Sofrimento psíquico de mulheres em fase de climatério usuárias da estratégia saúde da família em Teresina-PI

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cavalcante, Ana Celia Sousa
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR
Texto Completo: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/79323
Resumo: O climatério é uma fase que pode ser vivenciada com sofrimento, dependendo da sensibilidade individual ou perfil psicológico e capacidade de adaptação às mudanças provocadas pelas alterações hormonais. O presente estudo tem como objetivos compreender o sofrimento psíquico de mulheres na fase do climatério as quais estiveram sob os cuidados realizados pela equipe Saúde da Família em Teresina ? PI; compreender a vivência da fase do climatério por mulheres usuárias de uma USF, em seus aspectos emocionais, sociais, familiares, sexuais e de trabalho; descrever como se processam os cuidados na Saúde da Família sob a ótica da mulher na fase do climatério. A pesquisa foi desenvolvida no período de maio a setembro de 2007, na Unidade de Saúde São João, em Teresina ? PI com dez mulheres usuárias da SF vivenciando alterações decorrentes do climatério. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas e observações diretas. Utilizou-se como referencial teórico o Interacionismo Simbólico, bem como a visão sociohistórica e construtivista do sujeito. O interacionismo aborda a ação do ser humano na relação com o mundo e a dinâmica social. A visão sociohistórica e construtivista concebe o homem como ativo, social e protagonista de sua própria história. As mulheres foram identificadas com diferentes situações maritais, com o número de filhos variando entre três e cinco, baixo nível de escolaridade, ocupações variadas e renda familiar em torno de um ou meio salário mínimo para o sustento, em média, de até quatro pessoas. Os resultados revelaram que o significado de sofrimento psíquico está atrelado às vivências cotidianas das mulheres em seus aspectos emocionais, sociais, familiares, sexuais e ocupacionais os quais estão relacionados com a traição, separação e violência doméstica. Na interação com os profissionais da saúde da família, essas mulheres buscam ressignificar sofrimentos relacionados ao alcoolismo e outras drogas, desemprego de familiares, depressão, isolamento, diminuição da auto-estima e do desejo sexual. Também ressignificam o sofrimento através da religiosidade, na qual buscam tornar suas dores mais suportáveis ou compreensíveis em relação à finitude e as dificuldades nas relações sociais, familiares e consigo mesma. As usuárias da SF solicitam um olhar cuidadoso para a atenção básica, interações humanizadas e acolhimento na perspectiva da saúde integral. Sabemos, no entanto, que, para a efetivação do novo paradigma de saúde, ainda existem inúmeras contradições e fragilidades. O grande desafio é, pois, adotar um modo diferente de ?fazer saúde?, produzir ?sujeitos sociais? comprometidos com outras perspectivas.
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PI com dez mulheres usuárias da SF vivenciando alterações decorrentes do climatério. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas e observações diretas. Utilizou-se como referencial teórico o Interacionismo Simbólico, bem como a visão sociohistórica e construtivista do sujeito. O interacionismo aborda a ação do ser humano na relação com o mundo e a dinâmica social. A visão sociohistórica e construtivista concebe o homem como ativo, social e protagonista de sua própria história. As mulheres foram identificadas com diferentes situações maritais, com o número de filhos variando entre três e cinco, baixo nível de escolaridade, ocupações variadas e renda familiar em torno de um ou meio salário mínimo para o sustento, em média, de até quatro pessoas. Os resultados revelaram que o significado de sofrimento psíquico está atrelado às vivências cotidianas das mulheres em seus aspectos emocionais, sociais, familiares, sexuais e ocupacionais os quais estão relacionados com a traição, separação e violência doméstica. Na interação com os profissionais da saúde da família, essas mulheres buscam ressignificar sofrimentos relacionados ao alcoolismo e outras drogas, desemprego de familiares, depressão, isolamento, diminuição da auto-estima e do desejo sexual. Também ressignificam o sofrimento através da religiosidade, na qual buscam tornar suas dores mais suportáveis ou compreensíveis em relação à finitude e as dificuldades nas relações sociais, familiares e consigo mesma. As usuárias da SF solicitam um olhar cuidadoso para a atenção básica, interações humanizadas e acolhimento na perspectiva da saúde integral. Sabemos, no entanto, que, para a efetivação do novo paradigma de saúde, ainda existem inúmeras contradições e fragilidades. O grande desafio é, pois, adotar um modo diferente de ?fazer saúde?, produzir ?sujeitos sociais? comprometidos com outras perspectivas.The climacteric is a phase that can be experienced with suffering, depending on individual sensitivity or psychological profile and ability to adapt to changes caused by hormonal changes. This study aims to understand the mental suffering of women in the climacteric stage while they are taken care by the professionals on the Strategy of Family Health (SFH) in Teresina - PI; understand the experience of the climacteric stage by those women, in its emotional, social, familiar, sexual and work related aspects; describe the SFH program as it is seen by the women in the climacteric stage. The study was conducted from May to September 2007, in the Health Unit of São João in Teresina ? PI. Ten women, users of SFH, who were experiencing hormonal changes due to climacteric, participated in the study. Data for this study were collected by direct observation and semi-structured interviews. It was based on Symbolic Interactionism, in the socio-historical and constructivist view of the subject. Interactionism relates to the action of the human being in relation to the world and the social dynamics between people. The socio-historical and constructivist vision designs the human being as active, social and protagonist of his own story. The women were identified with different marital situations, with the number of children ranging between three and five, low level of education, different occupational jobs, and family income of minimum wage or less to keep up a family of at least 4 members. The results revealed that the meaning of mental suffering is tied to the everyday experiences of these women in its emotional, social, familiar, sexual and work related aspects. Betrayal, separation and domestic violence mean mental suffering. By interacting with health professionals these women hope to give a new meaning to their suffering due to alcohol and other drugs, domestic violence, unemployment, depression, reduced self-esteem and sexual desire. Women who participated in this study give a new meaning to their experiences of mental suffering through attachment to religious practices as a way of making their pain more bearable and understandable. In the hope of integral health, the users of SFH need a careful look from the basic health care system and humanized interaction with health professionals. We know, however, that, for effectiveness of the new paradigm of health, there are still many challenges, contradictions and weaknesses to overcome. The big challenge is still to produce a different way of "doing health" and to produce "social subjects" committed to different perspectives.Silva, Raimunda Magalhães daSilva, Raimunda Magalhães daDimenstein, Magda Diniz BezerraJorge, Maria Salete BessaValdés, Maria Teresa MorenoUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Saúde ColetivaCavalcante, Ana Celia Sousa2007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/79323https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/3218Disponibilidade forma física: Existe obra em CD-Rom de código : 77161porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess1899-12-30T00:00:00Zoai::79323Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:1899-12-30T00:00Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false
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