Diagnóstico situacional do atendimento pré-hospitalar móvel em Fortaleza (CE)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Juliana Guimarães e
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR
Texto Completo: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/83814
Resumo: O Atendimento Pré-Hospitalar Móvel (APH) é o atendimento precoce à vítima no local da ocorrência de um agravo que possa causar lesões graves ou morte. Este tipo de assistência tem como demanda principal os acidentados do trânsito e objetiva a manutenção da vida e a minimização de seqüelas, concluindo o atendimento com a remoção a um serviço de saúde hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. Este estudo (i) identificou o funcionamento do atendimento pré-hospitalar móvel sob a ótica dos profissionais do serviço; (ii) traçou o perfil da equipe dos profissionais que compõem a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU; (iii) investigou o funcionamento do SAMU de acordo com a rotina do serviço e sua coerência com a Política Nacional de Atenção às Urgências - PNAU; (iv) identificou a percepção dos profissionais acerca da qualificação e significados atribuídos ao trabalho que desenvolvem no serviço e; (v) identificou as principais dificuldades enfrentadas no cotidiano do serviço e sugestões para superá-las. Com abordagem quantitativa, caracterizou-se como um estudo de corte transversal, realizado em Fortaleza entre dezembro de 2007 a julho de 2008. Participaram 89 profissionais da equipe de atendimento das unidades móveis. Na coleta de dados, utilizou-se um questionário autoaplicável com questões fechadas e abertas. Os dados oriundos das questões fechadas foram organizados, codificados e submetidos à análise estatística descritiva e ao teste do quiquadrado de Pearson (x2) com valor de p = 0,05. As respostas das questões abertas foram submetidas a análise de conteúdo frequencial (BARDIN, 1977). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Fortaleza com o número 306/2007. Dentre os 89 participantes, 60,7% relataram que a estrutura física do SAMU deixa a desejar; 82,0% confirmaram a escassez de recursos materiais; 37,1% afirmaram a incipiência de recursos humanos; 67,4% informaram que as ambulâncias se encontram em estado de conservação comprometido e em número insuficiente ao atendimento; 98,9% admitiram a existência da integração com outros serviços. Houve diferença estatística significativa entre as categorias profissionais (p=0,037). Entre os profissionais terceirizados, predominaram os médicos (71,4%) e enfermeiros (84,2%) sendo significante (p<0,001). A capacitação específica foi confirmada por 79,8% e a atualização por 88,8% dos profissionais. A média de tempo de resposta total correspondeu a 29 minutos (dp± 14,8) e 65,2% afirmaram conhecer a PNAU. Sobre o funcionamento do SAMU de acordo com a PNAU, as equipes referiram incoerências entre a prática e o discurso oficial. As dificuldades relatadas para a realização do APH foram: desconhecimento da população acerca das atribuições do SAMU, escassez de recursos humanos, equipamentos e materiais, exposição à violência, falta de educação no trânsito e trotes. Caso fossem gestores do SAMU, priorizariam: provisão de equipamentos e materiais, capacitação e segurança dos profissionais, concessão de benefícios e melhorias salariais e conscientização da população. Conclui-se que o atendimento pré-hospitalar é um serviço em fase de implantação com problemas estruturais e de planejamento. Faz-se necessário que os gestores do Sistema Único de Saúde assegurem a continuidade da sua implantação e promovam o seu aperfeiçoamento e constante avaliação, a fim de ajustar o seu funcionamento, além de garantir a integração do SAMU com o sistema de urgência e emergência.
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Este estudo (i) identificou o funcionamento do atendimento pré-hospitalar móvel sob a ótica dos profissionais do serviço; (ii) traçou o perfil da equipe dos profissionais que compõem a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU; (iii) investigou o funcionamento do SAMU de acordo com a rotina do serviço e sua coerência com a Política Nacional de Atenção às Urgências - PNAU; (iv) identificou a percepção dos profissionais acerca da qualificação e significados atribuídos ao trabalho que desenvolvem no serviço e; (v) identificou as principais dificuldades enfrentadas no cotidiano do serviço e sugestões para superá-las. Com abordagem quantitativa, caracterizou-se como um estudo de corte transversal, realizado em Fortaleza entre dezembro de 2007 a julho de 2008. Participaram 89 profissionais da equipe de atendimento das unidades móveis. Na coleta de dados, utilizou-se um questionário autoaplicável com questões fechadas e abertas. Os dados oriundos das questões fechadas foram organizados, codificados e submetidos à análise estatística descritiva e ao teste do quiquadrado de Pearson (x2) com valor de p = 0,05. As respostas das questões abertas foram submetidas a análise de conteúdo frequencial (BARDIN, 1977). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Fortaleza com o número 306/2007. Dentre os 89 participantes, 60,7% relataram que a estrutura física do SAMU deixa a desejar; 82,0% confirmaram a escassez de recursos materiais; 37,1% afirmaram a incipiência de recursos humanos; 67,4% informaram que as ambulâncias se encontram em estado de conservação comprometido e em número insuficiente ao atendimento; 98,9% admitiram a existência da integração com outros serviços. Houve diferença estatística significativa entre as categorias profissionais (p=0,037). Entre os profissionais terceirizados, predominaram os médicos (71,4%) e enfermeiros (84,2%) sendo significante (p<0,001). A capacitação específica foi confirmada por 79,8% e a atualização por 88,8% dos profissionais. A média de tempo de resposta total correspondeu a 29 minutos (dp± 14,8) e 65,2% afirmaram conhecer a PNAU. Sobre o funcionamento do SAMU de acordo com a PNAU, as equipes referiram incoerências entre a prática e o discurso oficial. As dificuldades relatadas para a realização do APH foram: desconhecimento da população acerca das atribuições do SAMU, escassez de recursos humanos, equipamentos e materiais, exposição à violência, falta de educação no trânsito e trotes. Caso fossem gestores do SAMU, priorizariam: provisão de equipamentos e materiais, capacitação e segurança dos profissionais, concessão de benefícios e melhorias salariais e conscientização da população. Conclui-se que o atendimento pré-hospitalar é um serviço em fase de implantação com problemas estruturais e de planejamento. Faz-se necessário que os gestores do Sistema Único de Saúde assegurem a continuidade da sua implantação e promovam o seu aperfeiçoamento e constante avaliação, a fim de ajustar o seu funcionamento, além de garantir a integração do SAMU com o sistema de urgência e emergência.Mobile Prehospital Care (APH) is characterized as an urgent on-site assistance to a victim upon the occurrence of a traumatic, non-traumatic or psychiatric condition that is likely to cause pain, serious injuries or death. This kind of assistance is mainly focused on car accident victims with the objective of preserving life and minimizing any consequences, which is followed by the victim removal to a hierachized healthcare service integrated to the Unified Health System. This study (i) identifies mobile prehospital care performance from its professionals' standpoint; (ii) draws the profile of professionals engaged in Mobile Emergency Care Service - SAMU; (iii) investigates SAMU performance in terms of service routine and its coherence with the National Emergency Care Policy - PNAU; (iv) identifies the professionals' perception of qualification and significance of works developed under that service; and (v) identifies the main constraints faced in day-to-day service and suggestions to overcome them. Under a quantitative approach, it is characterized as a cross-sectional study performed in Fortaleza, Ceará between December 2007 and July 2008. The study relied on the participation of 89 professionals - physicians, nurses and practical nurse and nursing assistants and emergency vehicle drivers working in mobile units. For data collection, a selfapplicable closed-ended and open-ended questionnaire was used. Data from closed-ended questions were organized, codified and submitted to descriptive statistical analysis and Pearson's chi-square test (x2) at a p value of = 0.05. Answers to open-ended questions were submitted to frequent content analysis (Bardin, 1977), and the research was approved by the ethics and research committee of the University of Fortaleza under number 306/2007. Among the 89 participants, 60.7% reported that SAMU physical structure is deficient; 82.0% acknowledge the shortage of material resources; 37.1% declared the human resource incipience; 67.4% reported the poor conservation conditions and insufficient number of ambulances; 98.9% admitted the existence of integration to other services. This integration among professional categories was statistically significant (p=0.037). Among outsourced professionals, physicians (71.4%) and nurses (84.2%) predominate and are significant (p<0.001). Specific qualification and update was confirmed by 79.8% and 88.8% of professionals, respectively. Average of total response time was equivalent to 29.0 (dp±14.8) minutes, and 65.2% of participants Said that they are aware of the National Emergency Care Policy - PNAU. Regarding SAMU operation under PNAU, the teams said that there are incoherencies between the practice and the official discourse. Reported constraints to APH operations included: population's ignorance of SAMU duties, deficiency of human resources, equipment and material, exposure to violence, lack of traffic education, and misleading. If they were SAMU managers, they would give priority to: provision of equipment and material; capacity building and security of professionals, grant of benefits and improved salaries; and population's awareness. It is concluded that prehospital care is a service at implantation stage that has experienced planning and structural problems. It is necessary that the Unified Health System managers would ensure the continuity of its implantation and promote its improvement and continuous evaluation to adjust its performance and ensure SAMU integration to urgency and emergency system.Vieira, Luiza Jane Eyre de SouzaVieira, Luiza Jane Eyre de SouzaSouza, Ednilsa Ramos dePordeus, Augediva Maria JucáGonçalves, Marcelo Luiz CarvalhoUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Saúde ColetivaSilva, Juliana Guimarães e2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/83814https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/4828Disponibilidade forma física: Existe obra em CD-Rom de código : 80153porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess1899-12-30T00:00:00Zoai::83814Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:1899-12-30T00:00Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false
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