A migração para assumir cargo público federal: vivências do ser migrante e implicações na saúde mental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Mariana de Brito
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR
Texto Completo: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124006
Resumo: INTRODUÇÃO: No mundo do trabalho, vivencia-se uma realidade de altas taxas de desemprego e outros riscos associados. Nesse contexto, ocupar um cargo público é uma oportunidade de emprego estável. Com a aprovação no concurso público, pessoas mudam para outros estados para assumir o cargo e passam a vivenciar a migração, situação complexa de mudanças rápidas e constantes no contexto e nas relações, o que pode vir a ter implicações na saúde mental. Com isso, direciona-se um olhar para compreender esse vivido da migração desses sujeitos através da abordagem fenomenológica existencial de Merleau-Ponty, que favorece o olhar ampliado e contextual, preocupando-se com o modo como o conhecimento do mundo se realiza para cada pessoa, o que se desdobra na saúde e no cuidado integral. OBJETIVOS: Compreender a experiência vivida da migração para assumir cargo público. Objetivou-se especificamente descrever a experiência vivida da migração para assumir cargo público com base na fenomenologia de Merleau-Ponty e (re)conhecer as implicações do processo de migração para assumir cargo público na saúde mental do servidor público federal. MÉTODOS: Desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, baseada no método fenomenológico crítico, utilizando-se da entrevista fenomenológica com servidores públicos federais que vivem ou viveram a mudança de estado para assumir cargo público. Os participantes foram contatados mediante a técnica snowball e utilizou-se o método de saturação teórica. Foram entrevistados 13 servidores públicos federais. Fez-se uso do método fenomenológico crítico para análise e discussão dos resultados e, através dos temas emergentes, obtiveram-se 3 categorias de análise, tendo uma delas três subcategorias. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A experiência vivida da migração para assumir cargo público se mostra ancorada em um mundo no qual a aprovação no concurso se tornou uma conquista e realização de sonho. Quando migram para assumir o cargo, os servidores vivenciam dificuldades e sofrimentos relacionados a aspectos como distância familiar, isolamento, não adaptação e desejo do retorno, o que para alguns, foram vividos de forma adoecida. Esta experiência também foi significada como de crescimento pessoal e fortalecimento, e o acolhimento e a rede de apoio surgiram como fatores de cuidado e proteção, portanto, de saúde e bem-estar perante as adversidades vividas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foi possível uma aproximação compreensiva da experiência vivida da migração para assumir cargo público federal, que despontou como uma experiência ambígua, na qual aspectos positivos e negativos se entrelaçam nessa relação sujeito/mundo, que é objetiva e subjetiva. Os significados remeteram às implicações dessas migrações na saúde mental desses servidores, considerando uma saúde que olha o sujeito na sua integralidade. Verificou-se que o acolhimento e a rede de apoio são importantes fatores de cuidado, proteção, saúde e bem-estar perante as adversidades vividas e promover a cultura do acolhimento seria uma forma de prevenção de adoecimentos e de promoção da saúde. Palavras-chave: Migração. Trabalho. Cargo Público Federal. Saúde Mental. Merleau-Ponty. Experiência.
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OBJETIVOS: Compreender a experiência vivida da migração para assumir cargo público. Objetivou-se especificamente descrever a experiência vivida da migração para assumir cargo público com base na fenomenologia de Merleau-Ponty e (re)conhecer as implicações do processo de migração para assumir cargo público na saúde mental do servidor público federal. MÉTODOS: Desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, baseada no método fenomenológico crítico, utilizando-se da entrevista fenomenológica com servidores públicos federais que vivem ou viveram a mudança de estado para assumir cargo público. Os participantes foram contatados mediante a técnica snowball e utilizou-se o método de saturação teórica. Foram entrevistados 13 servidores públicos federais. Fez-se uso do método fenomenológico crítico para análise e discussão dos resultados e, através dos temas emergentes, obtiveram-se 3 categorias de análise, tendo uma delas três subcategorias. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A experiência vivida da migração para assumir cargo público se mostra ancorada em um mundo no qual a aprovação no concurso se tornou uma conquista e realização de sonho. Quando migram para assumir o cargo, os servidores vivenciam dificuldades e sofrimentos relacionados a aspectos como distância familiar, isolamento, não adaptação e desejo do retorno, o que para alguns, foram vividos de forma adoecida. Esta experiência também foi significada como de crescimento pessoal e fortalecimento, e o acolhimento e a rede de apoio surgiram como fatores de cuidado e proteção, portanto, de saúde e bem-estar perante as adversidades vividas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foi possível uma aproximação compreensiva da experiência vivida da migração para assumir cargo público federal, que despontou como uma experiência ambígua, na qual aspectos positivos e negativos se entrelaçam nessa relação sujeito/mundo, que é objetiva e subjetiva. Os significados remeteram às implicações dessas migrações na saúde mental desses servidores, considerando uma saúde que olha o sujeito na sua integralidade. Verificou-se que o acolhimento e a rede de apoio são importantes fatores de cuidado, proteção, saúde e bem-estar perante as adversidades vividas e promover a cultura do acolhimento seria uma forma de prevenção de adoecimentos e de promoção da saúde. Palavras-chave: Migração. Trabalho. Cargo Público Federal. Saúde Mental. Merleau-Ponty. Experiência.INTRODUCTION: The current rise of unemployment rates implicate in associated risks, regarding workers mental health, for example. In the context of Brazil, working at the federal public sector is an opportunity of stable employment. To be able to work in such institutions federal and national exams are required and with job vacancies all over the country. Therefore, to work in such federal institutions people often migrate to different states. Such changes are complex and abrupt to the migrant and can have implications on their mental health. This research addresses such migrations with the lens of Merleau-Pontys¿ existential phenomenological approach. Such approach amplifies peoples¿ individualized context, addressing ways that humans perceive the world, which therefore have effects in their body and mental health. OBJECTIVES: The understanding of migration experiences of public employees with the lens of Merleau-Pontys¿ phenomenological approach. More specifically, to (re)explore the implications of such migrations on the mental health of public employees. METHODOLOGY: A qualitative research was developed, based on a phenomenological critical approach. Interviews were conducted with public employees that are living or lived outside their home state in order to work for public institutions. The participants were contacted according to the snowball technique, and furthermore the method of theoretical saturation was used. Thirteen federal/public employees were interviewed. The phenomenological critical approach was used to analyze and discuss the results. Results showed emergent themes, classified in three categories of analysis, with three subcategories. RESULTS AND DISCUSSION: The migration experience to work in the public sector is attributed to the feeling of accomplishment and achievement of a dream. The migration experience can be perceived as difficult among public employees. For some, situations such as distance from the family, isolation, adaptation and integration issues and desire to return home were experienced in a quite painful way. At the same time, such experiences were also interpreted as a possibility for personal strength and growth. Migrants reported that, while facing the aforementioned migration difficulties, social networks, such as friendships or working colleagues, made them feel protected and had positive influence in their health and well-being. CONCLUSION: The thesis concluded that public employees¿ migration experiences were understood as ambiguous. Results showed interrelations between positive and negative aspects of such experiences, highlighting that the relationship between humans and the world can be objective and subjective. Such aspects have implications in migration processes and the mental health of public employees. Therefore, is required that public health addresses the body and mental health of such type of migrant. It was acknowledged that social networks are important factors for the migrants¿ feeling of being cared, protection, health and well-being when facing migration challenges. A new culture of communities and social networks for migrants could be an important future tool to prevent mental health issues and promotion of health. Keywords: Migration. Work. Federal Public Sector. Mental Health. Merleau-Ponty.Experience.Amorim, Rosendo Freitas deAmorim, Rosendo Freitas deMelo, Anna Karynne da SilvaMorais, Preciliana Barreto deBloc, Lucas GuimarãesBrilhante, Aline Veras MoraisUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Saúde ColetivaLima, Mariana de Brito2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124006https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/24321porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess1899-12-30T00:00:00Zoai::124006Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:1899-12-30T00:00Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false
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