Fatores que afetam a produção de moléculas de sabor de hidrolisados de vísceras caprinas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cordeiro, Ana Rita Ribeiro de Araújo
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/22023
Resumo: As vísceras caprinas tem sido estudas por seu potencial para produção de hidrolisados proteicos, considerando sua concentração proteica e composição aminoacídica. Assim objetivou-se investigar a qualidade aromática dos hidrolisados obtidos com vísceras caprinas. Em um primeiro estudo buscou-se obter moléculas de sabor a partir de hidrolisados de subprodutos caprinos, enfatizando a ação térmica durante o processamento. Foi utilizada uma mistura de subprodutos submetidos ou não à inativação de enzimas endógenas, seguida de hidrólise com a enzima proteolítica Alcalase® (Bacillus licheniformis) e autoclavagem após hidrólise. A produção de hidrolisados forneceu dados quantitativos e qualitativos sobre os precursores envolvidos na formação aromática de hidrolisados de proteínas. O processo de inativação de enzimas endógenas resultou em hidrolisados com maior grau de hidrólise e maior teor de proteína. O processo de autoclavagem produziu um aumento significativo na concentração de aminoácidos livres e maltose e uma redução no teor de glicose. A aplicação dos dois tratamentos térmicos resultou na produção de hidrolisados de proteína de subproduto caprino com diferentes perfis de voláteis. Em um segundo estudo, investigou-se a ação de três enzimas proteolíticas na produção de hidrolisados proteicos de vísceras caprinas, e seu uso para produção de produtos flavorizantes. Foi pesquisada a produção de moléculas precursoras do sabor/aroma e a formação de compostos voláteis resultantes da aplicação de diferentes proteases; três tratamentos de hidrólise única (HA - Alcalase®, HF - Flavourzyme®, HN - Neutrase®) e um tratamento combinado (HFN - Flavourzyme® e Neutrase®). O maior grau de hidrólise foi obtido com a Alcalase (26.74%), bem como o maior número e maior concentração de compostos voláteis (23 voláteis e 27.5 µg/100mL, respectivamente). Os principais voláteis identificados nos hidrolisados incluíam ácidos, aldeídos, pirazinas, terpenos e aldeídos de Streacker. Os precursores de aroma solúveis em água e solúveis em gordura foram investigados, verificandose maiores concentrações nos hidrolisados HF e HFN, provavelmente devido a baixa participação destes precursores na formação de compostos voláteis. Portanto, o uso da Alcalase na proteólise de vísceras caprinas se destacou diante das demais enzimas, fornecendo compostos de aroma impactantes para o sabor cárneo. Além disso, um artigo de revisão sobre potenciais estratégias de utilização e aplicação de subprodutos caprinos e ovinos foi produzido. A revisão apresentou ainda evidências notáveis quanto aos aspectos nutricionais, tecnológicos, funcionais, bioativos e de potencial flavorizante dos subprodutos caprinos e ovinos, como potencial significativo para fornecer novos e valiosos ingredientes alimentares.
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spelling 2022-02-03T18:14:10Z2021-09-212022-02-03T18:14:10Z2021-09-17https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/22023As vísceras caprinas tem sido estudas por seu potencial para produção de hidrolisados proteicos, considerando sua concentração proteica e composição aminoacídica. Assim objetivou-se investigar a qualidade aromática dos hidrolisados obtidos com vísceras caprinas. Em um primeiro estudo buscou-se obter moléculas de sabor a partir de hidrolisados de subprodutos caprinos, enfatizando a ação térmica durante o processamento. Foi utilizada uma mistura de subprodutos submetidos ou não à inativação de enzimas endógenas, seguida de hidrólise com a enzima proteolítica Alcalase® (Bacillus licheniformis) e autoclavagem após hidrólise. A produção de hidrolisados forneceu dados quantitativos e qualitativos sobre os precursores envolvidos na formação aromática de hidrolisados de proteínas. O processo de inativação de enzimas endógenas resultou em hidrolisados com maior grau de hidrólise e maior teor de proteína. O processo de autoclavagem produziu um aumento significativo na concentração de aminoácidos livres e maltose e uma redução no teor de glicose. A aplicação dos dois tratamentos térmicos resultou na produção de hidrolisados de proteína de subproduto caprino com diferentes perfis de voláteis. Em um segundo estudo, investigou-se a ação de três enzimas proteolíticas na produção de hidrolisados proteicos de vísceras caprinas, e seu uso para produção de produtos flavorizantes. Foi pesquisada a produção de moléculas precursoras do sabor/aroma e a formação de compostos voláteis resultantes da aplicação de diferentes proteases; três tratamentos de hidrólise única (HA - Alcalase®, HF - Flavourzyme®, HN - Neutrase®) e um tratamento combinado (HFN - Flavourzyme® e Neutrase®). O maior grau de hidrólise foi obtido com a Alcalase (26.74%), bem como o maior número e maior concentração de compostos voláteis (23 voláteis e 27.5 µg/100mL, respectivamente). Os principais voláteis identificados nos hidrolisados incluíam ácidos, aldeídos, pirazinas, terpenos e aldeídos de Streacker. Os precursores de aroma solúveis em água e solúveis em gordura foram investigados, verificandose maiores concentrações nos hidrolisados HF e HFN, provavelmente devido a baixa participação destes precursores na formação de compostos voláteis. Portanto, o uso da Alcalase na proteólise de vísceras caprinas se destacou diante das demais enzimas, fornecendo compostos de aroma impactantes para o sabor cárneo. Além disso, um artigo de revisão sobre potenciais estratégias de utilização e aplicação de subprodutos caprinos e ovinos foi produzido. A revisão apresentou ainda evidências notáveis quanto aos aspectos nutricionais, tecnológicos, funcionais, bioativos e de potencial flavorizante dos subprodutos caprinos e ovinos, como potencial significativo para fornecer novos e valiosos ingredientes alimentares.The goat viscera has been studied for its potential to produce protein hydrolysates, considering its protein concentration and amino acid composition. Thus, the aim was to investigate the aromatic quality of hydrolysates obtained from goat viscera. In a first study, it was sought to obtain flavor molecules from goat by-product hydrolysates, emphasizing the thermal action during processing. A mixture of by-products submitted or not to the inactivation of endogenous enzymes was used, followed by hydrolysis with the proteolytic enzyme Alcalase® (Bacillus licheniformis) and autoclaving after hydrolysis. The production of hydrolysates provided quantitative and qualitative data on the precursors involved in the aromatic formation of protein hydrolysates. The inactivation process of endogenous enzymes resulted in hydrolysates with a higher degree of hydrolysis and higher protein content. The autoclaving process produced a significant increase in the concentration of free amino acids and maltose and a reduction in the glucose content. The application of the two heat treatments resulted in the production of goat by-product protein hydrolysates with different volatile profiles. In a second study, the action of three proteolytic enzymes in the production of protein hydrolysates from goat viscera was investigated, and their use in the production of flavoring products. The production of flavor/aroma precursor molecules and the formation of volatile compounds resulting from the application of different proteases were investigated; three single hydrolysis treatments (HA - Alcalase®, HF - Flavourzyme®, HN - Neutrase®) and a combined treatment (HFN - Flavourzyme® and Neutrase®). The highest degree of hydrolysis was obtained with Alcalase (26.74%), as well as the highest number and highest concentration of volatile compounds (23 volatiles and 27.5 µg/100mL, respectively). The main volatiles identified in the hydrolysates included acids, aldehydes, pyrazines, terpenes and Streacker aldehydes. Water-soluble and fatsoluble aroma precursors were investigated, with higher concentrations in HF and HFN hydrolysates, probably due to the low participation of these precursors in the formation of volatile compounds. Therefore, the use of Alcalase in the proteolysis of goat viscera stood out compared to other enzymes, providing impactful aroma compounds for the meat flavor. In addition, a review article on potential strategies for the use and application of goat and sheep by-products was produced. The review also presented remarkable evidence regarding the nutritional, technological, functional, bioactive and flavoring potential aspects of goat and sheep by-products, as a significant potential to provide new and valuable food ingredients.Submitted by Jeruzalém Silva (jerulima@gmail.com) on 2022-01-31T18:52:03Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) AnaRitaRibeiroDeAraújoCordeiro_Tese.pdf: 5129864 bytes, checksum: 8c7dcf76476ba11971d31a2c85bf1b25 (MD5)Approved for entry into archive by Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BDTD (bdtd@biblioteca.ufpb.br) on 2022-02-03T18:14:10Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) AnaRitaRibeiroDeAraújoCordeiro_Tese.pdf: 5129864 bytes, checksum: 8c7dcf76476ba11971d31a2c85bf1b25 (MD5)Made available in DSpace on 2022-02-03T18:14:10Z (GMT). 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