Saúde física e mental de mulheres no climatério: análise sob o modelo de crenças em saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Francisca Maria Aleudinelia Monte
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR
Texto Completo: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/83816
Resumo: Dentre as fases de vida da mulher, o climatério é uma realidade nos lares e independe de classe social, sexo, crenças e preceitos religiosos. A banalização de situações da saúde da mulher vivenciadas ao longo da história parece ter contribuído para a naturalização desse fenômeno, pois, apesar dos discursos oficiais e das políticas públicas preconizarem a noção de que as mulheres rompam o silêncio da dominação e da submissão aos serviços de saúde, a realidade na consecução desse processo é contraditória. Este estudo teve como objetivo analisar a saúde física e mental de mulheres no climatério atendidas na Unidade Básica de Saúde à luz do Modelo de Crenças em Saúde; verificar, junto a estas mulheres, a susceptibilidade dos problemas em relação à saúde física e mental; identificar a seriedade das alterações vivenciadas e as práticas realizadas por elas no climatério; analisar os benefícios ou barreiras percebidas pelas mulheres sobre as práticas preventivas em saúde. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa desenvolvida com 25 sujeitos que estavam no climatério no período de dezembro de 2007 a fevereiro de 2008, no Núcleo de Atenção Médica Integrada - NAMI e no Centro de Saúde da Família Matos Dourado. Para a coleta de dados, foi empregadas a entrevista semi-estruturada e observação livre. A entrevista foi gravada e realizada no local disponibilizado pelo serviço e as observações registradas no diário de campo. Os resultados foram agrupados em quatro categorias com base nos objetivos e dimensões do modelo de crença em saúde: susceptibilidade física e mental à doença; percepção da mulher quanto à severidade das queixas; benefícios encontrados para superar as queixas e barreiras no enfrentamento das queixas. Essas categorias foram organizadas de acordo com análise de conteúdo e fundamentadas nos conceitos do Modelo de Crença em Saúde. Os resultados evidenciaram que as dificuldades físicas estão relacionadas com a incapacidade de lidar com os afazeres domésticos, dor em diferentes locais do corpo e dificuldades com a sexualidade. A susceptibilidade também emergiu na possibilidade e ficar sempre doente. As mulheres falaram de seus problemas de forma variada e procuraram ajuda para transformar a situação. O medo, a falta de apoio, a dependência financeira, a vergonha, a maternidade e a cultura surgiram como percepção da suscetibilidade e ao mesmo tempo foram identificados como barreiras pelas mulheres. O risco de morte foi o principal fator percebido como severidade. O apoio da família, de amigos, os serviços e a proteção de Deus foram os benefícios relatados, configurando-se como formas de enfrentamento. Para elas, o climatério ultrapassou os limites da natureza física, pois envolveu sofrimento físico, psicológico, emocional, econômico e social. Nesta pesquisa, foi observado que as mulheres são susceptíveis à doença, mantêm um nível de severidade com pouca expectativa de melhora, mas, mesmo assim, buscam recursos que beneficiem a situação de gravidade da doença. Os benefícios surgiram na forma de apoio, e para minimizar as barreiras, buscaram respostas no suporte familiar e nos locais de apoio social.
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Este estudo teve como objetivo analisar a saúde física e mental de mulheres no climatério atendidas na Unidade Básica de Saúde à luz do Modelo de Crenças em Saúde; verificar, junto a estas mulheres, a susceptibilidade dos problemas em relação à saúde física e mental; identificar a seriedade das alterações vivenciadas e as práticas realizadas por elas no climatério; analisar os benefícios ou barreiras percebidas pelas mulheres sobre as práticas preventivas em saúde. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa desenvolvida com 25 sujeitos que estavam no climatério no período de dezembro de 2007 a fevereiro de 2008, no Núcleo de Atenção Médica Integrada - NAMI e no Centro de Saúde da Família Matos Dourado. Para a coleta de dados, foi empregadas a entrevista semi-estruturada e observação livre. A entrevista foi gravada e realizada no local disponibilizado pelo serviço e as observações registradas no diário de campo. Os resultados foram agrupados em quatro categorias com base nos objetivos e dimensões do modelo de crença em saúde: susceptibilidade física e mental à doença; percepção da mulher quanto à severidade das queixas; benefícios encontrados para superar as queixas e barreiras no enfrentamento das queixas. Essas categorias foram organizadas de acordo com análise de conteúdo e fundamentadas nos conceitos do Modelo de Crença em Saúde. Os resultados evidenciaram que as dificuldades físicas estão relacionadas com a incapacidade de lidar com os afazeres domésticos, dor em diferentes locais do corpo e dificuldades com a sexualidade. A susceptibilidade também emergiu na possibilidade e ficar sempre doente. As mulheres falaram de seus problemas de forma variada e procuraram ajuda para transformar a situação. O medo, a falta de apoio, a dependência financeira, a vergonha, a maternidade e a cultura surgiram como percepção da suscetibilidade e ao mesmo tempo foram identificados como barreiras pelas mulheres. O risco de morte foi o principal fator percebido como severidade. O apoio da família, de amigos, os serviços e a proteção de Deus foram os benefícios relatados, configurando-se como formas de enfrentamento. Para elas, o climatério ultrapassou os limites da natureza física, pois envolveu sofrimento físico, psicológico, emocional, econômico e social. Nesta pesquisa, foi observado que as mulheres são susceptíveis à doença, mantêm um nível de severidade com pouca expectativa de melhora, mas, mesmo assim, buscam recursos que beneficiem a situação de gravidade da doença. Os benefícios surgiram na forma de apoio, e para minimizar as barreiras, buscaram respostas no suporte familiar e nos locais de apoio social.Among the women's life phases, the climacterium is a reality in the households and it does not depend on social status, sex, creeds and religious beliefs. The vulgarization of the circumstances of the women health experienced along the history have seemed to contribute for the naturalization of this phenomenon, because although the official discourses and public policies proclaim the idea that women should break the silence of domination and subordination to the health services, the realness in the consecution of this process is a contradiction. This study had as objective to analyze the physical and mental health of climateric women assisted at Health Basic Unit based on the Health Belief Model; to verify closer to these women, the susceptibility of the problems related to physical and mental health; to identify the seriousness of alterations experienced and the actions carried out by the women in the climacterium; to analyze the benefits or barriers perceived by the women about the preventive practices in health. It is a descriptive research with qualitative approaching, developed with 25 climateric women in the period of December 2007 through February 2008, at Nucleo of Integrated Medical Attention - NAMI and at Center of Health of the Family Matos Dourado. For data collection it was used a semi-structured interview and free observation. The interview was recorded and held at a place offered by the service and the observations were registered in a camp journal. The results were grouped in four categories from the objectives and the proportions of the health belief model: physical and mental susceptibility to the disease; woman's perception for severity of complaints; benefits joined to overcome the complaints and the barriers to the complaints' confrontation. These categories were organized based on the content analysis and well-founded in the concepts of the Health Belief Model. The results evidenced that physical difficulties are related to the incapacity to deal with the domestics activities, pain in different body parts and hardness with the sexuality. The susceptibility also emerged with the possibility to always get sick. The women talked about their problems in many ways and looked for help to change the situation. The fear, the lack of support, the financial dependence, the shame, the motherhood and the culture aroused as perception of susceptibility and at the same time were identified as barriers by the women. The risk of death was the main factor perceived as severity. The family and friends support, the services and the protection of God were the benefits mentioned, configured as a confrontation manner. For them, the climacterium surpass the limits of physical nature, because it involved physical, psychological, emotional, economic and social suffering. In this research was observed that women are susceptible to disease, they keep a severity level with little expectation of improvement, even though they look for resources that improve the graveness of the disease. The benefits aroused as protection to minimize the barriers, these women searched for answers in the family support and in the sites of social support.Silva, Raimunda Magalhães daSilva, Raimunda Magalhães daJorge, Maria Salete BessaFernandes, Ana Fátima CarvalhoRodrigues, Maria do Socorro PereiraUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Saúde ColetivaCunha, Francisca Maria Aleudinelia Monte2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/83816https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/4829Disponibilidade forma física: Existe obra em CD-Rom de código : 80155porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-25T21:46:10Zoai::83816Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2024-01-25T21:46:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false
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