A comunicação de más notícias e a relação médico-paciente oncológico em cuidados paliativos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR |
Texto Completo: | https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/122729 |
Resumo: | A comunicação de más notícias é uma tarefa que demanda habilidades específicas, representa um desafio aos profissionais e repercute diretamente sobre a relação entre médicos e paciente, especialmente daqueles em processo de finitude. Processo que pode ser feito de forma mais adequada na assistência de pacientes em cuidados paliativos, abordagem que se dedica a cuidar de pacientes que possuem uma doença que apresenta risco à vida, do diagnóstico até a morte, oferecendo controle da dor e qualidade de vida e de morrer, carecendo de constantes avaliações sobre seus potenciais. Diante dessa demanda, a presente dissertação objetivou avaliar a relação e a comunicação entre médicos e pacientes oncológicos em processo de finitude em cuidados paliativos; e mais especificamente compará-los aos pacientes em cuidados curativos, por meio de três pesquisas. Na Pesquisa 1, buscou-se investigar a produção científica sobre a comunicação de más notícias. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura de artigos publicados em português e inglês, entre 2013 e 2018, nas bases de dados do portal BVS-Saúde (f = 10) e no Scielo.br (f = 10) com o descritor ¿Comunicação de Más Notícias¿ e ¿Communicating Bad News¿. Os resultados demonstraram que existem diversas dificuldades e barreiras para a realização da comunicação de más notícias, relacionadas ao despreparo dos profissionais, devido à deficiência na graduação e ausência de capacitações para profissionais sobre o tema. Na Pesquisa 2, buscou-se compreender a perspectiva de médicos que atuam em cuidados paliativos acerca da comunicação de más notícias. Foi realizada uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, que contou com a participação de nove médicos que trabalham com cuidados paliativos há no mínimo um ano, que responderam um roteiro de entrevista semiestruturada, compreendidos por análise textual, com auxílio do programa Iramuteq (Interface de R pourles Analyses Multimensionnelles de Textes et de Questionnaires). Os resultados demonstram que a comunicação de más notícias é uma prática rotineira no contexto hospitalar, no entanto, repleta de desafios e dificuldades para os médicos. Os profissionais reforçam a importância da capacitação para uma comunicação de qualidade, embora aleguem terem tido uma formação excessivamente técnica e voltada para a cura, sem foco sobre os aspectos relacionados à comunicação. Como consequência, surgem diversas dificuldades para exercer essa tarefa, bem como sentimento de culpa, falha, medo, impotência e angústia por não saberem lidar com essa situação. A Pesquisa 3 buscou avaliar a qualidade da relação e comunicação médico-pacientes na atenção aos cuidados paliativos oncológicos em processo de finitude a partir da perspectiva dos pacientes, comparandoos com pacientes em cuidados curativos. Foi realizada uma pesquisa descritiva, de levantamento e de abordagem quantitativa. Contou-se com uma amostra não probabilística composta por 102 pacientes (61 em cuidados curativos e 41 em cuidados paliativos), que responderam um questionário abordando as duas temáticas ¿ a relação médico-paciente e a comunicação de más notícias (baseado no protocolo SPIKES), cujo dados foram analisados por meio de estatística descritiva e bivariada, com auxílio do software estatístico SPSS (StatisticalPackage for the Social Sciences). Os resultados mostram que os pacientes avaliam a comunicação de más notícias e sua relação com seu médico de forma positiva. Além disso, verificou-se que a comunicação, em alguns quesitos é mais bem avaliada no contexto de cuidados paliativos que curativos Concluise que trabalhar com pacientes em cuidados paliativos, assim como comunicar más notícias, é um desafio que requer não só conhecimento teórico, mas habilidades e valores de empatia e altruísmo. Percebeu-se também a necessidade e importância de pesquisas nesse contexto. Palavras-chaves: comunicação de más notícias, relação médico-paciente, cuidados paliativos, processo de finitude. |
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A comunicação de más notícias e a relação médico-paciente oncológico em cuidados paliativosComunicação na saúdeCuidados paliativosMédicos e pacientesA comunicação de más notícias é uma tarefa que demanda habilidades específicas, representa um desafio aos profissionais e repercute diretamente sobre a relação entre médicos e paciente, especialmente daqueles em processo de finitude. Processo que pode ser feito de forma mais adequada na assistência de pacientes em cuidados paliativos, abordagem que se dedica a cuidar de pacientes que possuem uma doença que apresenta risco à vida, do diagnóstico até a morte, oferecendo controle da dor e qualidade de vida e de morrer, carecendo de constantes avaliações sobre seus potenciais. Diante dessa demanda, a presente dissertação objetivou avaliar a relação e a comunicação entre médicos e pacientes oncológicos em processo de finitude em cuidados paliativos; e mais especificamente compará-los aos pacientes em cuidados curativos, por meio de três pesquisas. Na Pesquisa 1, buscou-se investigar a produção científica sobre a comunicação de más notícias. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura de artigos publicados em português e inglês, entre 2013 e 2018, nas bases de dados do portal BVS-Saúde (f = 10) e no Scielo.br (f = 10) com o descritor ¿Comunicação de Más Notícias¿ e ¿Communicating Bad News¿. Os resultados demonstraram que existem diversas dificuldades e barreiras para a realização da comunicação de más notícias, relacionadas ao despreparo dos profissionais, devido à deficiência na graduação e ausência de capacitações para profissionais sobre o tema. Na Pesquisa 2, buscou-se compreender a perspectiva de médicos que atuam em cuidados paliativos acerca da comunicação de más notícias. Foi realizada uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, que contou com a participação de nove médicos que trabalham com cuidados paliativos há no mínimo um ano, que responderam um roteiro de entrevista semiestruturada, compreendidos por análise textual, com auxílio do programa Iramuteq (Interface de R pourles Analyses Multimensionnelles de Textes et de Questionnaires). Os resultados demonstram que a comunicação de más notícias é uma prática rotineira no contexto hospitalar, no entanto, repleta de desafios e dificuldades para os médicos. Os profissionais reforçam a importância da capacitação para uma comunicação de qualidade, embora aleguem terem tido uma formação excessivamente técnica e voltada para a cura, sem foco sobre os aspectos relacionados à comunicação. Como consequência, surgem diversas dificuldades para exercer essa tarefa, bem como sentimento de culpa, falha, medo, impotência e angústia por não saberem lidar com essa situação. A Pesquisa 3 buscou avaliar a qualidade da relação e comunicação médico-pacientes na atenção aos cuidados paliativos oncológicos em processo de finitude a partir da perspectiva dos pacientes, comparandoos com pacientes em cuidados curativos. Foi realizada uma pesquisa descritiva, de levantamento e de abordagem quantitativa. Contou-se com uma amostra não probabilística composta por 102 pacientes (61 em cuidados curativos e 41 em cuidados paliativos), que responderam um questionário abordando as duas temáticas ¿ a relação médico-paciente e a comunicação de más notícias (baseado no protocolo SPIKES), cujo dados foram analisados por meio de estatística descritiva e bivariada, com auxílio do software estatístico SPSS (StatisticalPackage for the Social Sciences). Os resultados mostram que os pacientes avaliam a comunicação de más notícias e sua relação com seu médico de forma positiva. Além disso, verificou-se que a comunicação, em alguns quesitos é mais bem avaliada no contexto de cuidados paliativos que curativos Concluise que trabalhar com pacientes em cuidados paliativos, assim como comunicar más notícias, é um desafio que requer não só conhecimento teórico, mas habilidades e valores de empatia e altruísmo. Percebeu-se também a necessidade e importância de pesquisas nesse contexto. Palavras-chaves: comunicação de más notícias, relação médico-paciente, cuidados paliativos, processo de finitude.The communication of bad news is a task that demands specific skills, represents a challenge to professionals and directly affects the relationship between doctors and patients, especially those in the process of finitude. A process that can best be done in the care of patients in palliative care, an approach that is dedicated to caring for patients who have a life-threatening illness, from diagnosis to death, offering pain control and quality of life and to die, lacking constant evaluations of their potentials. Faced with this demand, the present dissertation aimed to evaluate the relationship and communication between physicians and cancer patients in the process of finitude in palliative care; and more specifically to compare them to patients in curative care, through three surveys. In Research 1, we sought to investigate the scientific production on the communication of bad news. An integrative review of the literature of articles published in Portuguese and English between 2013 and 2018 was carried out in the databases of the BVS-Saúde portal (f = 10) and Scielo.br (f = 10) with the descriptor "Communication Bad News "and" Communicating Bad News ". The results showed that there are several difficulties and barriers to the communication of bad news, related to the lack of preparation of the professionals, due to deficiency in graduation and lack of training for professionals on the subject. In Research 2, we sought to understand the perspective of physicians who work in palliative care about communicating bad news. An exploratory, qualitative approach was carried out, involving nine physicians who worked with palliative care for at least one year, who answered a semi-structured interview script, comprised by textual analysis, with the help of the Iramuteq program Routles Analyzes Multimensionnelles de Textes et de Questionnaires). The results show that the communication of bad news is a routine practice in the hospital context, however, full of challenges and difficulties for doctors. The professionals emphasize the importance of qualification for quality communication, although they claim to have had an excessively technical and curative training, without focus on the aspects related to communication. As a consequence, there are several difficulties to perform this task, as well as feelings of guilt, failure, fear, impotence and anguish for not being able to deal with this situation. Research 3 sought to evaluate the quality of the relationship and medical-patient communication in the care of oncologic palliative care in the process of finitude from the perspective of the patients, comparing them with patients in curative care. A descriptive, survey and quantitative approach was carried out. A non-probabilistic sample consisted of 102 patients (61 in curative care and 41 in palliative care), who answered a questionnaire addressing the two themes - the doctor-patient relationship and the communication of bad news (based on the SPIKES protocol) , whose data were analyzed using descriptive and bivariate statistics, using SPSS statistical software (StatisticalPackage for the Social Sciences). The results show that patients evaluate the communication of bad news and their relationship with their doctor in a positive way. In addition, it has been observed that communication in some aspects is better evaluated in the context of palliative care than curative It is concluded that working with patients in palliative care, as well as communicating bad news, is a challenge that requires not only theoretical knowledge , but skills and values of empathy and altruism. The need and importance of research in this context was also perceived. Keywords: communication of bad news, doctor-patient relationship, palliative care, terminality.Dissertação enviada com autorização e certificação via CI 141889/19Lins, Cynthia de Freitas MeloLins, Cynthia de Freitas MeloMorais, Normanda Araújo deAlves, Railda Sabino FernandesSantos Júnior, Randolfo dosUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em PsicologiaMagalhaes, Maria Rannielly de Araujo Lima2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/122729https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/23404porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-26T16:18:48Zoai::122729Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2024-01-26T16:18:48Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false |
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A comunicação de más notícias é uma tarefa que demanda habilidades específicas, representa um desafio aos profissionais e repercute diretamente sobre a relação entre médicos e paciente, especialmente daqueles em processo de finitude. Processo que pode ser feito de forma mais adequada na assistência de pacientes em cuidados paliativos, abordagem que se dedica a cuidar de pacientes que possuem uma doença que apresenta risco à vida, do diagnóstico até a morte, oferecendo controle da dor e qualidade de vida e de morrer, carecendo de constantes avaliações sobre seus potenciais. Diante dessa demanda, a presente dissertação objetivou avaliar a relação e a comunicação entre médicos e pacientes oncológicos em processo de finitude em cuidados paliativos; e mais especificamente compará-los aos pacientes em cuidados curativos, por meio de três pesquisas. Na Pesquisa 1, buscou-se investigar a produção científica sobre a comunicação de más notícias. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura de artigos publicados em português e inglês, entre 2013 e 2018, nas bases de dados do portal BVS-Saúde (f = 10) e no Scielo.br (f = 10) com o descritor ¿Comunicação de Más Notícias¿ e ¿Communicating Bad News¿. Os resultados demonstraram que existem diversas dificuldades e barreiras para a realização da comunicação de más notícias, relacionadas ao despreparo dos profissionais, devido à deficiência na graduação e ausência de capacitações para profissionais sobre o tema. Na Pesquisa 2, buscou-se compreender a perspectiva de médicos que atuam em cuidados paliativos acerca da comunicação de más notícias. Foi realizada uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, que contou com a participação de nove médicos que trabalham com cuidados paliativos há no mínimo um ano, que responderam um roteiro de entrevista semiestruturada, compreendidos por análise textual, com auxílio do programa Iramuteq (Interface de R pourles Analyses Multimensionnelles de Textes et de Questionnaires). Os resultados demonstram que a comunicação de más notícias é uma prática rotineira no contexto hospitalar, no entanto, repleta de desafios e dificuldades para os médicos. Os profissionais reforçam a importância da capacitação para uma comunicação de qualidade, embora aleguem terem tido uma formação excessivamente técnica e voltada para a cura, sem foco sobre os aspectos relacionados à comunicação. Como consequência, surgem diversas dificuldades para exercer essa tarefa, bem como sentimento de culpa, falha, medo, impotência e angústia por não saberem lidar com essa situação. A Pesquisa 3 buscou avaliar a qualidade da relação e comunicação médico-pacientes na atenção aos cuidados paliativos oncológicos em processo de finitude a partir da perspectiva dos pacientes, comparandoos com pacientes em cuidados curativos. Foi realizada uma pesquisa descritiva, de levantamento e de abordagem quantitativa. Contou-se com uma amostra não probabilística composta por 102 pacientes (61 em cuidados curativos e 41 em cuidados paliativos), que responderam um questionário abordando as duas temáticas ¿ a relação médico-paciente e a comunicação de más notícias (baseado no protocolo SPIKES), cujo dados foram analisados por meio de estatística descritiva e bivariada, com auxílio do software estatístico SPSS (StatisticalPackage for the Social Sciences). Os resultados mostram que os pacientes avaliam a comunicação de más notícias e sua relação com seu médico de forma positiva. Além disso, verificou-se que a comunicação, em alguns quesitos é mais bem avaliada no contexto de cuidados paliativos que curativos Concluise que trabalhar com pacientes em cuidados paliativos, assim como comunicar más notícias, é um desafio que requer não só conhecimento teórico, mas habilidades e valores de empatia e altruísmo. Percebeu-se também a necessidade e importância de pesquisas nesse contexto. Palavras-chaves: comunicação de más notícias, relação médico-paciente, cuidados paliativos, processo de finitude. |
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