Tratamento seletivo e pastejo rotacionado como estratégias de controle das helmintoses gastrintestinais em rebanho caprino comercial.

• Autor(a) principal: Oliveira, Larissa Silva Nelo
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25628
• topic: CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::MEDICINA VETERINARIA; Helmintíases; Ruminantes; Controle integrado

As parasitoses gastrintestinais há muitos anos estão entre os principais problemas sanitários no Setor de Caprinocultura da UFPB, apresentando-se, nesse estudo, os resultados obtidos na utilização do tratamento seletivo associado ao pastejo rotacionado como estratégias para o seu controle. O estudo foi desenvolvido de novembro de 2018 a novembro de 2022. Foram realizados testes para determinação de um anti-helmíntico com eficácia satisfatória, para dar-se início aos tratamentos seletivos. Para a realização de tratamento seletivo os animais foram avaliados a cada 15 dias nos períodos mais chuvosos e a cada 30 dias nos períodos mais secos. Os critérios para uso dos vermífugos foram baseados no Programa dos Cinco Pontos. A área de pastejo foi dividida em 13 piquetes com dimensões de 0,20 ha, e cada piquete passou a ser utilizado por quatro dias e permaneceu em descanso por 48 dias. A avaliação do grau de contaminação dos piquetes e a identificação das larvas foi realizada mensalmente. Fezes foram coletadas da ampola retal a cada trinta dias para realização da contagem de ovos por grama de fezes (OPG). Foi identificada a ocorrência de resistência anti-helmíntica múltipla (RAM) no Setor, pois princípios ativos de três classes tiveram eficácia inferior a 80%. Doramectina, triclorfon e closantel foram princípios usados no tratamento seletivo. 1798 avaliações foram realizadas nos animais, sendo feitas 535 dosificações, representando uma redução de 59,22% nas dosificações. Os princípios utilizados nos tratamentos seletivos apresentaram redução de eficácia ao final do seu período de utilização. O número de larvas de Haemonchus sp. e Oesophagostomum spp. nos piquetes que estavam sendo utilizados e nos que viriam a ser utilizados, se mantiveram em valores inferiores ou apenas um pouco maiores que 100 larvas/Kg/M.S. Um número maior que 100 larvas/Kg/MS de larvas do gênero Trichostrongylus foi identificado nos meses de junho a agosto. A subdivisão da área em 13 piquetes, com tempo de permanência máxima de quatro dias em cada piquete, têm potencial para reduzir a contaminação dos pastos e infecção dos animais, pois após o início do pastejo rotacionado a necessidade de realização de tratamentos seletivos continuou satisfatória, no entanto esses resultados ainda são preliminares. Os resultados dos parasitológicos de fezes demonstraram um grau de contaminação importante nos animais. Porém, os animais continuaram a ser tratados de forma seletiva e não houve registros de intercorrências, sendo o critério de vermifugação os achados clínicos. Conclui-se que o tratamento seletivo foi uma estratégia de controle eficaz, pois não houve registro de surtos e mortes de animais desde o início da sua implantação, ocorrendo redução expressiva no número de dosificações nos animais do rebanho, que colabora com a redução dos custos e da contaminação do leite e carne com resíduos de medicamentos e com a manutenção da refugia, que reduz a velocidade do estabelecimento da resistência anti-helmíntica. É necessário um maior tempo de avaliação do uso pastejo rotacionado, como estratégia de redução da contaminação dos pastos e infecção dos animais, para que se possa ser conhecido com mais segurança a eficácia dessa prática nas condições climáticas e das áreas de pastejo do Setor de Caprinocultura.