Preconceito e discriminação na velhice: uma análise sobre a relação com a crise suicida
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR |
Texto Completo: | https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124399 |
Resumo: | Esta tese de doutorado teve como objetivo geral investigar a relação entre experiências de preconceito e discriminação com a crise suicida na velhice. Para alcançar este objetivo, foram desenvolvidos um artigo teórico e dois artigos empíricos. O primeiro artigo apresenta uma revisão teórica sobre os aspectos do cenário contemporâneo que sustentam a criação e manutenção de estereótipos negativos acerca dos idosos, bem como sua colaboração para a institucionalização do preconceito contra os idosos. O segundo artigo de cunho qualitativo, do tipo exploratório e descritivo, buscou investigar como os idosos percebem e experienciam o preconceito e a discriminação na velhice. Para tanto, participaram deste estudo 27 idosos, com idades variando entre 63 a 88 anos. Como instrumentos, utilizou-se uma ficha de identificação do idoso, o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) utilizando como palavra indutora ¿velhice¿ e uma entrevista semiestruturada. A análise do TALP contou com a utilização do software IRaMuTeQ. Após análise qualitativa elencou-se três categorias: a) características e estereótipos acerca da velhice; b) experiências de preconceito e discriminação na velhice; e c) novas possibilidades e avaliação positiva da velhice. A partir dos resultados, observou-se que os idosos percebem a velhice transcorrida por estereótipos negativos e, repetidamente, interiorizam sentimentos negativos por integrarem um grupo alvo de preconceito e discriminação. Os resultados também indicaram uma naturalização do ageísmo e uma dificuldade do próprio idoso em identificar conteúdos preconceituosos. O terceiro artigo buscou analisar a relação do preconceito e discriminação com a crise suicida na velhice. Para a obtenção dos resultados, buscou-se conhecer os sentimentos experienciados pelos idosos acerca da própria velhice; evidenciar como o sofrimento decorrente da experiência de preconceito e discriminação podem afetar a motivação de idosos para viver a velhice e analisar os fatores psicossociais associados à crise suicida na velhice. Os participantes foram 15 idosos com idades variando entre 65 e 88 anos, que apresentaram em seus relatos pensamentos de morte ou que afirmaram ter vivenciado uma crise suicida na velhice. Como instrumentos utilizou-se uma ficha de identificação pessoal e social do idoso e uma entrevista semiestruturada. Após uma análise qualitativa dos relatos dos idosos evidenciou-se três categorias: a) internalização dos estereótipos negativos da velhice; b) o preconceito e discriminação nas entrelinhas do sofrimento na velhice: sentimentos experienciados e; c) fatores psicossociais associados a crise suicida na velhice. Os resultados sugerem que experiências de preconceito e discriminação na velhice ampliam a vulnerabilidade do idoso em relação à crise suicida. Por fim, foram discutidos os resultados dos três estudos, a fim de defender a presente tese. A discussão geral dos resultados apontou que experiências de preconceito e discriminação na velhice podem ser compreendidas como fatores psicossociais que perpassam a crise suicida em idosos, especialmente, através de manifestações flagrantes dessa discriminação, a saber, abandono e negligência familiar, violência, isolamento e desvalorização social. Os estudos que compuseram a tese indicam que a internalização dos estereótipos negativos que permeiam a velhice, frequentemente, deturpam a percepção do próprio idoso em relação às possibilidades de experienciar uma velhice com qualidade. Destarte a tese mostra que há uma relação entre as experiências de preconceito e discriminação e a crise suicida. Contudo, cabe ponderar que o suicídio é um fenômeno multifatorial, portanto, esta não é a única variável explicativa do fenômeno. Palavras-Chave: Preconceito, Discriminação, Estereótipos, Velhice, Crise Suicida. |
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Preconceito e discriminação na velhice: uma análise sobre a relação com a crise suicidaPrejudice and discrimination in old age : an analysis on the relationship with the suicide crisisIdosos - Aspectos psicológicosIdosos - SuicídioEstereótipos (Psicologia)Esta tese de doutorado teve como objetivo geral investigar a relação entre experiências de preconceito e discriminação com a crise suicida na velhice. Para alcançar este objetivo, foram desenvolvidos um artigo teórico e dois artigos empíricos. O primeiro artigo apresenta uma revisão teórica sobre os aspectos do cenário contemporâneo que sustentam a criação e manutenção de estereótipos negativos acerca dos idosos, bem como sua colaboração para a institucionalização do preconceito contra os idosos. O segundo artigo de cunho qualitativo, do tipo exploratório e descritivo, buscou investigar como os idosos percebem e experienciam o preconceito e a discriminação na velhice. Para tanto, participaram deste estudo 27 idosos, com idades variando entre 63 a 88 anos. Como instrumentos, utilizou-se uma ficha de identificação do idoso, o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) utilizando como palavra indutora ¿velhice¿ e uma entrevista semiestruturada. A análise do TALP contou com a utilização do software IRaMuTeQ. Após análise qualitativa elencou-se três categorias: a) características e estereótipos acerca da velhice; b) experiências de preconceito e discriminação na velhice; e c) novas possibilidades e avaliação positiva da velhice. A partir dos resultados, observou-se que os idosos percebem a velhice transcorrida por estereótipos negativos e, repetidamente, interiorizam sentimentos negativos por integrarem um grupo alvo de preconceito e discriminação. Os resultados também indicaram uma naturalização do ageísmo e uma dificuldade do próprio idoso em identificar conteúdos preconceituosos. O terceiro artigo buscou analisar a relação do preconceito e discriminação com a crise suicida na velhice. Para a obtenção dos resultados, buscou-se conhecer os sentimentos experienciados pelos idosos acerca da própria velhice; evidenciar como o sofrimento decorrente da experiência de preconceito e discriminação podem afetar a motivação de idosos para viver a velhice e analisar os fatores psicossociais associados à crise suicida na velhice. Os participantes foram 15 idosos com idades variando entre 65 e 88 anos, que apresentaram em seus relatos pensamentos de morte ou que afirmaram ter vivenciado uma crise suicida na velhice. Como instrumentos utilizou-se uma ficha de identificação pessoal e social do idoso e uma entrevista semiestruturada. Após uma análise qualitativa dos relatos dos idosos evidenciou-se três categorias: a) internalização dos estereótipos negativos da velhice; b) o preconceito e discriminação nas entrelinhas do sofrimento na velhice: sentimentos experienciados e; c) fatores psicossociais associados a crise suicida na velhice. Os resultados sugerem que experiências de preconceito e discriminação na velhice ampliam a vulnerabilidade do idoso em relação à crise suicida. Por fim, foram discutidos os resultados dos três estudos, a fim de defender a presente tese. A discussão geral dos resultados apontou que experiências de preconceito e discriminação na velhice podem ser compreendidas como fatores psicossociais que perpassam a crise suicida em idosos, especialmente, através de manifestações flagrantes dessa discriminação, a saber, abandono e negligência familiar, violência, isolamento e desvalorização social. Os estudos que compuseram a tese indicam que a internalização dos estereótipos negativos que permeiam a velhice, frequentemente, deturpam a percepção do próprio idoso em relação às possibilidades de experienciar uma velhice com qualidade. Destarte a tese mostra que há uma relação entre as experiências de preconceito e discriminação e a crise suicida. Contudo, cabe ponderar que o suicídio é um fenômeno multifatorial, portanto, esta não é a única variável explicativa do fenômeno. Palavras-Chave: Preconceito, Discriminação, Estereótipos, Velhice, Crise Suicida.This doctoral dissertation aimed to investigate the relationship between experiences of prejudice and discrimination with the suicidal crisis in old age. To achieve this goal, a theoretical article and two empirical articles were developed. The first article presents a theoretical review about the aspects of the contemporary scenario that support the creation and maintenance of negative stereotypes about the elderly, as well as their collaboration for the institutionalization of prejudice against the elderly. The second qualitative, exploratory and descriptive article sought to investigate how the elderly perceive and experience prejudice and discrimination in old age. To this end, 27 elderly people participated in this study, aged between 63 and 88 years. The instruments used were an identification form of the elderly, the Free Word Association Test (TALP) using as an inductive word ¿old age¿ and a semi-structured interview. The analysis of TALP relied on the use of IRaMuTeQ software. After qualitative analysis three categories were listed: a) Characteristics and Stereotypes about old age; b) experiences of prejudice and discrimination in old age; and c) New possibilities and positive assessment of old age. From the results, it was observed that the elderly perceive old age passed by negative stereotypes and repeatedly internalize negative feelings for being part of a target group of prejudice and discrimination. The results also indicated a naturalization of ageism and a difficulty of the elderly to identify prejudiced content. The third article sought to analyze the relationship of prejudice and discrimination with the suicidal crisis in old age. To obtain the results, we sought to know the feelings experienced by the elderly about their own old age; to show how the suffering resulting from the experience of prejudice and discrimination can affect the motivation of the elderly to live old age and to analyze the psychosocial factors associated with suicidal crisis in old age. Participants were 15 elderly people aged between 65 and 88 years old who presented thoughts of death in their reports or who claimed to have experienced a suicidal crisis in old age. The instruments used were a personal and social identification form of the elderly and a semi-structured interview. After a qualitative analysis of the reports of the elderly, three categories were evidenced: a) internalization of negative stereotypes of old age; b) Prejudice and discrimination between the lines of suffering in old age: feelings experienced and; c) Psychosocial factors associated with suicidal crisis in old age. The results suggest that experiences of prejudice and discrimination in old age increase the vulnerability of the elderly in relation to the suicidal crisis. Finally, the results of the three studies were discussed in order to defend the present thesis. The general discussion of the results indicated that experiences of prejudice and discrimination in old age can be understood as psychosocial factors that pervade the suicidal crisis in the elderly, especially through blatant manifestations of this discrimination, namely, abandonment and neglect, violence, isolation and devaluation social. The studies that made up the thesis indicate that the internalization of negative stereotypes that permeate old age often misrepresent the elderly person's own perception of the possibilities of experiencing a quality old age. Thus, the thesis shows that there is a relationship between the experiences of prejudice and discrimination and the suicidal crisis. However, it should be considered that suicide is a multifactorial phenomenon, so this is not the only explanatory variable of the phenomenon. Keywords: Prejudice, Discrimination, Stereotypes, Old Age, Suicidal Crisis.Souza, Luana Elayne Cunha deViana, Luciana Maria MaiaSouza, Luana Elayne Cunha deViana, Luciana Maria MaiaMinayo, Maria Cecília de SouzaAraujo, Ludgleydson Fernandes deMorais, Normanda Araújo deMoreira, Pollyana de LucenaUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em PsicologiaTeixeira, Selena Mesquita de Oliveira2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124399https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/24491porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-26T09:46:15Zoai::124399Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2024-01-26T09:46:15Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false |
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Souza, Luana Elayne Cunha de Viana, Luciana Maria Maia Souza, Luana Elayne Cunha de Viana, Luciana Maria Maia Minayo, Maria Cecília de Souza Araujo, Ludgleydson Fernandes de Morais, Normanda Araújo de Moreira, Pollyana de Lucena Universidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Psicologia |
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Esta tese de doutorado teve como objetivo geral investigar a relação entre experiências de preconceito e discriminação com a crise suicida na velhice. Para alcançar este objetivo, foram desenvolvidos um artigo teórico e dois artigos empíricos. O primeiro artigo apresenta uma revisão teórica sobre os aspectos do cenário contemporâneo que sustentam a criação e manutenção de estereótipos negativos acerca dos idosos, bem como sua colaboração para a institucionalização do preconceito contra os idosos. O segundo artigo de cunho qualitativo, do tipo exploratório e descritivo, buscou investigar como os idosos percebem e experienciam o preconceito e a discriminação na velhice. Para tanto, participaram deste estudo 27 idosos, com idades variando entre 63 a 88 anos. Como instrumentos, utilizou-se uma ficha de identificação do idoso, o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) utilizando como palavra indutora ¿velhice¿ e uma entrevista semiestruturada. A análise do TALP contou com a utilização do software IRaMuTeQ. Após análise qualitativa elencou-se três categorias: a) características e estereótipos acerca da velhice; b) experiências de preconceito e discriminação na velhice; e c) novas possibilidades e avaliação positiva da velhice. A partir dos resultados, observou-se que os idosos percebem a velhice transcorrida por estereótipos negativos e, repetidamente, interiorizam sentimentos negativos por integrarem um grupo alvo de preconceito e discriminação. Os resultados também indicaram uma naturalização do ageísmo e uma dificuldade do próprio idoso em identificar conteúdos preconceituosos. O terceiro artigo buscou analisar a relação do preconceito e discriminação com a crise suicida na velhice. Para a obtenção dos resultados, buscou-se conhecer os sentimentos experienciados pelos idosos acerca da própria velhice; evidenciar como o sofrimento decorrente da experiência de preconceito e discriminação podem afetar a motivação de idosos para viver a velhice e analisar os fatores psicossociais associados à crise suicida na velhice. Os participantes foram 15 idosos com idades variando entre 65 e 88 anos, que apresentaram em seus relatos pensamentos de morte ou que afirmaram ter vivenciado uma crise suicida na velhice. Como instrumentos utilizou-se uma ficha de identificação pessoal e social do idoso e uma entrevista semiestruturada. Após uma análise qualitativa dos relatos dos idosos evidenciou-se três categorias: a) internalização dos estereótipos negativos da velhice; b) o preconceito e discriminação nas entrelinhas do sofrimento na velhice: sentimentos experienciados e; c) fatores psicossociais associados a crise suicida na velhice. Os resultados sugerem que experiências de preconceito e discriminação na velhice ampliam a vulnerabilidade do idoso em relação à crise suicida. Por fim, foram discutidos os resultados dos três estudos, a fim de defender a presente tese. A discussão geral dos resultados apontou que experiências de preconceito e discriminação na velhice podem ser compreendidas como fatores psicossociais que perpassam a crise suicida em idosos, especialmente, através de manifestações flagrantes dessa discriminação, a saber, abandono e negligência familiar, violência, isolamento e desvalorização social. Os estudos que compuseram a tese indicam que a internalização dos estereótipos negativos que permeiam a velhice, frequentemente, deturpam a percepção do próprio idoso em relação às possibilidades de experienciar uma velhice com qualidade. Destarte a tese mostra que há uma relação entre as experiências de preconceito e discriminação e a crise suicida. Contudo, cabe ponderar que o suicídio é um fenômeno multifatorial, portanto, esta não é a única variável explicativa do fenômeno. Palavras-Chave: Preconceito, Discriminação, Estereótipos, Velhice, Crise Suicida. |
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