Estrutura populacional do Coral Mussismilia harttii (Verril, 1868) no Nordeste Brasileiro
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPB |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27308 |
Resumo: | Os recifes de corais são ecossistemas únicos de grande valor para as atividades de pesca, turismo e proteção costeira ao redor do mundo, contudo existem lacunas sobre o estado de conservação de algumas populações. A partir do estudo da estrutura populacional, medida através do tamanho das colônias e de seus pólipos, é possível inferir tendências de aumento ou declínio populacional e propor ações de manejo e conservação das espécies, especialmente daquelas reconhecidas oficialmente como ameaçadas. Este estudo testou duas hipóteses: (i) em escala regional, a população de M. harttii no Nordeste do Brasil possui uma estrutura populacional em forma de “J invertido”, possivelmente devido ao impacto humano histórico proporcionalmente maior sobre as colônias grandes; e (ii) em escala local, a concentração de matéria orgânica (sedimentação) oriunda do continente reduz o tamanho e a abundância de colônias em subpopulações de M. harttii distribuídas no Nordeste brasileiro. O estudo foi desenvolvido nos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia, totalizando 15 subpopulações. As colônias foram amostradas em 2016 através do método "reef-check" (vídeotransecto) e a concentração de matéria orgânica através de coletas de amostras do sedimento. De cada colônia observada nas filmagens foram contabilizados e medidos os seus pólipos com o software ImageJ. Em 12 subpopulações, um total de 31974 pólipos foi contabilizado em 155 colônias vivas, com média de 206 e mediana de 63 pólipos por colônia (2-3212 pólipos por colônia; mínimo-máximo). Em média, os pólipos mediram 1,64 cm de diâmetro (0,53-3,21 cm), com coeficiente de variação de 0,31 (0,02 a 1,17). Como esperado, a população amostrada apresentou um padrão de “J invertido”, caracterizado pela predominância de colônias pequenas. Houve uma relação negativa entre a concentração de matéria orgânica e a abundância de colônias, indicando que locais com maior porcentagem de matéria orgânica possuem menos colônias de M. harttii. Três subpopulações de locais muito visitados turisticamente não apresentaram nenhuma colônia. Porém, não houve efeito significativo da matéria orgânica sobre o tamanho dos pólipos e seu coeficiente de variação. Os resultados sugerem que as atividades humanas que impactam os recifes costeiros do Nordeste brasileiro têm removido principalmente as colônias maiores. Por essas colônias possuem um maior potencial reprodutivo, é provável que o declínio populacional se intensifique nos próximos anos, a menos que medidas de conservação e manejo sejam tomadas. |
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2023-06-30T19:30:45Z2023-06-302023-06-30T19:30:45Z2023-06-16https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27308Os recifes de corais são ecossistemas únicos de grande valor para as atividades de pesca, turismo e proteção costeira ao redor do mundo, contudo existem lacunas sobre o estado de conservação de algumas populações. A partir do estudo da estrutura populacional, medida através do tamanho das colônias e de seus pólipos, é possível inferir tendências de aumento ou declínio populacional e propor ações de manejo e conservação das espécies, especialmente daquelas reconhecidas oficialmente como ameaçadas. Este estudo testou duas hipóteses: (i) em escala regional, a população de M. harttii no Nordeste do Brasil possui uma estrutura populacional em forma de “J invertido”, possivelmente devido ao impacto humano histórico proporcionalmente maior sobre as colônias grandes; e (ii) em escala local, a concentração de matéria orgânica (sedimentação) oriunda do continente reduz o tamanho e a abundância de colônias em subpopulações de M. harttii distribuídas no Nordeste brasileiro. O estudo foi desenvolvido nos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia, totalizando 15 subpopulações. As colônias foram amostradas em 2016 através do método "reef-check" (vídeotransecto) e a concentração de matéria orgânica através de coletas de amostras do sedimento. De cada colônia observada nas filmagens foram contabilizados e medidos os seus pólipos com o software ImageJ. Em 12 subpopulações, um total de 31974 pólipos foi contabilizado em 155 colônias vivas, com média de 206 e mediana de 63 pólipos por colônia (2-3212 pólipos por colônia; mínimo-máximo). Em média, os pólipos mediram 1,64 cm de diâmetro (0,53-3,21 cm), com coeficiente de variação de 0,31 (0,02 a 1,17). Como esperado, a população amostrada apresentou um padrão de “J invertido”, caracterizado pela predominância de colônias pequenas. Houve uma relação negativa entre a concentração de matéria orgânica e a abundância de colônias, indicando que locais com maior porcentagem de matéria orgânica possuem menos colônias de M. harttii. Três subpopulações de locais muito visitados turisticamente não apresentaram nenhuma colônia. Porém, não houve efeito significativo da matéria orgânica sobre o tamanho dos pólipos e seu coeficiente de variação. Os resultados sugerem que as atividades humanas que impactam os recifes costeiros do Nordeste brasileiro têm removido principalmente as colônias maiores. Por essas colônias possuem um maior potencial reprodutivo, é provável que o declínio populacional se intensifique nos próximos anos, a menos que medidas de conservação e manejo sejam tomadas.Coral reefs are unique ecosystems of great value for fishing activities, tourism and coastal protection around the world, however there are gaps on the conservation status of some populations. From the study of population structure, measured by the size of colonies and their polyps, it is possible to infer trends of population increase or decline and propose actions for management and conservation of species, especially those officially recognized as endangered. This study tested two hypotheses: (i) on a regional scale, the population of M. harttii in Northeastern Brazil has an "reverse J-shaped" population structure, possibly due to the proportionally greater historical human impact on large colonies; and (ii) on a local scale, the concentration of organic matter (sedimentation) from the continent reduces the size and abundance of colonies in subpopulations of M. harttii distributed in Northeastern Brazil. The study was developed in the states of Paraíba, Pernambuco, Alagoas and Bahia, totaling 15 subpopulations. The colonies were sampled in 2016 through the "reef-check" method (videotransect) and the concentration of organic matter through sediment sample collections. From each colony observed in the footage, their polyps were counted and measured with ImageJ software. In 12 subpopulations, a total of 31974 polyps were counted in 155 live colonies, with a mean of 206 and a median of 63 polyps per colony (2-3212 polyps per colony; minimummaximum). On average, polyps measured 1.64 cm in diameter (0.53-3.21 cm), with a coefficient of variation of 0.31 (0.02 to 1.17). As expected, the sampled population showed an "reverse J" pattern, characterized by the predominance of small colonies. There was a negative relationship between organic matter concentration and colony abundance, indicating that sites with a higher percentage of organic matter have fewer M. harttii colonies. Three subpopulations from highly visited tourist sites showed no colonies. However, there was no significant effect of organic matter on the size of polyps and their coefficient of variation. The results suggest that human activities impacting the coastal reefs of the Brazilian Northeast have removed mainly the larger colonies. Because these colonies have a higher reproductive potential, population decline is likely to intensify in the coming years unless conservation and management measures are taken.Submitted by Josélia Silva (joseliabiblio@gmail.com) on 2023-06-30T19:30:45Z No. of bitstreams: 1 RVAL30062023.pdf: 3200809 bytes, checksum: ad08b272887e6ec4aca8451a4ee46c29 (MD5)Made available in DSpace on 2023-06-30T19:30:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1 RVAL30062023.pdf: 3200809 bytes, checksum: ad08b272887e6ec4aca8451a4ee46c29 (MD5) Previous issue date: 2023-06-16porUniversidade Federal da ParaíbaUFPBBrasilCiências BiológicasCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASScleractiniaRecifes de corais - Brasil, NordesteBiologiaEstrutura populacional do Coral Mussismilia harttii (Verril, 1868) no Nordeste Brasileiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisSantos, Bráulio AlmeidaLazzarin, Rafisa Virginia Altivoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPBinstname:Universidade Federal da Paraíba (UFPB)instacron:UFPBTEXTRVAL30062023.pdf.txtRVAL30062023.pdf.txtExtracted texttext/plain79771https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/27308/3/RVAL30062023.pdf.txt02bceef8eb9ce9761864c6a4eda1b6c5MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82390https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/27308/2/license.txte20ac18e101915e6935b82a641b985c0MD52ORIGINALRVAL30062023.pdfRVAL30062023.pdfapplication/pdf3200809https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/27308/1/RVAL30062023.pdfad08b272887e6ec4aca8451a4ee46c29MD51123456789/273082023-07-01 03:05:35.253QVVUT1JJWkHDh8ODTyBFIExJQ0VOw4dBIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpBdXRvcml6byBlIGVzdG91IGRlIGFjb3JkbywgbmEgcXVhbGlkYWRlIGRlIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBhdXRvLWRlcG9zaXRhZGEsIGNvbmZvcm1lIExlaSBuwrogOTYxMC85OCwgb3Mgc2VndWludGVzIHRlcm1vczoKIApEYSBEaXN0cmlidWnDp8OjbyBuw6NvLWV4Y2x1c2l2YSAKTyBhdXRvciBkZWNsYXJhIHF1ZTogCmEpIE8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0ZSB0ZXJtby4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2UsIHRhbnRvIHF1YW50byBsaGUgw6kgcG9zc8OtdmVsIHNhYmVyLCBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuIApiKSBTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBjb250w6ltIG1hdGVyaWFsIGRvIHF1YWwgbsOjbyBkZXTDqW0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IsIGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBwYXJhIGNvbmNlZGVyIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgUGFyYcOtYmEgb3MgZGlyZWl0b3MgcmVxdWVyaWRvcyBwb3IgZXN0ZSB0ZXJtbywgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBjdWpvcyBkaXJlaXRvcyBzw6NvIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIG91IGNvbnRlw7pkbyBkbyB0cmFiYWxobyBlbnRyZWd1ZS4gCmMpIFNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIGJhc2VhZG8gZW0gdHJhYmFsaG8gZmluYW5jaWFkbyBvdSBhcG9pYWRvIHBvciBvdXRyYSBpbnN0aXR1acOnw6NvIHF1ZSBuw6NvIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgUGFyYcOtYmEgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCmQpIENvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZQQiBvIGRpcmVpdG8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgdHJhZHV6aXIsIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mgw6F1ZGlvIG91IHbDrWRlby4KZSkgVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZQQiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgcXVhbHF1ZXIgbWVpbyBvdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgpmKSBWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRlBCIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKRG9zIEVtYmFyZ29zIGUgUmVzdHJpw6fDtWVzIGRlIEFjZXNzbwpPIGVtYmFyZ28gcG9kZXLDoSBzZXIgbWFudGlkbyBwb3IgYXTDqSAxICh1bSkgYW5vLCBwb2RlbmRvIHNlciBwcm9ycm9nYWRvIHBvciBpZ3VhbCBwZXLDrW9kbywgY29tIGEgbmVjZXNzaWRhZGUgZGUgYW5leGFyIGRvY3VtZW50b3MgY29tcHJvYmF0w7NyaW9zLiBPIHJlc3VtbyBlIG9zIG1ldGFkYWRvcyBkZXNjcml0aXZvcyBzZXLDo28gZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvcyBubyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRlBCLgpPIGRlcMOzc2l0byBkbyB0cmFiYWxobyDDqSBvYnJpZ2F0w7NyaW8sIGluZGVwZW5kZW50ZSBkbyBlbWJhcmdvLgpRdWFuZG8gZW1iYXJnYWRvLCBvIHRyYWJhbGhvIHBlcm1hbmVjZXLDoSBpbmRpc3BvbsOtdmVsIGVucXVhbnRvIHZpZ29yYXIgYXMgcmVzdHJpw6fDtWVzLiBQYXNzYWRvIG8gcGVyw61vZG8gZG8gZW1iYXJnbywgbyB0cmFiYWxobyBzZXLDoSBhdXRvbWF0aWNhbWVudGUgZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEIuIAo=Repositório InstitucionalPUB |
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