Prevalência das infecções parasitárias intestinais em aldeias da etnia indígena Maxakali, Minas Gerais, Brasil.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nacife, Maria Beatriz Pena e Silva Leite
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFOP
Texto Completo: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/11711
Resumo: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
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spelling Prevalência das infecções parasitárias intestinais em aldeias da etnia indígena Maxakali, Minas Gerais, Brasil.Intestinos - parasitosEsquistossomoseÍndios MaxakaliPrograma de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.A prevalência de parasitas intestinais é reconhecidamente elevada entre populações ameríndias e há sérias desigualdades no que se refere à saúde e à assistência de saúde das populações indígenas no Brasil. A etnia Maxakali, localizada na região nordeste de Minas Gerais em fronteira com o sul da Bahia, é um grupo indígena que sobreviveu ao extermínio e até hoje preservam muitos de seus aspectos culturais. Possuem hábitos como andar descalços, viver de forma aglomerada, deixar expostos no ambiente os alimentos, defecar no chão e nas coleções hídricas, dentre outros, que propiciam a transmissão de parasitos intestinais. Além disso, são seminômades o que dificulta a implementação de medidas de saneamento pelos órgãos competentes e a determinação da real prevalência desses parasitos intestinais. Desta forma estudos epidemiológicos nesta área se fazem necessários para que medidas preventivas e de controle sejam implementadas, podendo desta forma melhorar a qualidade de vida destes povos. As parasitoses intestinais são umas das principais causas de morbimortalidade nestes índios. Objetivo: O objetivo deste estudo foi descrever o perfil epidemiológico da esquistossomose e de outras infecções parasitárias intestinais em indivíduos que vivem nos polos base Água Boa e Pradinho, pertencentes à etnia Maxakali. Materiais e métodos: Os exames parasitológicos foram realizados pelas técnicas de Kato-Katz (uma lâmina de uma amostra) e TF-Test® (três lâminas de uma amostra). Um total de 545 amostras foram analisadas, correspondendo a quantidade de indivíduos que completaram as duas técnicas diagnósticas. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de 84,2% para helmintos, sendo a maior positividade obtida para infecção por ancilostomídeos (59,3%), seguida por uma taxa de 51,9% para Schistosoma mansoni, de 13,9% para Hymenolepis nana, 3,9% para Trichuris trichiura, 0,7% para Taenia sp., detectados pela combinação das duas técnicas diagnósticas. Ascaris lumbricoides foi detectado apenas pela técnica de Kato-Katz com uma taxa de 0,6%, Strongyloides stercoralis e Enterobius vermicularis foram detectados apenas pela técnica de TF-Test®, apresentando positividade de 13,0% e 0,4%, respectivamente. Considerando os protozoários intestinais, foi encontrada uma prevalência de 84,8%, dos quais 28,3% eram patogênicos, 16,1% for Entamoeba histolytica/dispar e 15,2% por Giardia duodenalis. Dentre os protozoários não patogênicos, as taxas de positividade foram de 74,5% para Entamoeba coli, 56,7% para Endolimax nana e 29,9% para Iodamoeba butschii. Em relação ao diagnóstico da esquistossomose mansoni, a avaliação do desempenho da técnica de TF-Test® comparado a técnica de Kato-Katz demonstrou uma taxa de positividade pelo Kato-Katz de 45,7%, e pelo TF-Test® de 33,2%, e combinando as duas técnicas a positividade foi de 51,9%. A amplitude da carga parasitária foi de 24 a 4.056 ovos por grama de fezes (opg), com uma média geométrica de 139 opg. A sensibilidade, especificidade e acurácia pelo TF-Test® em relação ao Kato-Katz foram de 59,0%, 88,5%, e 75,0%, respectivamente. A concordância entre as duas técnicas foi moderada (k = 0,486), conforme determinado pelo índice kappa. Conclusão: A combinação de um método quantitativo e qualitativo realizado com apenas uma amostra fecal foi eficaz para a detecção de uma maior prevalência de S. mansoni e outros helmintos. A alta prevalência de parasitos intestinais pode ser atribuída à falta de infraestrutura sanitária, aos hábitos de higiene propícios à transmissão, às condições ambientais e também à alta densidade de hospedeiros intermediários, este último especificamente para a infecção da esquistossomose. Isso indica a necessidade da implementação de medidas de controle como saneamento básico, educação em saúde, além do tratamento em massa.The prevalence of intestinal parasites is admittedly high among Amerindian populations and there are serious inequalities regarding health and healthcare of indigenous peoples in Brazil. The Maxakali ethnic group, located in the northeastern region of Minas Gerais, on the border with southern Bahia, is an indigenous group that survived extermination and still preserves many of its cultural aspects. They have habits such as walking barefoot, living in agglomerated form, leaving food exposed, defecating on the floor and in water collections, among others, that allow the transmission of intestinal parasites. In addition, seminomates are what makes it difficult to implement sanitation measures by the competent organs and determine the real prevalence of these intestinal parasites. In this way, epidemiological studies in this area are necessary for preventive and control measures to be implemented, thus improving the quality of life of these peoples. The intestinal parasitosis are a major cause of morbimortality in Maxakali ethnicity. Objective: The aim of this study was to describe the epidemiological profile of schistosomiasis and other intestinal parasitic infections in individuals living in the Água Boa and Pradinho base centers belonging to the Maxakali ethnic group. Methods: The parasitological examinations were performed by Kato-Katz (one slide of one sample) and TF-Test® (three slides of one sample). A total of 545 samples were analyzed, corresponding to the number of individuals who completed the two diagnostic techniques. Results: A prevalence of 84.2% for helminths was found, with the highest positivity obtained for hookworm infection 59.3%, followed by a rate of 51.9% for Schistosoma mansoni, a positivity of 13.9% for Hymenolepis nana, 3.9% for Trichuris trichiura and 0.7% for Taenia sp., detected by the combined results of the both techniques. Ascaris lumbricoides was only detected by Kato-Katz technique with a rate of 0.6%, Strongyloides stercoralis and Enterobius vermicularis were detected only by TF-Test®, 13.0% and 0.4% of positivity, respectively. Considering the intestinal protozoa, a prevalence of 84.8% was found, of which 28.3% were pathogenic, 16.1% for Entamoeba histolytica/dispar and 15.2% for Giardia duodenalis. For the non-pathogenic protozoa, the positivity rates obtained was 74.5% for Entamoeba coli, 56.7% for Endolimax nana and 29.9% for Iodamoeba butschii. In relation to the evaluation of the performance of the TF-Test® technique compared to the Kato-Katz technique for the diagnosis of schistosomiasis mansoni, the rate of positivity by Kato-Katz was 45.7%, and by TF-Test® it was 33.2%, and 51.9% by the combination of the two techniques. The amplitude of parasite load was 24 to 4,056 eggs per gram of feces (epg), with a geometric mean of 139 epg. The co-positivity, co-negativity, and accuracy values by TF-Test® in relation to Kato-Katz were 59.0%, 88.5%, and 75.0%, respectively. The agreement between these techniques was moderate (k=0.486) as determined by the kappa index. Conclusion: The combination of a quantitative and a qualitative method performed with only one fecal sample was effective for the detection of a higher positivity rate of S. mansoni and other helminths. The high prevalence of intestinal parasites could be attributed to lack of sanitary infrastructure, inadequate hygiene habits, and environmental conditions and due to the high density of intermediate hosts, this last on schistosomiasis infection specifically. This indicates the need for implementation of sanitation and health education measures, in addition to mass treatment.Coelho, George Luiz Lins MachadoSiqueira, Liliane Maria VidalKatz, NaftaleCoelho, Paulo Marcos ZechCoelho, George Luiz Lins MachadoNacife, Maria Beatriz Pena e Silva Leite2019-08-26T13:10:03Z2019-08-26T13:10:03Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfNACIFE, Maria Beatriz Pena e Silva Leite. Prevalência das infecções parasitárias intestinais em aldeias da etnia indígena Maxakali, Minas Gerais, Brasil. 2019. 67 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2019.http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/11711Autorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 23/08/2019 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho desde que sejam citados o autor e o licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFOPinstname:Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)instacron:UFOP2019-08-26T13:10:03Zoai:repositorio.ufop.br:123456789/11711Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufop.br/oai/requestrepositorio@ufop.edu.bropendoar:32332019-08-26T13:10:03Repositório Institucional da UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)false
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