Avaliação da qualidade do atendimento de pacientes com diabetes mellitus na atenção primária em um município do nordeste brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maia, Leonardo Fonseca
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR
Texto Completo: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/125351
Resumo: Introdução: O diabetes mellitus (DM) é uma das doenças crônicas mais frequentes na população, e falta de controle glicêmico expõe o paciente a complicações micro e macrovasculares que aumentam a morbimortalidade. Para melhorar o controle glicêmico e consequentemente a sobrevida dos pacientes com DM, a atenção primária foi eleita para atender estes pacientes em razão da capilaridade destes serviços nos diversos sistemas de saúde. No Brasil, o Ministério da Saúde implementou o Programa Nacional de Hipertensão e Diabetes (HIPERDIA) para melhorar o atendimento aos pacientes hipertensos e diabéticos e evitar as complicações crônicas e a mortalidade advinda destas condições. Objetivo: investigar a qualidade do atendimento aos pacientes com DM realizado na atenção primária no ano de 2018, verificando-se o controle glicêmico, pressórico e lipídico bem como suas as complicações crônicas. Métodos: Este é um estudo retrospectivo realizado a partir da análise de prontuário dos pacientes maiores de 18 anos cadastrados no programa HIPERDIA no município de Picos, Piauí, no ano de 2018. Foram analisados dados sóciodemográficos (idade, sexo escolaridade e raça), clínicos (tempo de diagnóstico do DM, peso, estatura e IMC, pressão arterial, medicações em uso, número de consultas médicas no ano, conduta médica), exames laboratoriais (glicemia de jejum e pós-prandial, HbA1c, colesterol total, HDL-c, LDL-c, triglicerídios, ureia, creatinina, ácido úrico, microalbuminúria de 24h ou relação albumina/creatinina e TFG estimada pela equação CKD-EPI). A análise de dados foi realizada pelo programa SPSS versão 23. A comparação de dois grupos de paciente foi feita pelos testes T de Student ou teste exato de Fischer, com nível de significância de 5% (P<0,05). Resultados: Foram avaliados 373 pacientes, sendo 64,9% do sexo feminino; 38,6% dos pacientes tiveram apenas 1 consulta ao ano e não houve diferença estatística entre o número de consulta por sexo. A média de idade foi de 60,56 anos e o tempo médio de diabetes era de 5,62 anos; 31,6% eram obesos, 65,3% eram hipertensos e destes a PA estava controlada em 40,74% dos pacientes. Dislipidemia foi verificada em 37,5% dos casos. HbA1c <7% foi encontrada em 44,4% dos pacientes e o valor médio da HbA1c foi de 7,46%. Controle glicêmico, lipídico e pressórico estava presente em apenas 2,41% dos pacientes. Metformina foi a medicação mais usada e apenas 7,6% dos pacientes faziam uso de insulina. Complicações macrovasculares (AVE, DAC, pé-diabédico) foram descritas em 6,16% dos casos e complicações microvasculares (nefropatia, neuropatia e retinopatia) em 2,68%. Inércia terapêutica foi observada em 40,8% dos atendimentos; 21,2% dos prontuários não tinham PA registrada, HbA1c só foi registrado em 33,2%, LDL-c só em 26%, creatinina sérica em 22,5% e microalbuminúria de 24h em apenas 1 prontuário. Conclusão: Apesar da alta cobertura da atenção primária e da existência de políticas públicas que priorizam o atendimento do paciente com DM, mais investimento em recursos humanos, como educação continuada, melhoraria o acompanhamento destes pacientes aumentando os registros clínicos e diminuindo a inércia clínica.
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Objetivo: investigar a qualidade do atendimento aos pacientes com DM realizado na atenção primária no ano de 2018, verificando-se o controle glicêmico, pressórico e lipídico bem como suas as complicações crônicas. Métodos: Este é um estudo retrospectivo realizado a partir da análise de prontuário dos pacientes maiores de 18 anos cadastrados no programa HIPERDIA no município de Picos, Piauí, no ano de 2018. Foram analisados dados sóciodemográficos (idade, sexo escolaridade e raça), clínicos (tempo de diagnóstico do DM, peso, estatura e IMC, pressão arterial, medicações em uso, número de consultas médicas no ano, conduta médica), exames laboratoriais (glicemia de jejum e pós-prandial, HbA1c, colesterol total, HDL-c, LDL-c, triglicerídios, ureia, creatinina, ácido úrico, microalbuminúria de 24h ou relação albumina/creatinina e TFG estimada pela equação CKD-EPI). A análise de dados foi realizada pelo programa SPSS versão 23. A comparação de dois grupos de paciente foi feita pelos testes T de Student ou teste exato de Fischer, com nível de significância de 5% (P<0,05). Resultados: Foram avaliados 373 pacientes, sendo 64,9% do sexo feminino; 38,6% dos pacientes tiveram apenas 1 consulta ao ano e não houve diferença estatística entre o número de consulta por sexo. A média de idade foi de 60,56 anos e o tempo médio de diabetes era de 5,62 anos; 31,6% eram obesos, 65,3% eram hipertensos e destes a PA estava controlada em 40,74% dos pacientes. Dislipidemia foi verificada em 37,5% dos casos. HbA1c <7% foi encontrada em 44,4% dos pacientes e o valor médio da HbA1c foi de 7,46%. Controle glicêmico, lipídico e pressórico estava presente em apenas 2,41% dos pacientes. Metformina foi a medicação mais usada e apenas 7,6% dos pacientes faziam uso de insulina. Complicações macrovasculares (AVE, DAC, pé-diabédico) foram descritas em 6,16% dos casos e complicações microvasculares (nefropatia, neuropatia e retinopatia) em 2,68%. Inércia terapêutica foi observada em 40,8% dos atendimentos; 21,2% dos prontuários não tinham PA registrada, HbA1c só foi registrado em 33,2%, LDL-c só em 26%, creatinina sérica em 22,5% e microalbuminúria de 24h em apenas 1 prontuário. Conclusão: Apesar da alta cobertura da atenção primária e da existência de políticas públicas que priorizam o atendimento do paciente com DM, mais investimento em recursos humanos, como educação continuada, melhoraria o acompanhamento destes pacientes aumentando os registros clínicos e diminuindo a inércia clínica.Introduction: Diabetes mellitus (DM) is one of the most frequent chronic diseases in the population, and the lack of glycemic control exposes the patient to micro and macrovascular complications that increase morbidity and mortality. As a way to improve glycemic control and consequently the survival of patients with DM, primary care was chosen to serve these patients due to the capillarity of these services in the different health systems. In Brazil, the Ministry of Health implemented the National Hypertension and Diabetes Program (HIPERDIA) as a way to improve care for hypertensive and diabetic patients and to avoid chronic complications and mortality from these conditions. Objective: This study aims to investigate the quality of care for patients with DM performed in primary care in 2018, verifying the glycemic, blood pressure and lipid control of these patients, as well as the existing chronic complications. Method: This is a retrospective study carried out based on the analysis of medical records of patients over 18 years of age registered in the HIPERDIA program in the municipality of Picos, Piauí, in 2018. Were analyzed socio-demographic data (age, gender, education and race), clinical (time since diagnosis of DM, weight, height and BMI, blood pressure, medications in use, number of medical visits in the year, medical conduct), laboratory tests ( fasting and postprandial blood glucose, HbA1c, total cholesterol, HDL-c, LDL-c, triglycerides, urea, creatinine, uric acid, 24h microalbuminuria or albumin / creatinine and GFR ratio estimated by the CKD-EPI equation). Data analysis was performed using the SPSS program version 23. The comparison of two groups of patients was performed using Student's t-tests or Fisher's exact test, with a significance level of 5% (P <0.05). Results: 373 patients were evaluated, 64.9% of whom were female; 38.6% of patients had only one visit per year and there was no statistical difference between the number of visits by gender. The average age was 60.56 years and the average time of diabetes was 5.62 years; 31.6% were obese, 65.3% were hypertensive and of these, BP was controlled in 40.74% of patients. Dyslipidemia was seen in 37.5% of cases. HbA1c <7% was found in 44.4% of patients and the mean value for HbA1c was 7.46%. Glycemic, lipid and blood pressure control was present in only 2.41% of patients. Metformin was the most widely used medication and only 7.6% of patients used insulin. Macrovascular complications (stroke, CAD, diabetic foot) were described in 6.16% of cases and microvascular complications (nephropathy, neuropathy and retinopathy) in 2.68%. Therapeutic inertia was observed in 40.8% of visits; 21.2% of the medical records had no registered BP, HbA1c was only registered in 33.2%, LDL-c only in 26%, serum creatinine in 22.5% and 24-hour microalbuminuria in only 1 medical record. Conclusion: It is concluded that despite the high coverage of primary care and the presence of public policies that prioritize the care of patients with DM, more investment in human resources, such as continuing education, can improve the monitoring of these patients by increasing clinical records and reducing inertia clinic.Dissertação enviada com autorização e certificacao via CI 739/21.Silva Júnior, Geraldo Bezerra daUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Saúde ColetivaMaia, Leonardo Fonseca2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/125351https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/25252porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-08-29T15:39:37Zoai::125351Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2023-08-29T15:39:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false
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