O estigma da violência sofrida por mulheres na relação com parceiros íntimos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR |
Texto Completo: | https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/81152 |
Resumo: | Este trabalho tem o propósito de apresentar a experiência vivida pela autora por meio da pesquisa O Estigma da Violência Sofrida por Mulheres na Relação com Parceiros Íntimos, cujo foco central é compreender quais os determinantes nesta relação abusiva / agressiva que concorrem para que elas tenham dificuldades em denunciar seus agressores. Para tanto, foram empregados o método fenomenológico crítico ?mundano? e a observação participante, como técnicas do método etnográfico. A fim de promover aproximação com as mulheres, realizaram-se oficinas com o tema Violência Contra a Mulher, das quais emergiram oito sujeitos colaboradores. Os resultados mostraram que estas mulheres vivenciavam, na relação com seus parceiros, diversas modalidades de violência. Constatou-se ainda que carregam uma experiência estigmatizada e se percebem em situação de inferioridade e desvantagem em relação às outras. Desse modo, pela vergonha de serem vistas aos olhos do ?mundo? como mulheres espancadas e maltratadas psicologicamente ocultam seus infortúnios, acarretando morosidade na efetivação de denúncias contra seus agressores. Outros fatores contribuem para que permaneçam em relações conflituosas e retardem as denúncias, tais como: falta de moradia própria, desemprego, desconhecimento das redes de apoio institucional, falta de amparo da família e o afeto que ainda nutrem pelos parceiros. Também se observou que as mulheres, mesmo detendo parcelas de poder menores do que os homens, resistem e muitas vezes revidam com atos violentos em relação aos seus parceiros. Portanto, pôr em dúvida a lógica da vitimação é vislumbrar a possibilidade de reação das mulheres, mesmo que se encontrem, sob o ponto de vista do poder, muito aquém dos homens. Elas não consentem a violência, apenas cedem. Por último, foi abordada a percepção das mulheres sobre a Lei Maria da Penha, como instrumento de cidadania feminina no sentido de detectar se, com o seu advento, aumentaram as denúncias. |
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