COVID-19: análise do perfil de pacientes pediátricos internados em Fortaleza-Ceará

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Paula Neves Pimentel
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR
Texto Completo: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/128047
Resumo: Introdução: No final de 2019, um novo vírus pertencente à família Coronaviridae foi responsável por casos de pneumonia que logo se espalharam, constituindo uma pandemia. Até o momento, os estudos demonstram que a população pediátrica parece possuir algum grau de proteção natural contra esta infecção, apresentando menor morbimortalidade associada. A maioria dos pacientes pediátricos avaliados tiveram infecção oligossintomática ou assintomática. Entretanto, alguns apresentaram evolução clínica desfavorável, sendo necessário hospitalização. Pacientes que possuem comorbidades e os que evoluíram com Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) necessitaram, com maior probabilidade, de suporte clínico intensivo e apresentaram maior risco para desfecho fatal. Objetivo: analisar a história natural da infecção pelo novo coronavírus (SARSCoV-2) em crianças e adolescentes hospitalizados no município de Fortaleza. Método: trata-se de estudo observacional e analítico com caráter retrospectivo do tipo coorte, envolvendo indivíduos, hospitalizados em leitos de pediatria em Fortaleza-Ceará, com diagnóstico laboratorial confirmado para infecção por SARSCoV-2, entre junho de 2020 e junho de 2021. Foram analisadas características sociodemográficas, clínicas e laboratoriais. Três desfechos principais foram avaliados: SIM-P (21 pacientes), admissão em unidade de terapia intensiva (52 pacientes) e óbito (13 pacientes). Resultados: 202 indivíduos menores de 19 anos com diagnóstico laboratorial confirmado foram incluídos no estudo. A mediana da idade foi de 6,39 anos; 51,5% eram do sexo masculino; 73,8% tinham alguma comorbidade e 12,9% apresentaram a forma assintomáticos da infecção por SARSCoV-2. Os sintomas mais comuns na admissão hospitalar, foram febre, tosse e dispneia. Foi possível observar que indivíduos com SIM-P apresentaram mais sintomas no trato gastrointestinal [Dor abdominal ¿ OR = 15,56 (1,35 ¿ 179,45)] e sintomas mucocutâneos [Conjuntivite ¿ OR = 32,76 (2,55 ¿ 420,25) e exantema ¿ [OR = 24,78 (1,71 ¿ 359,42)], provas inflamatórias mais elevadas e maior risco para doença severa ou crítica, porém não evoluíram com taxas maiores de letalidade. Os sinais e sintomas mais relacionados com a necessidade de suporte intensivo foram mialgia [OR = 5,87 (1,63 ¿ 21,17)]; dispneia ¿ [OR = 2,57 (1,09 ¿ 6,11)],; redução da hemoglobina no hemograma admissional ¿ [OR = 0,79 (0,66 ¿ 0,96)], e lesão renal aguda ¿ [OR = 4,01 (1,03 ¿ 15,58)],. Também foi observado que comorbidades específicas, principalmente associadas a imunodepressão, apresentaram maior risco de evoluir com óbito. Conclusão: Os dados descritos neste trabalho chamam atenção para grupos com maior morbimortalidade associada ao COVID-19 e sinais clínicos que podem servir de alerta para evolução não favorável. Desenvolver protocolos envolvendo estes fatores de risco são ações que podem contribuir para redução do impacto deste vírus na população pediátrica. Palavras-chave: COVID-19; Síndrome Inflamatória; Pediatria; Criança Hospitalizada
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Objetivo: analisar a história natural da infecção pelo novo coronavírus (SARSCoV-2) em crianças e adolescentes hospitalizados no município de Fortaleza. Método: trata-se de estudo observacional e analítico com caráter retrospectivo do tipo coorte, envolvendo indivíduos, hospitalizados em leitos de pediatria em Fortaleza-Ceará, com diagnóstico laboratorial confirmado para infecção por SARSCoV-2, entre junho de 2020 e junho de 2021. Foram analisadas características sociodemográficas, clínicas e laboratoriais. Três desfechos principais foram avaliados: SIM-P (21 pacientes), admissão em unidade de terapia intensiva (52 pacientes) e óbito (13 pacientes). Resultados: 202 indivíduos menores de 19 anos com diagnóstico laboratorial confirmado foram incluídos no estudo. A mediana da idade foi de 6,39 anos; 51,5% eram do sexo masculino; 73,8% tinham alguma comorbidade e 12,9% apresentaram a forma assintomáticos da infecção por SARSCoV-2. Os sintomas mais comuns na admissão hospitalar, foram febre, tosse e dispneia. Foi possível observar que indivíduos com SIM-P apresentaram mais sintomas no trato gastrointestinal [Dor abdominal ¿ OR = 15,56 (1,35 ¿ 179,45)] e sintomas mucocutâneos [Conjuntivite ¿ OR = 32,76 (2,55 ¿ 420,25) e exantema ¿ [OR = 24,78 (1,71 ¿ 359,42)], provas inflamatórias mais elevadas e maior risco para doença severa ou crítica, porém não evoluíram com taxas maiores de letalidade. Os sinais e sintomas mais relacionados com a necessidade de suporte intensivo foram mialgia [OR = 5,87 (1,63 ¿ 21,17)]; dispneia ¿ [OR = 2,57 (1,09 ¿ 6,11)],; redução da hemoglobina no hemograma admissional ¿ [OR = 0,79 (0,66 ¿ 0,96)], e lesão renal aguda ¿ [OR = 4,01 (1,03 ¿ 15,58)],. Também foi observado que comorbidades específicas, principalmente associadas a imunodepressão, apresentaram maior risco de evoluir com óbito. Conclusão: Os dados descritos neste trabalho chamam atenção para grupos com maior morbimortalidade associada ao COVID-19 e sinais clínicos que podem servir de alerta para evolução não favorável. Desenvolver protocolos envolvendo estes fatores de risco são ações que podem contribuir para redução do impacto deste vírus na população pediátrica. Palavras-chave: COVID-19; Síndrome Inflamatória; Pediatria; Criança HospitalizadaIntroduction: At the end of 2019, a new virus belonging to the Coronaviridae family was responsible for cases of pneumonia that quickly spread, constituting a pandemic with alarming numbers and consequences. So far, studies have shown that the pediatric population seems to have natural protection against this infection, with lower associated morbidity and mortality. Most patients evaluated in this age group had oligosymptomatic or asymptomatic infections. However, some of these presented unfavorable clinical evolution and required greater clinical support, requiring hospitalization. Patients with comorbidities and those who developed Multisystem Inflammatory Syndrome in Children (MIS-C) were more likely to need intensive clinical support and were at higher risk for a fatal outcome. Objective: To analyze the natural history of the disease caused by the new coronavirus (SARSCoV-2) in hospitalized children and adolescents in the city of Fortaleza. Method: this is an observational, descriptive and analytical study with a retrospective cohort character, carried out in pediatric patients, hospitalized in Fortaleza-Ceará, with a positive test for SARS-CoV-2, between June 2020 and June 2021. Results: 202 individuals under 19 years of age with a confirmed laboratory diagnosis were included in the study. The median age of these patients was 6.39 years; 51.5% were male; 73.8% had some comorbidity and 12.9% remained asymptomatic from a COVID-19 perspective throughout the study. The most common complaints at hospital admission were fever, cough and dyspnea. The least described were bradycardia, hemoptysis, ageusia and anosmia. Three main outcomes were selected: SIM-P (21 patients), admission to the intensive care unit (52 patients) and death (13 patients). It was possible to observe that patients with SIM-P had more gastrointestinal symptoms, [Abdominal pain ¿ OR = 15.56 (1.35 ¿ 179.45)] mucocutaneous symptoms [Conjunctivitis ¿ OR = 32.76 (2.55 ¿ 2.55 ¿ 420.25) and exanthema ¿ OR = 24.78 (1.71 ¿ 359.42)], higher inflammatory tests and greater risk for severe or critical illness, but they did not develop higher lethality rates. The signs and symptoms most related to the need for intensive support were myalgia ¿ OR = 5.87 (1.63 ¿ 21.17); dyspnea ¿ OR = 2.57 (1.09 ¿ 6.11); low levels of hemoglobin in the admission blood count ¿ OR = 0.79 (0.66 ¿ 0.96) and acute kidney injury ¿ OR = 4.01 (1.03 ¿ 15.58). It was also observed that specific comorbidities, mainly associated with immunosuppression, presented a higher risk of progressing to death. Conclusion: The data described in this work draw attention to groups with higher morbidity and mortality associated with COVID-19 and clinical signs that can serve as an alert for an unfavorable evolution. Developing protocols involving these risk factors are actions that can contribute to reducing the impact of this virus in the pediatric population. Keywords: COVID-19; Multisystem Inflammatory Syndrome; Pediatrics; Hospitalized Children.Dissertação enviada com autorização e certificação via CI 44373/22 em 22/06/2022Bessa, Olivia Andrea de Alencar CostaColares, Jeová Keny BaimaSilva, Virna Costa eUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Ciências MédicasGomes, Paula Neves Pimentel2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/128047https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/27014porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-23T21:17:45Zoai::128047Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2024-01-23T21:17:45Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false
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