Umarizal da Umbanda, das Mulheres Negras e seus ofícios (Amazônia, Belém Pará, Meados do XX)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Sentidos da Cultura |
Texto Completo: | https://periodicos.uepa.br/index.php/sentidos/article/view/3220 |
Resumo: | Este artigo analisa a presença de mulheres negras no bairro do Umarizal dos meados do XX em Belém-Pará, relacionando-as ao trabalho, à negritude, às práticas umbandistas, a sua visibilidade na sobrevivência e no comando do lar. Adotamos a metodologia da história oral segundo cânones apreendidos em Thompson (1992), Freitas (2002), Meihy (2005) e Portelli (1997). As lembranças de pessoas que sempre moraram no bairro do Umarizal e nele viveram nos meados do XX fiam as teias das memórias que permitem perceber a vida diária, cotidiano e esfera privada de mulheres comuns. A topologia local favorecia a diferenciação social, pois nas áreas altas do bairro viviam as famílias com maior poder aquisitivo e status, já nas partes baixas moravam as famílias e pessoas mais pobres, entre enchentes, matagais, valas, vacarias e escuridão. As mulheres negras do Umarizal moravam nas partes baixas, tinham visibilidade, status e dons particulares na classe social onde se inseriam: a mais baixa. Silenciadas pela historiografia, praticavam ofícios que lhes ensejavam autonomia pelo trabalho e na esfera do privado como chefes de família. A umbanda, religião de ancestralidade negra, logrou-lhes espaço de poder feminino, reconhecimento e sociabilidade na comunidade onde viviam e atuavam, questionando-se assim a historiografia oficial que além de ignorá-las em seus protagonismos, reduz as mulheres negras ao papel de meras herdeiras e vítimas do sistema colonial que as escravizou por séculos no Brasil. |
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Umarizal da Umbanda, das Mulheres Negras e seus ofícios (Amazônia, Belém Pará, Meados do XX)Mulheres NegrasUmarizalMemóriasEste artigo analisa a presença de mulheres negras no bairro do Umarizal dos meados do XX em Belém-Pará, relacionando-as ao trabalho, à negritude, às práticas umbandistas, a sua visibilidade na sobrevivência e no comando do lar. Adotamos a metodologia da história oral segundo cânones apreendidos em Thompson (1992), Freitas (2002), Meihy (2005) e Portelli (1997). As lembranças de pessoas que sempre moraram no bairro do Umarizal e nele viveram nos meados do XX fiam as teias das memórias que permitem perceber a vida diária, cotidiano e esfera privada de mulheres comuns. A topologia local favorecia a diferenciação social, pois nas áreas altas do bairro viviam as famílias com maior poder aquisitivo e status, já nas partes baixas moravam as famílias e pessoas mais pobres, entre enchentes, matagais, valas, vacarias e escuridão. As mulheres negras do Umarizal moravam nas partes baixas, tinham visibilidade, status e dons particulares na classe social onde se inseriam: a mais baixa. Silenciadas pela historiografia, praticavam ofícios que lhes ensejavam autonomia pelo trabalho e na esfera do privado como chefes de família. A umbanda, religião de ancestralidade negra, logrou-lhes espaço de poder feminino, reconhecimento e sociabilidade na comunidade onde viviam e atuavam, questionando-se assim a historiografia oficial que além de ignorá-las em seus protagonismos, reduz as mulheres negras ao papel de meras herdeiras e vítimas do sistema colonial que as escravizou por séculos no Brasil. EDUEPA2021-03-02info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo avaliado pelos ParesEstudo de Campoapplication/pdfhttps://periodicos.uepa.br/index.php/sentidos/article/view/3220Revista Sentidos da Cultura; v. 6 n. 10 (2019): SENTIDOS DA CULTURA; 193-2082359-310510.31792/rsc.v6i10reponame:Revista Sentidos da Culturainstname:Universidade do Estado do Pará (UFPA)instacron:UFPAporhttps://periodicos.uepa.br/index.php/sentidos/article/view/3220/1458Copyright (c) 2020 Revista Sentidos da Culturainfo:eu-repo/semantics/openAccessRodrigues, Venize Nazaré Ramos2021-04-07T23:05:07Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/3220Revistahttps://periodicos.uepa.br/index.php/sentidosPUBhttps://periodicos.uepa.br/index.php/sentidos/oaisentidosdaculturarevista@gmail.com || bruna.toscano@uepa.br2359-31052359-3105opendoar:2021-04-07T23:05:07Revista Sentidos da Cultura - Universidade do Estado do Pará (UFPA)false |
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