Resistência e subversão na história do movimento psicanalítico: o sujeito como a política da psicanálise
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR |
Texto Completo: | https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124796 |
Resumo: | A resistência é um tema abordado na psicanálise desde as primeiras elaborações de Freud na clínica, quando constatou as dificuldades apresentadas por seus pacientes de ir mais além no trabalho com o inconsciente. Entretanto, esse não é o único sentido que Freud estabelece para a resistência em sua obra. Ele também nomeia de resistência fenômenos que se apresentam contra a psicanálise à medida que constrói os fundamentos teóricos da psicanálise. Tomamos esse segundo sentido como caminho para pensar os impasses que surgem contra a psicanálise, fazendo um retorno à história de seu movimento, percorrendo os rumos que possam iluminar a sua posição ao longo da história, para que, assim, possamos nos endereçar ao futuro e lidar com os conflitos que poderão surgir. Desse modo, realizamos três recortes que consideramos relevante para realizar as discussões: no primeiro, tratamos da resistência à psicanálise nos seus primórdios à medida que Freud elaborava uma teoria consistente e subversiva sobre a sexualidade; no segundo, abordamos a problemática do saber e ensino à medida que o movimento se institucionaliza e adentra às universidades levantando novos tipos de resistência à psicanálise; no terceiro, tratamos de uma resistência que se atualiza nos dias de hoje pelo campo das políticas públicas em saúde mental através do tratamento do autismo. Mesmo com todas essas resistências que continuam a se atualizar, a psicanálise sobrevive há mais de cem anos e isso se dá por meio do trabalho de insistência e subversão realizado ao longo do movimento. Freud abre os caminhos quando funda um novo campo teórico, desconstruindo os dualismos entre mente e corpo, normal e patológico. Lacan institui uma nova concepção sobre formação atravessada pelos fundamentos próprios da psicanálise. No caso da relação entre psicanálise e saúde mental, é por meio da sua perspectiva de clínica fundamentada pela ética do sujeito que a psicanálise contribui para esse campo desde a reforma psiquiátrica até os dias de hoje com o autismo. Assim, concluímos que a psicanálise está sempre fadada a sofrer resistências por ela estar na linha de frente, tendo como sua política o sujeito. Por isso cabe a ela continuar resistindo de forma advertida, comprometida e engajada sempre no sentido de trazer o sujeito à tona por meio da insistência em um trabalho no laço social que se instaura pela via da subversão. Palavras-chave: Psicanálise; Resistência; Subversão; Política; Sujeito. |
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Resistência e subversão na história do movimento psicanalítico: o sujeito como a política da psicanáliseResistance and subversion in the history of the psychoanalytic movement : the subject s a politic of psychoanalysisPsicanálise e políticaPolítica - Aspectos psicológicosSubversãoA resistência é um tema abordado na psicanálise desde as primeiras elaborações de Freud na clínica, quando constatou as dificuldades apresentadas por seus pacientes de ir mais além no trabalho com o inconsciente. Entretanto, esse não é o único sentido que Freud estabelece para a resistência em sua obra. Ele também nomeia de resistência fenômenos que se apresentam contra a psicanálise à medida que constrói os fundamentos teóricos da psicanálise. Tomamos esse segundo sentido como caminho para pensar os impasses que surgem contra a psicanálise, fazendo um retorno à história de seu movimento, percorrendo os rumos que possam iluminar a sua posição ao longo da história, para que, assim, possamos nos endereçar ao futuro e lidar com os conflitos que poderão surgir. Desse modo, realizamos três recortes que consideramos relevante para realizar as discussões: no primeiro, tratamos da resistência à psicanálise nos seus primórdios à medida que Freud elaborava uma teoria consistente e subversiva sobre a sexualidade; no segundo, abordamos a problemática do saber e ensino à medida que o movimento se institucionaliza e adentra às universidades levantando novos tipos de resistência à psicanálise; no terceiro, tratamos de uma resistência que se atualiza nos dias de hoje pelo campo das políticas públicas em saúde mental através do tratamento do autismo. Mesmo com todas essas resistências que continuam a se atualizar, a psicanálise sobrevive há mais de cem anos e isso se dá por meio do trabalho de insistência e subversão realizado ao longo do movimento. Freud abre os caminhos quando funda um novo campo teórico, desconstruindo os dualismos entre mente e corpo, normal e patológico. Lacan institui uma nova concepção sobre formação atravessada pelos fundamentos próprios da psicanálise. No caso da relação entre psicanálise e saúde mental, é por meio da sua perspectiva de clínica fundamentada pela ética do sujeito que a psicanálise contribui para esse campo desde a reforma psiquiátrica até os dias de hoje com o autismo. Assim, concluímos que a psicanálise está sempre fadada a sofrer resistências por ela estar na linha de frente, tendo como sua política o sujeito. Por isso cabe a ela continuar resistindo de forma advertida, comprometida e engajada sempre no sentido de trazer o sujeito à tona por meio da insistência em um trabalho no laço social que se instaura pela via da subversão. Palavras-chave: Psicanálise; Resistência; Subversão; Política; Sujeito.Resistance has been a subject studied in psychoanalysis since Freud's earliest clinical work, when he noted the difficulties presented by his patients to go even further at work with the unconscious. However, this is not the only meaning Freud establishes for resistance in his work. He also names resistance phenomena that present themselves against psychoanalysis as it constructs the theoretical foundations of psychoanalysis. We take this second sense as a way to think of the impasses that arise against psychoanalysis, making a return to the history of its movement, traversing the directions that can illuminate its position throughout history, so that we can address the future and dealing with the conflicts that may arise. Thus, we make three cuts that we consider relevant to carry out the discussions: in the first, we deal with resistance to psychoanalysis in its early stages as Freud elaborated a consistent and subversive theory about sexuality; in the second, we approach the problematic of knowledge and teaching as the movement becomes institutionalized and enters the universities raising new types of resistance to psychoanalysis; in the third, we deal with a resistance that is updated today by the field of public policies on mental health through the treatment of autism. Even with all these resistances that continue to be updated, psychoanalysis has survived for more than a hundred years and this is done through the work of insistence and subversion carried out throughout the movement. Freud opens the way when he founds a new theoretical field, deconstructing the dualisms between mind and body, normal and pathological. Lacan institutes a new conception of formation traversed by the foundations of psychoanalysis. In the case of the relationship between psychoanalysis and mental health, it is through his clinical perspective based on the ethics of the subject that psychoanalysis contributes to this field from the psychiatric reform to the present day with autism. Thus, we conclude that psychoanalysis is always doomed to suffer resistance because it is on the front line, having as its policy the subject. That is why it is up to psychoanalysis to continue resisting in a warned, committed and always engaged way of bringing the subject to the surface by insisting on a work in the social bond that is established by the way of subversion. Keywords: Psychoanalysis; Resistance; Subversion; Politics; Subject.Lima, Maria Celina PeixotoLima, Maria Celina PeixotoDanziato, Leonardo José BarreiraPereira, Caciana LinharesUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em PsicologiaMontenegro, Annya Gabrielle Rodrigues Studart2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124796https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/24800porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-25T21:16:00Zoai::124796Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2024-01-25T21:16Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false |
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A resistência é um tema abordado na psicanálise desde as primeiras elaborações de Freud na clínica, quando constatou as dificuldades apresentadas por seus pacientes de ir mais além no trabalho com o inconsciente. Entretanto, esse não é o único sentido que Freud estabelece para a resistência em sua obra. Ele também nomeia de resistência fenômenos que se apresentam contra a psicanálise à medida que constrói os fundamentos teóricos da psicanálise. Tomamos esse segundo sentido como caminho para pensar os impasses que surgem contra a psicanálise, fazendo um retorno à história de seu movimento, percorrendo os rumos que possam iluminar a sua posição ao longo da história, para que, assim, possamos nos endereçar ao futuro e lidar com os conflitos que poderão surgir. Desse modo, realizamos três recortes que consideramos relevante para realizar as discussões: no primeiro, tratamos da resistência à psicanálise nos seus primórdios à medida que Freud elaborava uma teoria consistente e subversiva sobre a sexualidade; no segundo, abordamos a problemática do saber e ensino à medida que o movimento se institucionaliza e adentra às universidades levantando novos tipos de resistência à psicanálise; no terceiro, tratamos de uma resistência que se atualiza nos dias de hoje pelo campo das políticas públicas em saúde mental através do tratamento do autismo. Mesmo com todas essas resistências que continuam a se atualizar, a psicanálise sobrevive há mais de cem anos e isso se dá por meio do trabalho de insistência e subversão realizado ao longo do movimento. Freud abre os caminhos quando funda um novo campo teórico, desconstruindo os dualismos entre mente e corpo, normal e patológico. Lacan institui uma nova concepção sobre formação atravessada pelos fundamentos próprios da psicanálise. No caso da relação entre psicanálise e saúde mental, é por meio da sua perspectiva de clínica fundamentada pela ética do sujeito que a psicanálise contribui para esse campo desde a reforma psiquiátrica até os dias de hoje com o autismo. Assim, concluímos que a psicanálise está sempre fadada a sofrer resistências por ela estar na linha de frente, tendo como sua política o sujeito. Por isso cabe a ela continuar resistindo de forma advertida, comprometida e engajada sempre no sentido de trazer o sujeito à tona por meio da insistência em um trabalho no laço social que se instaura pela via da subversão. Palavras-chave: Psicanálise; Resistência; Subversão; Política; Sujeito. |
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