Detecção sorológica e molecular de espécies do gênero rickettsia em pequenos roedores de três municípios de Minas Gerais com diferentes perfis de endemicidade.
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFOP |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2575 |
Resumo: | As riquétsias patogênicas constituem um grupo de bactérias gram-negativas, intracelulares obrigatórias responsáveis por transmitir diversas doenças ao homem conhecidas como riquetsioses. Essas doenças são transmitidas através da picada de artrópodes hematófagos como carrapatos, pulgas, piolhos e ácaros. A descrição de casos no Brasil teve início na década de 1920, sendo a febre maculosa Brasileira a mais severa das riquetsioses descritas, com inúmeros casos confirmados no sudeste do país, principalmente nos estados de Minas Gerais e São Paulo. Pequenos roedores são incriminados nos Estados Unidos e Europa como hospedeiros amplificadores de Rickettsia, entretanto o papel desses animais no ciclo epidemiológico das riquetsioses ainda não foi determinado no Brasil. Em estudos experimentais, os pequenos roedores mostraram ser susceptíveis à infecção por organismos riquetsiais, desenvolvendo riquetsemia temporária em um nível suficiente para contaminar ectoparasitas que deles se alimentassem. Este trabalho investigou a ocorrência de anticorpos em pequenos roedores capturados em três municípios (Pingo D’Água, Santa Cruz do Escalvado e Ouro Branco) de Minas Gerais, Brasil. As espécies de pequenos roedores, bem como de seus ectoparasitos foram identificadas e amostras de soro foram analisadas pela Reação de Imunofluorescência Indireta usando antígenos de diferentes espécies de Rickettsia do grupo da febre maculosa (Rickettsia rickettsii, Rickettsia parkeri, Rickettsia rhiphicephali, and Rickettsia amblyommii), grupo ancestral (Rickettsia bellii) e grupo de transição (Rickettsia felis). Títulos iguais ou superiores a 1:64 foram considerados positivos. No município de Pingo D’Água, 84% (23/31) das amostras de soros de Rattus rattus, 86% (6/7) de Oryzomys subflavus, 86% (6/7) de Nectomys squamipes e 100% (1/1) de Bolomys sp. continham anticorpos contra Rickettsias do grupo de febre maculosa. A reatividade à RIFI das amostras coletadas em Santa Cruz do Escalvado rendeu os seguintes resultados: 94% (30/32) em R. rattus, 22 (5/23) em N. squamipes e 80% (4/5) em Akodon sp. Nenhum dos soros coletados em pequenos roedores da Serra do Ouro Branco tinha anticorpos contra os antígenos testados. Técnicas de biologia molecular também foram utilizadas neste estudo, na tentativa de amplificar fragmentos gênero-específicos de Rickettsia em amostras de tecidos e ectoparasitos retirados dos pequenos roedores. No entanto, nenhuma das amostras testadas foi positiva à PCR. Esses resultados indicam a exposição de pequenos roedores à riquétsias do grupo da febre maculosa em dois dos municípios analisados e sugerem sua participação no ciclo epidemiológico das riquetsioses nas áreas estudadas, sendo necessários estudos adicionais para compreender a real importância destes animais nos ciclos silvestre e doméstico dos agentes causadores de febre maculosa, incluindo suas interações com artrópodes vetores. |
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Detecção sorológica e molecular de espécies do gênero rickettsia em pequenos roedores de três municípios de Minas Gerais com diferentes perfis de endemicidade.Febre maculosa brasileiraDoenças emergentesZoonosesBrazilian spotted feverEmerging diseasesAs riquétsias patogênicas constituem um grupo de bactérias gram-negativas, intracelulares obrigatórias responsáveis por transmitir diversas doenças ao homem conhecidas como riquetsioses. Essas doenças são transmitidas através da picada de artrópodes hematófagos como carrapatos, pulgas, piolhos e ácaros. A descrição de casos no Brasil teve início na década de 1920, sendo a febre maculosa Brasileira a mais severa das riquetsioses descritas, com inúmeros casos confirmados no sudeste do país, principalmente nos estados de Minas Gerais e São Paulo. Pequenos roedores são incriminados nos Estados Unidos e Europa como hospedeiros amplificadores de Rickettsia, entretanto o papel desses animais no ciclo epidemiológico das riquetsioses ainda não foi determinado no Brasil. Em estudos experimentais, os pequenos roedores mostraram ser susceptíveis à infecção por organismos riquetsiais, desenvolvendo riquetsemia temporária em um nível suficiente para contaminar ectoparasitas que deles se alimentassem. Este trabalho investigou a ocorrência de anticorpos em pequenos roedores capturados em três municípios (Pingo D’Água, Santa Cruz do Escalvado e Ouro Branco) de Minas Gerais, Brasil. As espécies de pequenos roedores, bem como de seus ectoparasitos foram identificadas e amostras de soro foram analisadas pela Reação de Imunofluorescência Indireta usando antígenos de diferentes espécies de Rickettsia do grupo da febre maculosa (Rickettsia rickettsii, Rickettsia parkeri, Rickettsia rhiphicephali, and Rickettsia amblyommii), grupo ancestral (Rickettsia bellii) e grupo de transição (Rickettsia felis). Títulos iguais ou superiores a 1:64 foram considerados positivos. No município de Pingo D’Água, 84% (23/31) das amostras de soros de Rattus rattus, 86% (6/7) de Oryzomys subflavus, 86% (6/7) de Nectomys squamipes e 100% (1/1) de Bolomys sp. continham anticorpos contra Rickettsias do grupo de febre maculosa. A reatividade à RIFI das amostras coletadas em Santa Cruz do Escalvado rendeu os seguintes resultados: 94% (30/32) em R. rattus, 22 (5/23) em N. squamipes e 80% (4/5) em Akodon sp. Nenhum dos soros coletados em pequenos roedores da Serra do Ouro Branco tinha anticorpos contra os antígenos testados. Técnicas de biologia molecular também foram utilizadas neste estudo, na tentativa de amplificar fragmentos gênero-específicos de Rickettsia em amostras de tecidos e ectoparasitos retirados dos pequenos roedores. No entanto, nenhuma das amostras testadas foi positiva à PCR. Esses resultados indicam a exposição de pequenos roedores à riquétsias do grupo da febre maculosa em dois dos municípios analisados e sugerem sua participação no ciclo epidemiológico das riquetsioses nas áreas estudadas, sendo necessários estudos adicionais para compreender a real importância destes animais nos ciclos silvestre e doméstico dos agentes causadores de febre maculosa, incluindo suas interações com artrópodes vetores.The Order Rickettsiales evolves a group of obligate intracellular parasites, responsible for many diseases know as rickettsioses. Hematophagous arthropods as ticks, lices, fleas and mites, and their hosts are responsible for the disease dissemination to man. The description of cases in Brazil began in the 1920s, Brazilian spotted fever being the most severe rickettsial diseases described, with several confirmed cases in the Southeast, mainly in the Minas Gerais and São Paulo.The wild rodents are incriminated as amplifying hosts of Rickettsia in United States and Europe; however their role in the epidemiological cycle of rickettsial diseases in Brazil is not determined yet. In studies with these animals, some were confirmed to be susceptible to infection with Rickettsia organisms, developing temporary rickettsemia at a sufficient level to infect ectoparasites during their blood meals. This work investigated the occurrence of antibodies against different species of Rickettsia in sera from wild rodents captured in three areas in the state of Minas Gerais, Brazil. The species of captured animals were identified, and serum samples were analyzed by immunofluorescence using antigens of different species of Rickettsia of the spotted fever group (Rickettsia rickettsii, Rickettsia parkeri, Rickettsia rhiphicephali, and Rickettsia amblyommii), ancestral group (Rickettsia belli) and transitional group (Rickettsia felis). Titers equal to or greater than 1:64 were considered positive. In the municipality of Pingo D'Água, 84% (26/31) of serum samples of Rattus rattus, 86% (6 / 7) of Oryzomys subflavus, 86% (6/7) of Nectomys squamipes, and 100% of Bolomys sp. (1/1) contained antibodies against spotted fever group Rickettsia. IFA reactivity of sera in Santa Cruz do Escalvado yielded the following results: 94% (30/32) in R. rattus, 22% (5/23) in N. squamipes, and 80% (4/5) in Akodon sp. None of the sera of small rodents collected in Serra do Ouro Branco had antibodies to the antigens used. Molecular biology techniques were also used in this study, in an attempt to amplify fragments genus-specific of Rickettsia in samples of tissue and ectoparasites removed of small rodents. However, none of the samples tested were positive in PCR. These results indicate the exposure of small rodents to SFG rickettsiae and suggest possible participation in the epidemiological cycle of rickettsial diseases in the areas studied in Brazil, making further studies necessary for understanding the real importance of these animals in the wild and domestic cycles of the spotted fever agents, including their interactions with arthropod vectors.Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.Galvão, Márcio Antônio MoreiraPadilha, Amanda de Freitas2013-03-20T14:55:25Z2013-03-20T14:55:25Z2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfPADILHA, A. de F. Detecção sorológica e molecular de espécies do gênero rickettsia em pequenos roedores de três municípios de Minas Gerais com diferentes perfis de endemicidade. 2010. 94 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2010.http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2575porreponame:Repositório Institucional da UFOPinstname:Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)instacron:UFOPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-03-28T18:04:09Zoai:repositorio.ufop.br:123456789/2575Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufop.br/oai/requestrepositorio@ufop.edu.bropendoar:32332019-03-28T18:04:09Repositório Institucional da UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)false |
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As riquétsias patogênicas constituem um grupo de bactérias gram-negativas, intracelulares obrigatórias responsáveis por transmitir diversas doenças ao homem conhecidas como riquetsioses. Essas doenças são transmitidas através da picada de artrópodes hematófagos como carrapatos, pulgas, piolhos e ácaros. A descrição de casos no Brasil teve início na década de 1920, sendo a febre maculosa Brasileira a mais severa das riquetsioses descritas, com inúmeros casos confirmados no sudeste do país, principalmente nos estados de Minas Gerais e São Paulo. Pequenos roedores são incriminados nos Estados Unidos e Europa como hospedeiros amplificadores de Rickettsia, entretanto o papel desses animais no ciclo epidemiológico das riquetsioses ainda não foi determinado no Brasil. Em estudos experimentais, os pequenos roedores mostraram ser susceptíveis à infecção por organismos riquetsiais, desenvolvendo riquetsemia temporária em um nível suficiente para contaminar ectoparasitas que deles se alimentassem. Este trabalho investigou a ocorrência de anticorpos em pequenos roedores capturados em três municípios (Pingo D’Água, Santa Cruz do Escalvado e Ouro Branco) de Minas Gerais, Brasil. As espécies de pequenos roedores, bem como de seus ectoparasitos foram identificadas e amostras de soro foram analisadas pela Reação de Imunofluorescência Indireta usando antígenos de diferentes espécies de Rickettsia do grupo da febre maculosa (Rickettsia rickettsii, Rickettsia parkeri, Rickettsia rhiphicephali, and Rickettsia amblyommii), grupo ancestral (Rickettsia bellii) e grupo de transição (Rickettsia felis). Títulos iguais ou superiores a 1:64 foram considerados positivos. No município de Pingo D’Água, 84% (23/31) das amostras de soros de Rattus rattus, 86% (6/7) de Oryzomys subflavus, 86% (6/7) de Nectomys squamipes e 100% (1/1) de Bolomys sp. continham anticorpos contra Rickettsias do grupo de febre maculosa. A reatividade à RIFI das amostras coletadas em Santa Cruz do Escalvado rendeu os seguintes resultados: 94% (30/32) em R. rattus, 22 (5/23) em N. squamipes e 80% (4/5) em Akodon sp. Nenhum dos soros coletados em pequenos roedores da Serra do Ouro Branco tinha anticorpos contra os antígenos testados. Técnicas de biologia molecular também foram utilizadas neste estudo, na tentativa de amplificar fragmentos gênero-específicos de Rickettsia em amostras de tecidos e ectoparasitos retirados dos pequenos roedores. No entanto, nenhuma das amostras testadas foi positiva à PCR. Esses resultados indicam a exposição de pequenos roedores à riquétsias do grupo da febre maculosa em dois dos municípios analisados e sugerem sua participação no ciclo epidemiológico das riquetsioses nas áreas estudadas, sendo necessários estudos adicionais para compreender a real importância destes animais nos ciclos silvestre e doméstico dos agentes causadores de febre maculosa, incluindo suas interações com artrópodes vetores. |
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