário, no entanto, era eminentemente individual, realizado, sobretudo, através de secretas ou de valos que desaguavam nos córregos situados nos fundos dos quintais. O acesso à água encanada dentro das residências foi freqüente entre os mais abastados que se dispunham a “comprar” do poder público provisões de penasou anéisde água. A partir de meados do século XIX, tornaram-se comum discursos de cunho higienistas nas assembléias da Província de Minas Gerais, o que incentivou, em fins da década de 1880, a construção de um sistema de água e esgotos em OuroPreto, que contemplava, inclusive, uma Estação de Tratamento de Esgotos. Constatou-se que, de maneira geral, durante os séculos XVIII e XIX, o controle sobre o uso daágua foi reativo e burocrático. Apesar de terem tido grande importância na formação da cidade, os recursos hídricos sobejam hoje desrespeitados, recebendo o lixo e os esgotos in natura da população.
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Foi observado que, devido à natureza hidrogravimétrica dos métodos empregados nos trabalhos de mineração em Vila Rica, a água tornou-se, desde os primórdios do século XVIII, um recurso natural dotado de valor econômico, suscitando conflitos em torno da sua posse e do seu uso. A Coroa procurou atenuar esses conflitos através da instituição de uma legislação protecionista e de um sistema de licença de uso, mas foi ineficiente. No âmbito da vila, a água foi utilizada, sobretudo, para o abastecimento doméstico. Cabia ao Senado da Câmara construir e manter os chafarizes reclamados pela população e instituir posturas que regulassem as questões suscitadas em torno da água. O esgotamento sanitário, no entanto, era eminentemente individual, realizado, sobretudo, através de secretas ou de valos que desaguavam nos córregos situados nos fundos dos quintais. O acesso à água encanada dentro das residências foi freqüente entre os mais abastados que se dispunham a “comprar” do poder público provisões de penasou anéisde água. A partir de meados do século XIX, tornaram-se comum discursos de cunho higienistas nas assembléias da Província de Minas Gerais, o que incentivou, em fins da década de 1880, a construção de um sistema de água e esgotos em OuroPreto, que contemplava, inclusive, uma Estação de Tratamento de Esgotos. Constatou-se que, de maneira geral, durante os séculos XVIII e XIX, o controle sobre o uso daágua foi reativo e burocrático. Apesar de terem tido grande importância na formação da cidade, os recursos hídricos sobejam hoje desrespeitados, recebendo o lixo e os esgotos in natura da população.Ouro Preto is a World Cultural Heritagecity, whose secular history has been told under the perspective that favors the social, cultural, politic and economic aspects. On this pioneering work, it was undertaken the study of the city’s history through one among its more relevant environmental aspects,that is, the hydricresources. Basing on the methods from the incipient area of the Environmental History, and utilizing primary and secondary study sources, it was researched the issue of the water use and control at the city on the XVIII and XIX centuries. It was observed that, due to the hydrogravimetric nature of the methods employed on the mining jobs in Vila Rica, water became, since the beginnings of the XVIII century, a natural resource endowed with economic value, giving riseto conflicts concerning its ownership and utilization. The Crown (Central Government) tried tolessen these conflicts by establishing protectionist laws and a system of utilization license, but it didn’t succeed. Inside the bounds of the village, the water was utilized chiefly for domestic purposes. It was incumbent on the Senate of the Chamber to build and maintain the fountains required by the population, as well as to establish attitudes that would regulate the questions that could come up concerning the water. The sanitary sewage was however highly individual, and was achieved through toilets or ditches thatflew into brooklets that existed at the back of the yards. The access to canalized water inside the houses was frequent among the richest people, who were prepared to“buy” from public service provisions of penas or anéis (rings) of water. From the middle of the XIX century on, speeches of hygienist character became usual on the gatherings of Minas Gerais Province, which stimulated at the end of the 1880 decade the construction of a water and sewage system in Ouro Preto, which included a Sewage Treatment Station. It was verified that, in a general way, during the XVIII and XIX centuries, the control over the water use was reactive and bureaucratic. Eventhough the hydric resources had a great relevance on the shaping of the city, they remain disregarded nowadays, receiving the population’s garbage and sewage in natura.Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. PROÁGUA, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.Prado Filho, José Francisco doFonseca, Alberto de Freitas Castro2013-08-06T18:23:10Z2013-08-06T18:23:10Z2004info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfFONSECA, A. de F. C. Controle e uso da água na Ouro Preto dos séculos XVIII e XIX. 2004. 127 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2004.http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3116ark:/61566/001300000f289porreponame:Repositório Institucional da UFOPinstname:Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)instacron:UFOPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-11-11T02:19:59Zoai:repositorio.ufop.br:123456789/3116Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufop.br/oai/requestrepositorio@ufop.edu.bropendoar:32332024-11-11T02:19:59Repositório Institucional da UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)false
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