Percepções dos profissionais da estratégia saúde da família acerca do enfrentaamento da violência entre adolescentes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira Júnior, Antonio Rodrigues
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR
Texto Completo: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/93404
Resumo: A violência está inserida no cotidiano das famílias brasileiras, especialmente entre os adolescentes e isso tem gerado demanda para atuação de diversos setores, inclusive da saúde. A atenção básica conseguiu ampliar o acesso da população aos serviços, expandindo as responsabilidades dos gestores e profissionais da área para o desenvolvimento de práticas para seu enfrentamento. Nesta perspectiva, o trabalho analisa as percepções dos cirurgiões-dentistas, enfermeiros, médicos e gestores da Estratégia Saúde da Família acerca do enfrentamento da violência entre adolescentes, descrevendo o entendimento destes acerca de situações vivenciadas envolvendo o fenômeno. Com abordagem qualitativa, assumindo uma releitura da percepção das relações entre os sujeitos e as instituições envolvidas, a pesquisa envolveu três gerentes e 13 profissionais, de três Unidades Básicas de Saúde ? UBS, em Sobral (CE), em 2010. A produção dos elementos que constituíram os discursos dos participantes deu-se por meio de entrevistas individuais e observação participante dos cenários institucionais e estes foram reelaborados mediante a análise do discurso. Os agrupamentos temáticos surgidos no discurso dos gestores sinalizaram que a UBS convive com a violência, o desenvolvimento de ações para o enfrentamento da violência ainda se mostra pontual e a gestão está distante dos adolescentes. No discurso dos profissionais, emergiu que os adolescentes ainda não são prioridade na lógica da Estratégia Saúde da Família; há dificuldade para se articular o trabalho em equipe; os profissionais não se sentem preparados para atuar no enfrentamento da violência. Amplia-se este discurso com relatos da existência de insegurança profissional para lidar com as situações de violência e a cobrança dos gestores para que trabalhem com o tema direcionando-o aos adolescentes. Duas descontinuidades temáticas apontaram a não priorização da promoção da saúde nos cenários investigados e conhecimento evidenciado por um dos participantes sobre violência e facilidade de trabalhar com adolescentes. Em concluso, essa realidade pode dificultar a consolidação de um modelo de atenção em saúde que priorize a co-responsabilização, centrada nas dimensões de saúde do usuário. Desse modo, fragiliza a formação de vínculos entre os integrantes da equipe e comunidade, compromete a articulação de ações promotoras de saúde dos indivíduos e suas famílias e o enfrentamento responsável da violência contra o adolescente.
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Com abordagem qualitativa, assumindo uma releitura da percepção das relações entre os sujeitos e as instituições envolvidas, a pesquisa envolveu três gerentes e 13 profissionais, de três Unidades Básicas de Saúde ? UBS, em Sobral (CE), em 2010. A produção dos elementos que constituíram os discursos dos participantes deu-se por meio de entrevistas individuais e observação participante dos cenários institucionais e estes foram reelaborados mediante a análise do discurso. Os agrupamentos temáticos surgidos no discurso dos gestores sinalizaram que a UBS convive com a violência, o desenvolvimento de ações para o enfrentamento da violência ainda se mostra pontual e a gestão está distante dos adolescentes. No discurso dos profissionais, emergiu que os adolescentes ainda não são prioridade na lógica da Estratégia Saúde da Família; há dificuldade para se articular o trabalho em equipe; os profissionais não se sentem preparados para atuar no enfrentamento da violência. Amplia-se este discurso com relatos da existência de insegurança profissional para lidar com as situações de violência e a cobrança dos gestores para que trabalhem com o tema direcionando-o aos adolescentes. Duas descontinuidades temáticas apontaram a não priorização da promoção da saúde nos cenários investigados e conhecimento evidenciado por um dos participantes sobre violência e facilidade de trabalhar com adolescentes. Em concluso, essa realidade pode dificultar a consolidação de um modelo de atenção em saúde que priorize a co-responsabilização, centrada nas dimensões de saúde do usuário. Desse modo, fragiliza a formação de vínculos entre os integrantes da equipe e comunidade, compromete a articulação de ações promotoras de saúde dos indivíduos e suas famílias e o enfrentamento responsável da violência contra o adolescente.Violence is part of the every day life of brazilian families, specially among adolescents this hás generated a demand for attention in various setors, including the health area. Basic attention has amplified the population?s acess to the services, expanding the responsibilities of administrators and professionals in this area to develope practices to confront it. With this prospective, the study analyzes perceptions by dentists, nurses, doctors and administrators of the Family Health Strategy to confront violence among adolescents. With a qualitative approach, assuming a re-reading of the perceptions of the relationships between the subjects and institutions envolved, the research included three managers and 13 professionals in three Basic Health Units (BHU) in Sobral, Ceará, Brazil, in 2009-2010. The elements produced constitute the discourses of the participants done using individual interviews and by observing participant in the institutional scenarios and these were re-elaborated analyzing the discourse. The thematic groups that formed during the administrators? discourse showed that the BHU lived with the violence, developing action to confront the violence is still punctual and the administration is distant from the adolescents. In the professionals? discourses, emerged the fact that the adolescents still are not a priority in the Family Health Strategy?s logic. It is hard to have teamwork, and the professionals do not feel prepared to confront the violence. There are also narratives of Professional insecurity to deal with violent situations and administrative pressure to work with the theme directed towards adolescents. Two cases pointed to a failure to priorization health promotion in the investigated scenarios. One of the participants knew about the violence and how easy it was to work with adolescents. In conclusion, this reality can make it difficult to consolidate a model of attention to health that prioritizes co-responsability centralized on the patients? health dimensions. In this way, it fragilizes the links formed among the health staff and the community, it compromises the articulation of health promoting actions of individual and their families and the responsible confrontation of the violence against the adolescent.Vieira, Luiza Jane Eyre de SouzaVieira, Luiza Jane Eyre de SouzaBarros, Nelson Filice deMatsue, Regina YoshieMachado, Maria de Fatima Antero SousaUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Saúde ColetivaFerreira Júnior, Antonio Rodrigues2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/93404https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/8093Disponibilidade forma física: Existe obra impressa de código : 86997porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess1899-12-30T00:00:00Zoai::93404Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:1899-12-30T00:00Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false
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