Rede social: saberes e práticas no cotidiano do ex-hanseniano
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR |
Texto Completo: | https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/83819 |
Resumo: | Importante problema de saúde pública, a hanseníase é parte ainda de um indesejado patrimônio da humanidade, associado ao subdesenvolvimento, exclusão e à dor. Com o fim do internamento compulsório os leprosários se tornaram grandes comunidades que albergam tanto os ex-hansenianos, como também seus familiares. Diante da lacuna histórica em torno deste fenômeno desenvolveu-se este estudo objetivando: Registrar a história de saúde-doença do ex-hanseniano com ênfase nos saberes, nas experiências vividas e na práxis dos atores sociais envolvidos desde os momentos iniciais da colonização até os dias de hoje; Conhecer o discurso acerca do mundo de vida do Ser (ex) hanseniano na atual conjuntura do Centro de Convivência Antônio Diogo; Identificar o que permite ao familiar/agregado não hanseniano se sentir "daqui" e "em casa" nos espaços destinados aos ex-hansenianos. Caracteriza-se como um estudo exploratório-descritivo, realizado durante o ano de 2008, nas dependências da Colônia Antônio Diogo, no Estado do Ceará, Brasil. Tomou-se como fonte de informação documentos pessoais e do acervo da própria colônia, assim como 18(dezoito) moradores da colônia, entre ex-hansenianos e familiares; aos quais foram aplicadas entrevista e o roteiro da História Oral. Os dados foram organizados com o apoio da técnica do Discurso do sujeito Coletivo. Os resultados revelam que a institucionalização da hanseníase acarretou em graves perdas, principalmente, social. A cura faz parte de um capítulo fundamental na vida dos depoentes. Há os que a percebem como uma conquista, outros pra os quais a mudança do status da doença não parece mudar muita coisa. Os que ficaram com seqüelas acham impossível usufruir da sensação de cura, preferindo limitar-se aos espaços da colônia, evitando, assim, o preconceito, e criticam a condição atual da comunidade, aonde existem mais sadios morando, do que pessoas doentes. O apego ao passado e ao lugar onde morou grande parte da vida, a rede de relações, enfim, que o ex-hanseniano insiste em manter serve, nestas circunstâncias, ao propósito de permitir a identificação com um grupo, favorecendo a um vigoroso sentimento de pertença. Nas representações partilhadas por ex-hanseniano e seus familiares acerca do contexto atual do Centro de Convivência Antônio Diogo, ser pessoa curada tem significado simbólico de religação com o mundo "de fora" da colônia, e, junto com isso, da autoreconstrução e aceitação de si. |
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Caracteriza-se como um estudo exploratório-descritivo, realizado durante o ano de 2008, nas dependências da Colônia Antônio Diogo, no Estado do Ceará, Brasil. Tomou-se como fonte de informação documentos pessoais e do acervo da própria colônia, assim como 18(dezoito) moradores da colônia, entre ex-hansenianos e familiares; aos quais foram aplicadas entrevista e o roteiro da História Oral. Os dados foram organizados com o apoio da técnica do Discurso do sujeito Coletivo. Os resultados revelam que a institucionalização da hanseníase acarretou em graves perdas, principalmente, social. A cura faz parte de um capítulo fundamental na vida dos depoentes. Há os que a percebem como uma conquista, outros pra os quais a mudança do status da doença não parece mudar muita coisa. Os que ficaram com seqüelas acham impossível usufruir da sensação de cura, preferindo limitar-se aos espaços da colônia, evitando, assim, o preconceito, e criticam a condição atual da comunidade, aonde existem mais sadios morando, do que pessoas doentes. O apego ao passado e ao lugar onde morou grande parte da vida, a rede de relações, enfim, que o ex-hanseniano insiste em manter serve, nestas circunstâncias, ao propósito de permitir a identificação com um grupo, favorecendo a um vigoroso sentimento de pertença. Nas representações partilhadas por ex-hanseniano e seus familiares acerca do contexto atual do Centro de Convivência Antônio Diogo, ser pessoa curada tem significado simbólico de religação com o mundo "de fora" da colônia, e, junto com isso, da autoreconstrução e aceitação de si.Important problem of public health, leprosy is an undesired part of humanity's patrimony, associated with developing, exclusion and pain. With the end of the obligatory internment, the leprosy hospitals had become great communities that lodge the former patients, as well as its familiar ones. Ahead of the historical gap around this phenomenon this study was developed objectifying: To register the history of health-illness of the former leprosy patient with emphasis in knowledge, the experiences lived and the praxis of the involved social actors since the initial moments of the settling until the present; To know the speech concerning the world of life of the Being (former) leprosy patient in the current conjuncture of the CCAD; To identify what it allows the relatives to feel "from here" and "in house" in the spaces destined to the former leprosy patients. It is characterized as a study explore-descriptive, carried through during the year of 2008, in the dependences of the Colony Antonio Diogo, in the State of the Ceará, Brazil. The source of information was personal documents and the proper colony heritage, as well as 18 (eighteen) living ones of the colony, between former-patients and relatives; which had been applied an interview and the script of Verbal History. The data had been organized with the support of the technique of the Speech of the Collective citizen. The results disclose that the institutionalization of leprosy caused severe losses, mainly, social. The cure is part of a basic chapter in the life of the deponents. It has the ones who perceive it as a conquest, others which the change of the status of the illness does not seem to change much thing. The ones that had been with sequels find impossible to usufruct of the cure sensation, preferring to limit their lives to the spaces of the colony, preventing, thus, the prejudice, and they criticize the current condition of their community, where exists healthier living than sick people. The attachment to the past and to the place where great part of them lived, the net of relations, that the former patients insists on keeping means, in these circumstances, the intention to allow the identification with a group, favoring to a vigorous feeling of belongs. In the representations shift for former-patients and its relatives concerning the current context of the Center of Living Antonio Diogo, to be a cured person has meant symbolic of reconnection with the world "outside" of the colony, as well as self-construction and acceptance of itself.Landim, Fátima Luna PinheiroLandim, Fátima Luna PinheiroLefevre, FernandoNations, Marilyn KayAmorim, Rosendo Freitas deUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Saúde ColetivaPeixoto, Ana Carolina Rocha2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/83819https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/4830Disponibilidade forma física: Existe obra em CD-Rom de código : 80158porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-25T20:20:06Zoai::83819Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2024-01-25T20:20:06Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false |
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