Apoio social na experiência do familiar cuidador de pessoas com doença crônica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Ana Karina Monte Cunha
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR
Texto Completo: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/79618
Resumo: Trata-se de uma pesquisa qualitativa-descritiva, com objetivo de conhecer a experiência de quem cuida de doentes crônicos no contexto familiar e analisar as implicações do apoio social percebido, relacionando com a saúde física e emocional do familiar cuidador. O local de desenvolvimento foram os lares de dezoito (18) componentes familiares cuidadores de doentes crônicos, residentes no Bairro ?Cidade 2000?, localizado em Fortaleza-CE. A coleta de dados foi realizada durante o primeiro semestre do ano de 2007, utilizando-se um formulário, contendo variáveis de interesse para o estudo, e entrevista semiestruturada. Os dados quantitativos foram organizados em planilhas eletrônicas do Programa Excel, depois inseridos no programa de computação SPSS, Windows, versão 3.0. Os indicadores resultantes da aplicação da entrevista foram organizados por meio da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), tendo-se obtido as seguintes perguntas com suas respectivas respostas que ensejam os discursos: ?Cuidar não é fácil?, ?Cuidar é uma experiência difícil?, ?Cuidar é uma experiência gratificante de aprendizado?, ?Não saio quase! Vivo muito sozinha?, ?Eu vou em busca de coisas que me ajudam?, ?Quem faz tudo sou eu, ninguém ajuda?, ?Eu sinto que não estou sozinha (ajuda de fora)?, ?Família que ajuda?, ?Nossa família é unida, a maior parte me apóia?, ?Meus amigos são meus visinhos, que eu me dou bem?, ?Eu me sinto protegida por Deus?, ?Tudo o que eu sei aprendi no hospital vendo e pessoas me ensinando?. Como resultado, destaque-se que todos os cuidadores abordados eram do sexo feminino, com idade média de 50 anos. A de maioria casadas, sem exercer atividade formal remunerada, possuía nível médio de escolaridade. A religião predominante foi a católica. Os membros familiares referiram não participar de nenhum outro grupo social. As pessoas mais citadas dependentes de cuidados foram as mães, com idade média de 80 anos, e as morbidades mais referidas, comprometendo estas pessoas, eram conseqüentes de acidente vascular cerebral (AVC). Grande parte das cuidadoras relatou algum tipo de comprometimento em sua saúde. As principais queixas foram: plaquetopenia por dengue, dores no cotovelo, hipertensão, reumatismo, dores na coluna, diabetes, colesterol alto, asma, depressão, , dores nas costas e nos ombros, artrose no joelho, estresse agudo e problema renal. Evidenciou-se intervalo de horas de dedicação/dia para cuidar do doente situado entre 12 e 24 horas. A duração mínima do tempo em que o cuidado vinha acontecendo era de cinco meses, e a máxima de 40 anos. Em relação aos apoios no cuidado direto com o doente, os membros familiares cuidadores (FC) deixaram claro que a carga maior de atividade era realizada quase sempre de forma solitária. Referidos apoios tidos como insatisfatórios, quando considerada a complexidade dos problemas diários a solucionar. A sobrecarga ficou caracterizada pelo fato de o cuidador se ver permanentemente diante de situações de enfrentamento e, quase sempre, afastado do convívio social pela característica e o tempo dedicado ao cuidado. Além disto, o cuidador era alvo de situações de grandes conflitos, tendo que conciliar preocupações com o componente familiar doente e as insatisfações dos que estão em volta, sem que signifiquem apoio concreto.
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Os indicadores resultantes da aplicação da entrevista foram organizados por meio da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), tendo-se obtido as seguintes perguntas com suas respectivas respostas que ensejam os discursos: ?Cuidar não é fácil?, ?Cuidar é uma experiência difícil?, ?Cuidar é uma experiência gratificante de aprendizado?, ?Não saio quase! Vivo muito sozinha?, ?Eu vou em busca de coisas que me ajudam?, ?Quem faz tudo sou eu, ninguém ajuda?, ?Eu sinto que não estou sozinha (ajuda de fora)?, ?Família que ajuda?, ?Nossa família é unida, a maior parte me apóia?, ?Meus amigos são meus visinhos, que eu me dou bem?, ?Eu me sinto protegida por Deus?, ?Tudo o que eu sei aprendi no hospital vendo e pessoas me ensinando?. Como resultado, destaque-se que todos os cuidadores abordados eram do sexo feminino, com idade média de 50 anos. A de maioria casadas, sem exercer atividade formal remunerada, possuía nível médio de escolaridade. A religião predominante foi a católica. Os membros familiares referiram não participar de nenhum outro grupo social. As pessoas mais citadas dependentes de cuidados foram as mães, com idade média de 80 anos, e as morbidades mais referidas, comprometendo estas pessoas, eram conseqüentes de acidente vascular cerebral (AVC). Grande parte das cuidadoras relatou algum tipo de comprometimento em sua saúde. As principais queixas foram: plaquetopenia por dengue, dores no cotovelo, hipertensão, reumatismo, dores na coluna, diabetes, colesterol alto, asma, depressão, , dores nas costas e nos ombros, artrose no joelho, estresse agudo e problema renal. Evidenciou-se intervalo de horas de dedicação/dia para cuidar do doente situado entre 12 e 24 horas. A duração mínima do tempo em que o cuidado vinha acontecendo era de cinco meses, e a máxima de 40 anos. Em relação aos apoios no cuidado direto com o doente, os membros familiares cuidadores (FC) deixaram claro que a carga maior de atividade era realizada quase sempre de forma solitária. Referidos apoios tidos como insatisfatórios, quando considerada a complexidade dos problemas diários a solucionar. A sobrecarga ficou caracterizada pelo fato de o cuidador se ver permanentemente diante de situações de enfrentamento e, quase sempre, afastado do convívio social pela característica e o tempo dedicado ao cuidado. Além disto, o cuidador era alvo de situações de grandes conflitos, tendo que conciliar preocupações com o componente familiar doente e as insatisfações dos que estão em volta, sem que signifiquem apoio concreto.The present descriptive qualitative research aimed at knowing the experience of those who take care of chronic patients in the family and at examining the implications of the perceived social support, relating it to the physical and emotional health of the family caregiver. The survey was developed at the homes of eighteen (18) families of caregivers of chronic patients, residents in Cidade 2000, a community located in Fortaleza, Brazil. Data collection was performed during the first half of 2007, using a form containing variables of interest to the study, and a semi-structured interview. Quantitative data were organized in the spreadsheet program Excel 2003 and exported into the SPSS 3.0 for Windows statistics program for statistical evaluation. The interviews were analyzed on the basis of the Collective Subject Discourse (CSD) technique and the following answers were obtained: "Caring is not easy", "Caring is a difficult experience," "Caring is a rewarding learning experience", "I never go out! I am mostly alone?, "I keep searching for things that will help me ","I am the one doing everything, nobody helps," "I feel that I am not alone (help from outside)?, ?Family that helps", "Our family is united, the majority supports me?, "My friends are my neighbors, with whom I get along well? ,"I feel protected by God?, "All I know I learned at the hospital by watching people and having them teach me?. The results show that all caregivers interviewed were female and the mean age was 50 years. Most were married with no formal job, average level of schooling and predominantly catholic. Family members reported no participation in any other social group. The people who were most dependent on care were mothers with a mean age of 80 years, and the highest referred morbidity among these people were consequential on cerebral vascular accident (CVA). Most of the caregivers reported some type health problem. The main complaints were: shoulder pain, thrombocytopenia by dengue, pain in the elbow, hypertension, rheumatism, back pain, diabetes, high cholesterol, asthma, depression, knee arthrosis, acute stress and kidney problems. The range of hours of dedication and day care for the patient was between 12 and 24 hours. The length of time the caregiver had been caring for the family member ranged from 5 months to 40 years. For assistance in caring directly with the patient, family caregivers (FC) have made clear that the burden of hard work was performed almost always so lonely. The support received was unsatisfactory when considered the complexity of daily problems to be solved. The overload was characterized by the fact that the caregiver is permanently facing challenging situations and, almost always, away from social relations, due to the peculiar characteristics of the situation and the time dedicated to taking care of the patient. In addition, the caregivers had to face major conflicting situations while having to harmonize their concerns with the diseased relative and the dissatisfaction with the surrounding people presenting no effective support.Landim, Fátima Luna PinheiroLandim, Fátima Luna PinheiroXimenes, Lorena BarbosaValdés, Maria Teresa MorenoSantos, Zélia Maria de Sousa AraújoUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Saúde ColetivaMarques, Ana Karina Monte Cunha2007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/79618https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/3333Disponibilidade forma física: Existe obra impressa de código : 77352porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess1899-12-30T00:00:00Zoai::79618Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:1899-12-30T00:00Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false
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