Utilização do questionário de mudança cognitiva por agentes comunitários de saúde como método para rastreio de demência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR |
Texto Completo: | https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/129598 |
Resumo: | Introdução: O aumento da expectativa de vida traz como consequência o risco de declínio cognitivo e quadros demenciais. O conhecimento dos dados epidemiológicos das síndromes demenciais é muito pobre no nordeste brasileiro, traduzindo dificuldade no planejamento de estratégias de saúde, subdiagnóstico, subtratamento. Vários fatores contribuem para essa realidade, destacando-se a carência de ferramentas de triagem validadas para uso no contexto de atenção primária à saúde. Objetivo: Avaliar a acurácia do questionário de Mudança Cognitiva de 8 perguntas (QMC-8), aplicado por Agentes Comunitários da Saúde (ACS) que atuam na atenção primária à saúde do município de Pindoretama-CE, para a triagem de pacientes com demência. Método: Trata-se de um estudo observacional e transversal que incluiu os pacientes acima de 60 anos do município de Pindoretama, Ceará. Inicialmente, foi realizado um treinamento com todos os ACS do município sobre o que são as síndromes demênciais e sobre o Questionário de Mudança Cognitiva de 8 perguntas (QMC-8). Em seguida, os ACS aplicaram o teste nos indivíduos das suas áreas de atuação. Todos que se submeteram a avaliação com as ACS foram convidados a serem avaliados por médico neurologista, com o objetivo de determinar se o paciente apresentava ou não quadro demencial. Resultados: Foram incluídos 207 pacientes; destes, 20,78% apresentavam demência; ao todo apenas 6,98% dos pacientes tinham demência conhecida; 51,21% eram analfabetos. Através da análise da curva ROC, o melhor ponto de corte para o QMC-8 foi 3, onde a sensibilidade do teste foi de 95,35% e a especificidade foi de 69,51%, com área sob a curva de 0,891. A média da escolaridade dos indivíduos sem demência foi significativamente maior do que a média de escolaridade dos indivíduos com demência (p = 0,048). A cada ano de idade aumentou-se 1,13 vezes a chance de ter demência (p<0,001; 1,07-1,18); medicações que trazem prejuízo cognitivo, aumentam 2,83 vezes a chance de ter demência (p<0,03; 1,10-7,24); o analfabetismo aumentou o risco de ter demência em 3,36 vezes (p<0,006; 1,41-7,99). Discussão: O estudo evidenciou que a aplicação do QMC-8 por ACS é viável. De acordo com a prevalência de demência na nossa amostra e da porcentagem de pacientes que tinha o diagnóstico prévio, percebe-se que as demências são doenças de alta prevalência e negligenciadas. A percepção da existência de demência no paciente pelos seus familiares deve ser sempre valorizada, pois há associação significativa de demência quando essa suspeita existe por parte dos familiares (p<0,001). Conclusão: O uso do QMC-8 por ACS mostrou-se como uma ferramenta de boa acurácia para o rastreio de pacientes com demências. Palavras-chave: Demência; Diagnóstico; Disfunção Cognitiva; Epidemiologia;Alzheimer; Saúde Pública. |
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