Geologia, geoquímica e mineralogia dos corpos anfibolíticos de Água Azul do Norte: condições metamórficas e implicações tectônicas para o Domínio Sapucaia - Província Carajás
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10618 |
Resumo: | Os distintos corpos metamáficos identificados na área de Água Azul do Norte, porção centro-sul do Domínio Carajás, são intrusivos em um conjunto de granitoides TTG e compreendem duas variedades: (i) actinolita anfibolito, que ocorre como um corpo alongado de orientação N-S e inflexão para NE, com ~17 km de extensão, constituído essencialmente por plagioclásio e anfibólio, com relíquias de cristais de piroxênio e plagioclásio ígneos caracterizando textura blasto-subofítica; e (ii) diopsídio anfibolito, de ocorrência restrita, que aflora como pequenos corpos lenticulares, anastomosados e de orientação NW-SE, que apresenta textura nematoblástica e porfiroblástica, foliação milonítica e pares S-C. As paragêneses minerais reconhecidas nessa unidade incluem: Plg+Amph+Di+Ilm, que representa o pico metamórfico, e Plg+Amph+ Ep+Clz+Tit+Ap+Qtz+Ser, relacioanda ao retrometamorfismo. O plagioclásio do actinolita anfibolito varia de oligoclásio cálcico a labradorita cálcica (An28-65), sendo que as composições mais cálcicas destes cristais representam heranças ígneas. O plagioclásio do diopsídio anfibolito possui composição química mais homogênea e é classificado como andesina sódica (An31-35). O anfibólio do actinolita anfibolito apresenta-se zonado, com razão Mg/Fe mais elevada em relação ao anfibólio do diopsídio anfibolito, sendo classificado como Mg-hornblenda, tschermakita, actinolita e edenita. No diopsídio anfibolito, o anfibólio apresenta razão Mg/Fe levemente menor, além de conteúdos de AlVI de ~0,4 e de Fe3+ entre 0,7 e 0,8, o que permite classificá-lo como Mg-hastingsita. Considerando os dados químicos, o protólito dessas rochas apresenta composição compatível com a de basaltos toleíticos, padrão multielementar de toleítos continentais (diopsídio anfibolito) e toleítos de baixo K (actinolita anfibolito), as razões de elementos incompatíveis (HFSE) sugerem fonte derivada do manto primitivo, com mudanças significativas na composição do magma devido à interação com a crosta continental e/ou a litosfera subcontinental. As evidências químico-mineralógicas e texturais indicam que o protólito do actinolita anfibolito sofreu deformação em estágio submagmático e, posteriormente, deformação no estado sólido em profundidades rasas. Em contrapartida, o diopsídio anfibolito foi submetido a regime de deformação dúctil em maior profundidade. A trajetória metamórfica do actinolita anfibolito revela descompressão isotermal (com pico metamórfico em 2,7 kbar e 430 °C e equilíbrio retrometamórfico a 1,2 kbar e 425 °C), associada à sua exumação e/ou à colocação de corpos de leucogranito, enquanto o diopsídio anfibolito foi submetido a metamorfismo sob fácies anfibolito em nível crustal intermediário e ambiente de crosta relativamente fria (5 kbar; 540 oC). Esses dados denunciam a exposição de uma crosta arqueana relativamente profunda, entre 9 e 16 Km, na região de Água Azul do Norte. |
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2019-02-15T17:51:45Z2019-02-15T17:51:45Z2016-11-09SOUZA, Diwhemerson Barbosa de. Geologia, geoquímica e mineralogia dos corpos anfibolíticos de Água Azul do Norte: condições metamórficas e implicações tectônicas para o Domínio Sapucaia - Província Carajás. Orientador: Davis Carvalho de Oliveira. 2016. 61 f. Dissertação (Mestrado em Geologia e Geoquímica) – Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10618. Acesso em:.http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10618Os distintos corpos metamáficos identificados na área de Água Azul do Norte, porção centro-sul do Domínio Carajás, são intrusivos em um conjunto de granitoides TTG e compreendem duas variedades: (i) actinolita anfibolito, que ocorre como um corpo alongado de orientação N-S e inflexão para NE, com ~17 km de extensão, constituído essencialmente por plagioclásio e anfibólio, com relíquias de cristais de piroxênio e plagioclásio ígneos caracterizando textura blasto-subofítica; e (ii) diopsídio anfibolito, de ocorrência restrita, que aflora como pequenos corpos lenticulares, anastomosados e de orientação NW-SE, que apresenta textura nematoblástica e porfiroblástica, foliação milonítica e pares S-C. As paragêneses minerais reconhecidas nessa unidade incluem: Plg+Amph+Di+Ilm, que representa o pico metamórfico, e Plg+Amph+ Ep+Clz+Tit+Ap+Qtz+Ser, relacioanda ao retrometamorfismo. O plagioclásio do actinolita anfibolito varia de oligoclásio cálcico a labradorita cálcica (An28-65), sendo que as composições mais cálcicas destes cristais representam heranças ígneas. O plagioclásio do diopsídio anfibolito possui composição química mais homogênea e é classificado como andesina sódica (An31-35). O anfibólio do actinolita anfibolito apresenta-se zonado, com razão Mg/Fe mais elevada em relação ao anfibólio do diopsídio anfibolito, sendo classificado como Mg-hornblenda, tschermakita, actinolita e edenita. No diopsídio anfibolito, o anfibólio apresenta razão Mg/Fe levemente menor, além de conteúdos de AlVI de ~0,4 e de Fe3+ entre 0,7 e 0,8, o que permite classificá-lo como Mg-hastingsita. 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A trajetória metamórfica do actinolita anfibolito revela descompressão isotermal (com pico metamórfico em 2,7 kbar e 430 °C e equilíbrio retrometamórfico a 1,2 kbar e 425 °C), associada à sua exumação e/ou à colocação de corpos de leucogranito, enquanto o diopsídio anfibolito foi submetido a metamorfismo sob fácies anfibolito em nível crustal intermediário e ambiente de crosta relativamente fria (5 kbar; 540 oC). Esses dados denunciam a exposição de uma crosta arqueana relativamente profunda, entre 9 e 16 Km, na região de Água Azul do Norte.The metamafics bodies identified in the Água Azul do Norte area, located in the south-central portion of the Carajás domain, crosscut the TTG basement and include two distinct varieties: (i) actinolite amphibolite, an extensive elongated body (~17 km long) with N-S orientation and inflection to NE, composed essentially of plagioclase and amphibole, with relicts of igneous pyroxene crystals and plagioclase, defining a subophitic texture; and (ii) diopside amphibolite, with occurrence restricted to the extreme east portion of the area, outcropping as small lenticular anastomosed bodies of NW-SE orientation. The latter shows nematoblastic and porphyroblastic textures, mylonitic foliation, and S-C pairs. The mineral paragenesis recognized in this variety include: Plg+Amph+Di+Ilm, which represent the metamorphic peak, while Plg+Amph+Ep+Clz+Tit+Ap+Qtz+Ser were generated during the retrometa-morphism. The plagioclase from the actinolite amphibolite has a broad compositional spectrum, ranging from calcic oligoclase to calcic labradorite (An28-65) with calcic compostions representing igneous inheritances. The plagioclase from the diopside amphibolite has more homogeneous composition and was classified as sodic andesine (An31-35). The amphibole from the actinolite amphibolite shows compositional zoning with Mg/Fe ratio slightly higher than those of the diopside amphibolite, and can be classified as Mg-hornblende, tschermakite, actinolite and edenite. In addition, the amphibole of the diopside amphibolite has AlVI of ~0.4 and Fe3+ of 0.7 to 0.8 contents, which allows its classification as Mg-hastingsite. Taking into account the chemical data, these bodies had a protolith with composition compatible with tholeiitic basalts, multielement standard of continental tholeiites (diopside amphibolite) and tholeiites low K (actinolite amphibolite), incompatible elements (HFSE) ratios suggest a source derived from primitive mantle, with significant changes in the magma composition due to interaction with the continental crust and/or subcontinental lithosphere. The chemical-mineralogical and textural evidences indicate that the protolith of actinolite amphibolite underwent deformation in the submagmatic stage and later a deformation in solid state at shallow depths. In contrast, the diopside amphibolite was submitted to ductile deformation regime in relatively higher depths. The metamorphic path of the actinolite amphibolite reveals isothermal decompression (metamorphic peak at 2.7 kbar and 430 °C; and retrometamorphic equilibrium at 1.2 kbar and 425 °C), associated with its exhumation and/or emplacement of leucogranite bodies, whereas the diopside amphibolite indicates amphibolite facies metamorphism in intermediate crustal level conditions (5 kbar; 540oC). These data indicate the exposure of relatively deep crustal levels in Água Azul do Norte (9-16 km).CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal do ParáPrograma de Pós-Graduação em Geologia e GeoquímicaUFPABrasilInstituto de Geociências1 CD-ROMreponame:Repositório Institucional da UFPAinstname:Universidade Federal do Pará (UFPA)instacron:UFPACNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA::PETROLOGIAPETROLOGIA E EVOLUÇÃO CRUSTALGEOQUÍMICA E PETROLOGIAGeoquímica - Carajás, Serra dos (PA)Anfibolito - Carajás, Serra dos (PA)Geologia estratigráfica - ArqueanoGeotermobarometriaGeologia, geoquímica e mineralogia dos corpos anfibolíticos de Água Azul do Norte: condições metamórficas e implicações tectônicas para o Domínio Sapucaia - Província Carajásinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisOLIVEIRA, Davis Carvalho dehttp://lattes.cnpq.br/0294264745783506MONTEIRO, Lena Vírginia Soareshttp://lattes.cnpq.br/6455990478032543http://lattes.cnpq.br/1859576762312910SOUZA, Diwhemerson Barbosa deinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALDissertacao_GeologiaGeoquimicaMineralogia.pdfDissertacao_GeologiaGeoquimicaMineralogia.pdfapplication/pdf5533777http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/10618/1/Dissertacao_GeologiaGeoquimicaMineralogia.pdfbf99be786e3be55456a0a8a772cd61bdMD51CC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; 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