“Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: TAVARES, Aderli Goes
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPA
Texto Completo: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8942
Resumo: O estudo tomou como objeto o acesso dos usuários aos serviços de saúde pública, neste caso o acesso ao Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), um hospital do Sistema Único de Saúde (SUS) localizado na área urbana, no bairro do Guamá, na cidade de Belém-PA. O foco do estudo foram as redes de relações sociais construídas pelos usuários guamaenses para acessarem às consultas médicas em: Clínica Médica, Pneumologia e Endocrinologia no ambulatório de especialidades do Hospital. O acesso informal foi denominado de “atalho” e configurou-se como uma organização social interna que agrega redes sociais parciais (BARNES, 1987) externas e internas. Os “atalhos” são parte de uma estrutura social rizomática (DELEUZE; GUATARRI, 2000), com entradas por diferentes espaços e de um processo de trabalho centrado na concepção de saúde hegemonicamente hospitalocêntrica e filantrópica. No espaço hospitalar, os trabalhadores, principalmente os médicos, operam por meio da “ordem negociada” (CARAPINHEIRO, 2005). A ineficiência da regulação do SUS para organizar o acesso e os demais óbices estruturais do SUS, implicam em tornar a oferta menor que a procura impedindo o acesso universal dos cidadãos aos serviços de saúde e contribui para a descoberta e construção de inovações para o acesso, o que Castoriadis (1982) interpreta como “instituinte” numa instituição ou o que Carapinheiro (2005) aponta como “percursos terapêuticos”. No caso, o acesso informal no HUJBB é denominado de “encaixe”, de “a porta da esperança” e foi interpretado como um subsistema do SUS, convivendo com uma administração pública sincrética, marcada pelos princípios racionalistas impessoais e a cultura brasileira relacional. Entre o racional e impessoal, o SUS e a marginalidade no sistema, os usuários e os trabalhadores encontraram as “brechas” no sistema formal. Eles as administram através do conhecimento racional e do relacional e pessoalizado, os últimos próprios da formação do povo brasileiro, e os usam para alargar as normas e regras estabelecidas, com isso não quebram as normas e não tornam o “atalho” para legal, e sim constroem uma ponte dentro do próprio SUS que faz valer o acesso universal preconizado constitucionalmente aos brasileiros, diminuindo o tempo de espera e, possivelmente, permitindo reabilitar a saúde dos usuários, evitando a morte.
id UFPA_77d6448e8c42a00f2ed6f050fcec6342
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpa.br:2011/8942
network_acronym_str UFPA
network_name_str Repositório Institucional da UFPA
repository_id_str 2123
spelling 2017-08-01T16:36:17Z2017-08-01T16:36:17Z2016-04-26TAVARES, Aderli Goes. “Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto. 2016. 224 f. Tese (Doutorado). – Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Belém, 2016. Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia.http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8942O estudo tomou como objeto o acesso dos usuários aos serviços de saúde pública, neste caso o acesso ao Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), um hospital do Sistema Único de Saúde (SUS) localizado na área urbana, no bairro do Guamá, na cidade de Belém-PA. O foco do estudo foram as redes de relações sociais construídas pelos usuários guamaenses para acessarem às consultas médicas em: Clínica Médica, Pneumologia e Endocrinologia no ambulatório de especialidades do Hospital. O acesso informal foi denominado de “atalho” e configurou-se como uma organização social interna que agrega redes sociais parciais (BARNES, 1987) externas e internas. Os “atalhos” são parte de uma estrutura social rizomática (DELEUZE; GUATARRI, 2000), com entradas por diferentes espaços e de um processo de trabalho centrado na concepção de saúde hegemonicamente hospitalocêntrica e filantrópica. No espaço hospitalar, os trabalhadores, principalmente os médicos, operam por meio da “ordem negociada” (CARAPINHEIRO, 2005). A ineficiência da regulação do SUS para organizar o acesso e os demais óbices estruturais do SUS, implicam em tornar a oferta menor que a procura impedindo o acesso universal dos cidadãos aos serviços de saúde e contribui para a descoberta e construção de inovações para o acesso, o que Castoriadis (1982) interpreta como “instituinte” numa instituição ou o que Carapinheiro (2005) aponta como “percursos terapêuticos”. No caso, o acesso informal no HUJBB é denominado de “encaixe”, de “a porta da esperança” e foi interpretado como um subsistema do SUS, convivendo com uma administração pública sincrética, marcada pelos princípios racionalistas impessoais e a cultura brasileira relacional. Entre o racional e impessoal, o SUS e a marginalidade no sistema, os usuários e os trabalhadores encontraram as “brechas” no sistema formal. Eles as administram através do conhecimento racional e do relacional e pessoalizado, os últimos próprios da formação do povo brasileiro, e os usam para alargar as normas e regras estabelecidas, com isso não quebram as normas e não tornam o “atalho” para legal, e sim constroem uma ponte dentro do próprio SUS que faz valer o acesso universal preconizado constitucionalmente aos brasileiros, diminuindo o tempo de espera e, possivelmente, permitindo reabilitar a saúde dos usuários, evitando a morte.The study focused on users' access to public health services, in this case access to the University Hospital João de Barros Barreto (HUJBB), a hospital Unified Health System (SUS) located in the urban area in the neighborhood of Guama, in Belém, PA. The focus of the study were the social networks of relationships built by ‘guamaenses’ users to access medical consultations in medical clinic specialties, pulmonology, endocrinology at the hospital's specialty clinic. The informal approach was called "shortcuts" and is configured as an internal social organization that adds partial social networks (BARNES, 1987) external and internal. "Shortcuts" are part of a rhizome social structure (DELEUZE & GUATTARI, 2000), with entries for different spaces and a work process focused on designing hegemonic hospital-and philanthropic health. In hospitals, workers, particularly physicians, operate by "negotiated" (CARAPINHEIRO, 2005). The problem of inefficiency of SUS regulation to organize access and other SUS structural problems when the lower supply that demand prevents the exercise of universal access of citizens to health services and contribute to the discovery and building innovations for access , which Castoriadis (1982) interprets as "instituting" in an institution or what Carapinheiro (2005) points out as "therapeutic pathways." In case, the informal access in HUJBB is called "docking", the "door of hope" and was interpreted as a subsystem of the SUS, living with a syncretic public administration, with marks of public administration with rationalists impersonal principles and culture relational Brazilian. Between the rational and impersonal, SUS and marginality in the system, users and workers found the "gaps" in the formal system. They administer them through rational knowledge and relational and personalized, the very last of the formation of the Brazilian people, and use them to extend the standards and rules, they did not break the rules and do not make the "shortcut" the legal, and rather build a bridge within the SUS itself that makes it worth the recommended universal to access constitutionally Brazilians, reducing the waiting time and possibly allowing rehabilitate the health of users, preventing death.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal do ParáPrograma de Pós-Graduação em Sociologia e AntropologiaUFPABrasilInstituto de Filosofia e Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICACNPQ::CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA::SOCIOLOGIA DA SAUDESaúde públicaAntropologia socialCultura brasileiraAtendimento hospitalarSistema de Saúde (SUS)Hospital Universitário João de Barros BarretoBelém - PAPará - Estado“Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barretoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisSÁ, Samuel Maria de Amorim ehttp://lattes.cnpq.br/3256903697536068CARDOSO, Denise Machadohttp://lattes.cnpq.br/2685857306168366http://lattes.cnpq.br/5125400241872719TAVARES, Aderli Goesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPAinstname:Universidade Federal do Pará (UFPA)instacron:UFPACC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; charset=utf-849http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/8942/2/license_url4afdbb8c545fd630ea7db775da747b2fMD52license_textlicense_texttext/html; charset=utf-80http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/8942/3/license_textd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD53license_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-80http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/8942/4/license_rdfd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD54LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/8942/5/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD55ORIGINALTese_DoutoraVimTentar.pdfTese_DoutoraVimTentar.pdfapplication/pdf2812143http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/8942/1/Tese_DoutoraVimTentar.pdf1574b8540a7f86e9a23d9e8a28e8a957MD51TEXTTese_DoutoraVimTentar.pdf.txtTese_DoutoraVimTentar.pdf.txtExtracted texttext/plain537960http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/8942/6/Tese_DoutoraVimTentar.pdf.txta22b09eaffdfcb4b1f5f64e9b675670dMD562011/89422017-10-18 12:50:08.811oai:repositorio.ufpa.br:2011/8942TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ufpa.br/oai/requestriufpabc@ufpa.bropendoar:21232017-10-18T15:50:08Repositório Institucional da UFPA - Universidade Federal do Pará (UFPA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv “Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto
title “Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto
spellingShingle “Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto
TAVARES, Aderli Goes
CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICA
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA::SOCIOLOGIA DA SAUDE
Saúde pública
Antropologia social
Cultura brasileira
Atendimento hospitalar
Sistema de Saúde (SUS)
Hospital Universitário João de Barros Barreto
Belém - PA
Pará - Estado
title_short “Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto
title_full “Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto
title_fullStr “Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto
title_full_unstemmed “Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto
title_sort “Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto
author TAVARES, Aderli Goes
author_facet TAVARES, Aderli Goes
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv SÁ, Samuel Maria de Amorim e
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/3256903697536068
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv CARDOSO, Denise Machado
dc.contributor.advisor-co1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2685857306168366
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5125400241872719
dc.contributor.author.fl_str_mv TAVARES, Aderli Goes
contributor_str_mv SÁ, Samuel Maria de Amorim e
CARDOSO, Denise Machado
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICA
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA::SOCIOLOGIA DA SAUDE
topic CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICA
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA::SOCIOLOGIA DA SAUDE
Saúde pública
Antropologia social
Cultura brasileira
Atendimento hospitalar
Sistema de Saúde (SUS)
Hospital Universitário João de Barros Barreto
Belém - PA
Pará - Estado
dc.subject.por.fl_str_mv Saúde pública
Antropologia social
Cultura brasileira
Atendimento hospitalar
Sistema de Saúde (SUS)
Hospital Universitário João de Barros Barreto
Belém - PA
Pará - Estado
description O estudo tomou como objeto o acesso dos usuários aos serviços de saúde pública, neste caso o acesso ao Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), um hospital do Sistema Único de Saúde (SUS) localizado na área urbana, no bairro do Guamá, na cidade de Belém-PA. O foco do estudo foram as redes de relações sociais construídas pelos usuários guamaenses para acessarem às consultas médicas em: Clínica Médica, Pneumologia e Endocrinologia no ambulatório de especialidades do Hospital. O acesso informal foi denominado de “atalho” e configurou-se como uma organização social interna que agrega redes sociais parciais (BARNES, 1987) externas e internas. Os “atalhos” são parte de uma estrutura social rizomática (DELEUZE; GUATARRI, 2000), com entradas por diferentes espaços e de um processo de trabalho centrado na concepção de saúde hegemonicamente hospitalocêntrica e filantrópica. No espaço hospitalar, os trabalhadores, principalmente os médicos, operam por meio da “ordem negociada” (CARAPINHEIRO, 2005). A ineficiência da regulação do SUS para organizar o acesso e os demais óbices estruturais do SUS, implicam em tornar a oferta menor que a procura impedindo o acesso universal dos cidadãos aos serviços de saúde e contribui para a descoberta e construção de inovações para o acesso, o que Castoriadis (1982) interpreta como “instituinte” numa instituição ou o que Carapinheiro (2005) aponta como “percursos terapêuticos”. No caso, o acesso informal no HUJBB é denominado de “encaixe”, de “a porta da esperança” e foi interpretado como um subsistema do SUS, convivendo com uma administração pública sincrética, marcada pelos princípios racionalistas impessoais e a cultura brasileira relacional. Entre o racional e impessoal, o SUS e a marginalidade no sistema, os usuários e os trabalhadores encontraram as “brechas” no sistema formal. Eles as administram através do conhecimento racional e do relacional e pessoalizado, os últimos próprios da formação do povo brasileiro, e os usam para alargar as normas e regras estabelecidas, com isso não quebram as normas e não tornam o “atalho” para legal, e sim constroem uma ponte dentro do próprio SUS que faz valer o acesso universal preconizado constitucionalmente aos brasileiros, diminuindo o tempo de espera e, possivelmente, permitindo reabilitar a saúde dos usuários, evitando a morte.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016-04-26
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-08-01T16:36:17Z
dc.date.available.fl_str_mv 2017-08-01T16:36:17Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv TAVARES, Aderli Goes. “Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto. 2016. 224 f. Tese (Doutorado). – Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Belém, 2016. Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8942
identifier_str_mv TAVARES, Aderli Goes. “Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto. 2016. 224 f. Tese (Doutorado). – Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Belém, 2016. Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia.
url http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8942
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Pará
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPA
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Pará
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPA
instname:Universidade Federal do Pará (UFPA)
instacron:UFPA
instname_str Universidade Federal do Pará (UFPA)
instacron_str UFPA
institution UFPA
reponame_str Repositório Institucional da UFPA
collection Repositório Institucional da UFPA
bitstream.url.fl_str_mv http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/8942/2/license_url
http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/8942/3/license_text
http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/8942/4/license_rdf
http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/8942/5/license.txt
http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/8942/1/Tese_DoutoraVimTentar.pdf
http://repositorio.ufpa.br/oai/bitstream/2011/8942/6/Tese_DoutoraVimTentar.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 4afdbb8c545fd630ea7db775da747b2f
d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b
1574b8540a7f86e9a23d9e8a28e8a957
a22b09eaffdfcb4b1f5f64e9b675670d
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPA - Universidade Federal do Pará (UFPA)
repository.mail.fl_str_mv riufpabc@ufpa.br
_version_ 1801771943039336448