Revisar o passado e negar a história: o meme como uso político do passado pela extrema-direita
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPB |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27035 |
Resumo: | Diante de um cenário de disputas de narrativas que idealizam, deturpam, falsificam e negam o recente passado ditatorial por meio de mídias contemporâneas, esta pesquisa se desdobrou em um duplo objetivo. Inicialmente, analisei os usos políticos do passado e a ideia de Ditadura Militar brasileira (1964-1985) em memes de internet, especificamente aqueles que veiculam abordagens revisionistas, negacionistas e falsificadoras da história. Em seguida, construí uma Aula-oficina voltada para o trabalho das/os docentes de História com tais memes em sala de aula. Para tanto, recorri à teoria da consciência histórica de Jörn Rüsen (2001), que pensa a aprendizagem histórica como um processo que ocorre em diversos meios de socialização. Por isso a necessidade de se investigar a circulação social do conhecimento histórico (CERRI, 2010) e a orientação temporal subjacente às ideias históricas difundidas socialmente (SADDI, 2014), como assim defende a Didática da História. Outro eixo de sustentação teóricometodológica se pauta nas contribuições da Educação Histórica, sobretudo a partir de autoras/es como GERMINARI (2011), BARCA (2001, 2005), GAGO (2020) e LEE (2001). Os objetivos em questão foram alcançados a partir da análise das peças meméticas como fontes históricas, cujas narrativas foram verificadas a partir da metodologia da Análise de Conteúdo mediante um viés qualitativo, bem como por meio de estratégias de interpretação elaboradas por Sílvio Cadena (2018). Por sua vez, a Aula-oficina foi construída com base na metodologia proposta por Isabel Barca (2018). Ao longo da pesquisa, pude observar como os memes analisados produzem versões reabilitadoras e apologéticas da Ditadura Militar. De forma preocupante, tal uso político do passado provoca diversos danos. Um deles é o fomento a práticas de desinformação e de manipulação político-ideológica, tendo em vista que tais mídias veiculam informações falsas intencionalmente produzidas. Como resultado, observei prejuízos à ordem democrática contemporânea. Por isso a importância de historiadoras/es compreenderem esse processo e atuarem tanto em salas de aula quanto em outros espaços de socialização a partir da crítica histórica na interpretação da experiência do tempo a fim de desvelar e evitar o uso abusivo do passado. |
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Por isso a necessidade de se investigar a circulação social do conhecimento histórico (CERRI, 2010) e a orientação temporal subjacente às ideias históricas difundidas socialmente (SADDI, 2014), como assim defende a Didática da História. Outro eixo de sustentação teóricometodológica se pauta nas contribuições da Educação Histórica, sobretudo a partir de autoras/es como GERMINARI (2011), BARCA (2001, 2005), GAGO (2020) e LEE (2001). Os objetivos em questão foram alcançados a partir da análise das peças meméticas como fontes históricas, cujas narrativas foram verificadas a partir da metodologia da Análise de Conteúdo mediante um viés qualitativo, bem como por meio de estratégias de interpretação elaboradas por Sílvio Cadena (2018). Por sua vez, a Aula-oficina foi construída com base na metodologia proposta por Isabel Barca (2018). Ao longo da pesquisa, pude observar como os memes analisados produzem versões reabilitadoras e apologéticas da Ditadura Militar. De forma preocupante, tal uso político do passado provoca diversos danos. Um deles é o fomento a práticas de desinformação e de manipulação político-ideológica, tendo em vista que tais mídias veiculam informações falsas intencionalmente produzidas. Como resultado, observei prejuízos à ordem democrática contemporânea. Por isso a importância de historiadoras/es compreenderem esse processo e atuarem tanto em salas de aula quanto em outros espaços de socialização a partir da crítica histórica na interpretação da experiência do tempo a fim de desvelar e evitar o uso abusivo do passado.Faced with a scenario of disputes over narratives that idealize, misrepresent, falsify and deny the recent dictatorial past through contemporary media, this research has a double objective. Initially, I analyzed the political uses of the past and the idea of the Brazilian Military Dictatorship (1964-1985) in internet memes, specifically those that convey revisionist, denialist and history-falsifying approaches. Then, I built a workshop class focused on the work of History teachers with such memes in the classroom. To do so, I resorted to Jörn Rüsen's theory of historical consciousness (2001), which considers historical learning as a process that occurs in different means of socialization. Hence the need to investigate the social circulation of historical knowledge (CERRI, 2010) and the temporal orientation underlying socially disseminated historical ideas (SADDI, 2014), as defended by the Didactics of History. Another axis of theoretical-methodological support is based on the contributions of Historical Education, especially from authors such as GERMINARI (2011), BARCA (2001, 2005), GAGO (2020) and LEE (2001). The objectives in question were achieved from the analysis of memetic pieces as historical sources, whose narratives were verified from the Content Analysis methodology through a qualitative bias, as well as through interpretation strategies elaborated by Silvio Cadena (2018). In turn, the workshop class was built based on the methodology proposed by Isabel Barca (2018). Throughout the research, I was able to observe how the analyzed memes produce rehabilitating and apologetic versions of the Military Dictatorship. Worryingly, such political use of the past does a lot of harm. One of them is the promotion of practices of disinformation and political-ideological manipulation, considering that such media convey intentionally produced false information. As a result, I observed the damage to the contemporary democratic order. That is why it is important for historians to understand this process and act both in classrooms and in other spaces of socialization based on historical criticism in the interpretation of the experience of time in order to reveal and avoid the abusive use of the past.Submitted by Fernando Augusto Alves Vieira (fernandovieira@biblioteca.ufpb.br) on 2023-05-25T10:42:42Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) DoraDeSáGallindo_Dissert.pdf: 1479201 bytes, checksum: fa7255ed3ed5cd7e6519697409325fe8 (MD5)Approved for entry into archive by Fernando Augusto Alves Vieira (fernandovieira@biblioteca.ufpb.br) on 2023-05-25T13:03:11Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) DoraDeSáGallindo_Dissert.pdf: 1479201 bytes, checksum: fa7255ed3ed5cd7e6519697409325fe8 (MD5)Made available in DSpace on 2023-05-25T13:03:11Z (GMT). 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