Segregação socioespacial periférica de Fortaleza: a análise da rede de transporte público como instrumento de segregação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR |
Texto Completo: | https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124546 |
Resumo: | A segregação socioespacial de Fortaleza tem uma tendência que se caracteriza por possuir grande desigualdade social que percorre o tecido urbano do município. As áreas que mais sofrem com as consequências dessa segregação são aquelas reúnem populações com menor poder aquisitivo, encontram-se nas regiões periféricas da cidade. Essas localizações, por sua vez, mantêm condições de acessibilidade por transporte público inferior quando comparado as áreas que concentram bairros nobres. Tendo isso em vista, esse trabalho levantou a hipótese que o nível de acessibilidade da população de baixa renda moradora das periferias é afetado negativamente pela condição de baixa conectividade direta da rede de transporte coletivo, ou seja, acredita-se que essa população é forçada a realizar um número maior de trocas de ônibus por se conectar diretamente com poucos bairros. Dessa maneira, esse trabalho tem o objetivo de evidenciar as relações da baixa qualidade da conectividade do sistema de transporte público com baixos níveis de acessibilidade da população periferizada de Fortaleza. Para isso desenvolveu-se uma caracterização socioeconômica e espacial, para desvendar a organização da segregação no tecido urbano e para quantificar a conectividade e acessibilidade. Para a etapa de caracterização socioeconômica, levou-se em consideração os dados de renda e densidade populacional, assim, através da organização e da formulação dados georreferenciados, foi possível desenvolver o cruzamento de dados e ainda averiguar a correlação a partir no índice Moran, identificando assim, a segregação estabelecida nas regiões Sudoeste e Noroeste da cidade e os bairros com situação mais prioritária para políticas públicas. Na etapa de caracterização espacial, levou-se em consideração a formulação de um indicador chamado Caminho Direto, no qual possibilitou a quantificação da conectividade de direta (sem transbordos) de cada um dos 119 bairros do município, através do sistema de transporte coletivo por ônibus. Em seguida, foram coletados os dados de acessibilidade e estes foram tratados e organizados de modo que viabilizasse a comparação dos dados espaciais, ou seja, para a identificação da dependência espacial das duas variáveis (conectividade e acessibilidade). Assim, pôde-se concluir que existe uma dependência espacial entre as referidas variáveis de -0.4 e que as áreas que concentram os piores indicadores de acessibilidade e de conectividade direta estão localizados na região periférica ao Sul da cidade, que por sua vez é predominantemente residida por população de menor poder aquisitivo, enquanto as melhores taxas de conectividade e acessibilidade encontram-se nas proximidades do bairro Centro da cidade, onde encontram-se os bairros com maior poder aquisitivo. Palavras-chave: Conectividade; Acessibilidade; Segregação Socioespacial. |
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Segregação socioespacial periférica de Fortaleza: a análise da rede de transporte público como instrumento de segregaçãoTransportes públicos - Fortaleza (CE)Segregação SocialAcessibilidade ao meio físicoA segregação socioespacial de Fortaleza tem uma tendência que se caracteriza por possuir grande desigualdade social que percorre o tecido urbano do município. As áreas que mais sofrem com as consequências dessa segregação são aquelas reúnem populações com menor poder aquisitivo, encontram-se nas regiões periféricas da cidade. Essas localizações, por sua vez, mantêm condições de acessibilidade por transporte público inferior quando comparado as áreas que concentram bairros nobres. Tendo isso em vista, esse trabalho levantou a hipótese que o nível de acessibilidade da população de baixa renda moradora das periferias é afetado negativamente pela condição de baixa conectividade direta da rede de transporte coletivo, ou seja, acredita-se que essa população é forçada a realizar um número maior de trocas de ônibus por se conectar diretamente com poucos bairros. Dessa maneira, esse trabalho tem o objetivo de evidenciar as relações da baixa qualidade da conectividade do sistema de transporte público com baixos níveis de acessibilidade da população periferizada de Fortaleza. Para isso desenvolveu-se uma caracterização socioeconômica e espacial, para desvendar a organização da segregação no tecido urbano e para quantificar a conectividade e acessibilidade. Para a etapa de caracterização socioeconômica, levou-se em consideração os dados de renda e densidade populacional, assim, através da organização e da formulação dados georreferenciados, foi possível desenvolver o cruzamento de dados e ainda averiguar a correlação a partir no índice Moran, identificando assim, a segregação estabelecida nas regiões Sudoeste e Noroeste da cidade e os bairros com situação mais prioritária para políticas públicas. Na etapa de caracterização espacial, levou-se em consideração a formulação de um indicador chamado Caminho Direto, no qual possibilitou a quantificação da conectividade de direta (sem transbordos) de cada um dos 119 bairros do município, através do sistema de transporte coletivo por ônibus. Em seguida, foram coletados os dados de acessibilidade e estes foram tratados e organizados de modo que viabilizasse a comparação dos dados espaciais, ou seja, para a identificação da dependência espacial das duas variáveis (conectividade e acessibilidade). Assim, pôde-se concluir que existe uma dependência espacial entre as referidas variáveis de -0.4 e que as áreas que concentram os piores indicadores de acessibilidade e de conectividade direta estão localizados na região periférica ao Sul da cidade, que por sua vez é predominantemente residida por população de menor poder aquisitivo, enquanto as melhores taxas de conectividade e acessibilidade encontram-se nas proximidades do bairro Centro da cidade, onde encontram-se os bairros com maior poder aquisitivo. Palavras-chave: Conectividade; Acessibilidade; Segregação Socioespacial.The sociospatial segregation of Fortaleza has a tendency that is characterized by having great social inequality in the urban fabric of the municipality. The areas that suffer most from the consequences of this segregation are those with populations with less purchasing power, located in the peripheral regions of the city. These locations, in turn, maintain accessibility conditions by inferior public transport when compared to areas that concentrate upscale neighborhoods. This work raised the hypothesis that the level of accessibility of the low-income population living in the peripheries is negatively affected by the condition of low direct connectivity of the public transport network, that is, it is believed that this population is forced to carry out a greater number of bus changes for connecting directly with few neighborhoods. In this way, this work has the objective of showing the relations of the low quality of the connectivity of the public transport system with low levels of accessibility of the peripheral population of Fortaleza. For this, it developed a socioeconomic and spatial characterization, to unveil the organization of segregation in the urban environment and to quantify connectivity and accessibility. For the socioeconomic characterization stage, income and population density data were considered, thus, through the organization and formulation of georeferenced data, it was possible to develop the crossing of data and still ascertain the correlation from the Moran index, thus identifying the segregation established in the Southwest and Northwest regions of the city and the neighborhoods with the highest priority for public policies. In the stage of spatial characterization, the indicator Caminho Direto was developed, which made it possible to quantify the direct connectivity (without transshipments) of each of the 119 neighborhoods in the municipality, through the collective bus transport system. Then, the accessibility data were collected and these were treated and organized to enable the comparison of spatial data, that is, for the identification of the spatial dependence of the two variables (connectivity and accessibility). It was concluded that there is a spatial dependence between the referred variables of -0.4 and that the areas that concentrate the worst indicators of accessibility and direct connectivity are located in the peripheral region to the south of the city, which is predominantly resided by population with less purchasing power, while the best connectivity and accessibility rates are found in the vicinity of the "Centro" neighborhood of the city, in the area there are neighborhoods with greater purchasing power. Keywords: Connectivity; Accessibility; Sociospatial Segregation.Lopes, André SoaresLopes, André SoaresRomcy, Cristina Maria AlemeCavalcante, Antonio Paulo de HollandaUniversidade de Fortaleza. Mestrado Profissional em Ciências da CidadePalmeira, Cindy Rebouças2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124546https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/24579porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-25T21:48:46Zoai::124546Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2024-01-25T21:48:46Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false |
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