A atuação de psicólogos em Centros de Atenção Psicossocial de regiões geográficas do Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR |
Texto Completo: | https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124025 |
Resumo: | A partir da Reforma Psiquiátrica, surgiram serviços, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs), que se constituem em dispositivos de construção da dignidade, a partir de ações e intervenções que favoreçam o processo de reinserção social e autonomia do indivíduo com transtorno mental, em seu território, acompanhados por uma equipe de referência, composta por diferentes categorias profissionais, entre eles o psicólogo. Profissionais que devem ter sua práxis congruente com esse modelo de cuidado em saúde mental. A presente pesquisa objetivou verificar se a atuação dos psicólogos do CAPS está em consonância com os ideais da Reforma Psiquiátrica. Realizou-se uma pesquisa de abordagem quantitativa, do tipo descritiva e de levantamento, em nível nacional. Contou-se com amostra não probabilística por conveniência composta por 104 psicólogos atuantes em CAPS, em 19 estados brasileiros. Utilizou-se um questionário, com perguntas abertas e fechadas, abordando os temas: dados pessoais, formação complementar, caracterização do trabalho, modos de atuação profissional e avaliação da atuação profissional, divulgado via redes sociais. Ao final, os dados quantitativos foram analisados por meio de estatística descritiva, com apoio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), e os dados qualitativos foram compreendidos por Análise de Conteúdo de Bardin. Como resultado, observou-se que a maioria são mulheres, com idade média de 35,58 anos, formados há 10,26 anos e que atuam predominantemente no interior. A maioria não possui formação específica em saúde mental ou saúde coletiva, trabalham em regime estatutário, celetista ou por contrato. As teorias mais utilizadas são Psicanálise e Terapia Cognitivo Comportamental, com menor representatividade de teorias contemporâneas voltadas para a Reforma Psiquiátrica. Realizam atendimentos individuais, grupais ou familiar, acolhimento e visitas domiciliares ou institucionais. Os objetivos das atividades diárias no CAPS consistem em reinserção social, tratamento psicoterapêutico e a melhora das condições de vida e autonomia e empoderamento. Trabalham prioritariamente em equipe e em conjunto com outras redes de assistência, realizando ações de expansão e consolidação da RAPS, como: matriciamento, articulação e reuniões intersetoriais. Realizam o Projeto Terapêutico Singular, além de usarem outros recursos e instrumentos. Não possuem supervisão clínico-institucional, nem programa de formação permanente. Não conhecem práticas inovadoras, mas afirmam que seu trabalho está em convergência com a Reforma Psiquiátrica. Realizam ações no território, de matriciamento e saúde mental na Atenção Primária, de inserção social do usuário, e empoderamento e autonomia. Mencionam dificuldades e desafios em sua prática. Conclui-se que existem práticas sendo realizadas em consonância com a Reforma Psiquiátrica, embora ainda existam profissionais que as realizem em divergência com a proposta. Sugere-se uma constante avaliação dos serviços, das políticas e da atuação dos psicólogos, bem como superar a autenticação das práticas atreladas à teoria, propondo práticas inovadoras, que surgem no cotidiano do CAPS. Propõe-se o fortalecimento e a continuidade das políticas de saúde mental potencializadoras que visem uma lógica diferenciada de operacionalização. Palavras-chave: Centros de Atenção Psicossocial, Reforma Psiquiátrica, Saúde Mental, Atuação Profissional, Psicologia. |
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A atuação de psicólogos em Centros de Atenção Psicossocial de regiões geográficas do BrasilThe performance of psychologists in centers of psychosocial attention of geographical regions of BrazilA partir da Reforma Psiquiátrica, surgiram serviços, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs), que se constituem em dispositivos de construção da dignidade, a partir de ações e intervenções que favoreçam o processo de reinserção social e autonomia do indivíduo com transtorno mental, em seu território, acompanhados por uma equipe de referência, composta por diferentes categorias profissionais, entre eles o psicólogo. Profissionais que devem ter sua práxis congruente com esse modelo de cuidado em saúde mental. A presente pesquisa objetivou verificar se a atuação dos psicólogos do CAPS está em consonância com os ideais da Reforma Psiquiátrica. Realizou-se uma pesquisa de abordagem quantitativa, do tipo descritiva e de levantamento, em nível nacional. Contou-se com amostra não probabilística por conveniência composta por 104 psicólogos atuantes em CAPS, em 19 estados brasileiros. Utilizou-se um questionário, com perguntas abertas e fechadas, abordando os temas: dados pessoais, formação complementar, caracterização do trabalho, modos de atuação profissional e avaliação da atuação profissional, divulgado via redes sociais. Ao final, os dados quantitativos foram analisados por meio de estatística descritiva, com apoio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), e os dados qualitativos foram compreendidos por Análise de Conteúdo de Bardin. Como resultado, observou-se que a maioria são mulheres, com idade média de 35,58 anos, formados há 10,26 anos e que atuam predominantemente no interior. A maioria não possui formação específica em saúde mental ou saúde coletiva, trabalham em regime estatutário, celetista ou por contrato. As teorias mais utilizadas são Psicanálise e Terapia Cognitivo Comportamental, com menor representatividade de teorias contemporâneas voltadas para a Reforma Psiquiátrica. Realizam atendimentos individuais, grupais ou familiar, acolhimento e visitas domiciliares ou institucionais. Os objetivos das atividades diárias no CAPS consistem em reinserção social, tratamento psicoterapêutico e a melhora das condições de vida e autonomia e empoderamento. Trabalham prioritariamente em equipe e em conjunto com outras redes de assistência, realizando ações de expansão e consolidação da RAPS, como: matriciamento, articulação e reuniões intersetoriais. Realizam o Projeto Terapêutico Singular, além de usarem outros recursos e instrumentos. Não possuem supervisão clínico-institucional, nem programa de formação permanente. Não conhecem práticas inovadoras, mas afirmam que seu trabalho está em convergência com a Reforma Psiquiátrica. Realizam ações no território, de matriciamento e saúde mental na Atenção Primária, de inserção social do usuário, e empoderamento e autonomia. Mencionam dificuldades e desafios em sua prática. Conclui-se que existem práticas sendo realizadas em consonância com a Reforma Psiquiátrica, embora ainda existam profissionais que as realizem em divergência com a proposta. Sugere-se uma constante avaliação dos serviços, das políticas e da atuação dos psicólogos, bem como superar a autenticação das práticas atreladas à teoria, propondo práticas inovadoras, que surgem no cotidiano do CAPS. Propõe-se o fortalecimento e a continuidade das políticas de saúde mental potencializadoras que visem uma lógica diferenciada de operacionalização. Palavras-chave: Centros de Atenção Psicossocial, Reforma Psiquiátrica, Saúde Mental, Atuação Profissional, Psicologia.From the Psychiatric Reform movement, services such as the Psychosocial Care Centers (CAPSs) have emerged, which constitute mechanisms for the construction of human dignity, based on actions and interventions that favor the process of social reintegration and autonomy of the individual with mental disorder in their territory, accompanied by a reference team, composed of different professional categories, among them the psychologist, who have a primary role in strengthening this process. Professionals who should have their praxis consistent with this model of mental health care. In view of the above, the present research aimed to verify if the actions of the psychologists of the CAPS are in harmony with the ideals of the Psychiatric Reform. For that, a quantitative, descriptive and survey approach was carried out at the national level. We counted on a non-probabilistic sample for convenience composed by 104 psychologists working in CAPS, in 19 Brazilian states. A questionnaire was used, with open and closed questions, addressing the subjects: personal data, complementary training, work characterization, professional work modes and evaluation of professional performance, disseminated via social networks. In the end, quantitative data were analyzed using descriptive statistics, with support from the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) software, and the qualitative data were analyzed by Bardin's Content Analysis. As a result, it was observed that the majority were females, with a mean age of 35.58 years, formed 10.26 years ago and that predominantly work in the interior. The majority do not have specific training in mental health or collective health, work under statutory, clerk or contract. The most used theories are Psychoanalysis and Cognitive Behavioral Therapy, with less representation of contemporary theories directed towards Psychiatric Reform. They carry out individual attendance, group or family visits, reception and home visits or institutional visits. The objectives of daily activities in the CAPS are social reintegration, psychotherapeutic treatment and improvement of the living conditions and autonomy and empowerment. They work primarily as teams and together with other assistance networks, performing RAPS expansion and consolidation actions, such as: matrix support, articulation and intersectoral meetings. They perform the Singular Therapeutic Project, in addition to using other resources and instruments. They do not have clinical-institutional supervision, nor permanent training program. They do not know of innovative practices, but they affirm that their work is in convergence with the Psychiatric Reform. They perform actions in the territory, matrix support and mental health in Primary Care, and empowerment and autonomy. They mention difficulties and challenges in their practice. It is concluded that the psychologist can play an important role in the attention to users in the CAPS, by facilitating the transformation and re-signification of mental health care in order to achieve positive results and to pass on experiences that strengthen the work of your pairs. Keywords: Centers of Psychosocial Attention, Psychiatric Reform, Mental Health, Professional Work, Psychology.Lins, Cynthia de Freitas MeloLins, Cynthia de Freitas MeloCardoso, Lucila MoraesAlchieri, João CarlosMaciel, Regina Heloisa Mattei de OliveiraFerreira, Karla Patricia MartinsUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em PsicologiaFontgalland, Rebeca Cavalcante2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124025https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/24340porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-30T10:44:50Zoai::124025Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2024-01-30T10:44:50Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false |
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