Percepções do não amamentar em mulheres portadoras de HIV em hospital universitário na Paraíba

• Autor(a) principal: Guilherme, Janaina Guerra
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/23206
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA; Não amamentação; HIV; Percepções

A partir do momento que mulheres se vêem na condição concomitante de estarem gestantes e serem portadoras do HIV, surge uma situação que vai de encontro a tudo aquilo que lhes foi ensinado sobre aleitamento materno: o aconselhamento sobre o não amamentar pelo risco de transmissão vertical. O presente estudo objetivou estudar o perfil destas mulheres e suas percepções acerca da impossibilidade de amamentação e teve como cenário o Serviço de Assistência Especializada de um hospital universitário na Paraíba. Foram coletados dados sociais e feitas as entrevistas de 21 gestantes soropositivas que realizavam pré-natal neste serviço, de forma que suas falas foram elencadas em 6 categorias de percepções que tiveram acerca da infecção por HIV em concomitância de uma gestação. Observou-se que 71,42% das mulheres estavam em uma união estável; 61,89% estavam enfrentando a impossibilidade de amamentar pela primeira vez; 66,66% descobriram-se portadoras do HIV apenas durante o pré natal. Quanto às categorias de falas coletadas em entrevista, observou-se que as gestantes passam por um momento de difícil aceitação ao receberem o diagnóstico, tendo que enfrentar o dilema entre expor ou não a nova situação para familiares e cônjuges. Essa questão se dá, sobretudo, devido ao preconceito que gira em torno do HIV, tendo a maioria delas relatado vivências nas quais se sentiram julgadas ou foram discriminadas devido ao status sorológico. Foi identificado que, mesmo conscientes dos inúmeros benefícios do processo de aleitamento, prevaleceu o sentimento de proteção do bebê por privá-lo disso. São mulheres que estavam conscientes das repercussões negativas da infecção em questão, pois vivenciam isso diariamente, portanto querem proteger seus filhos sob qualquer circunstância. Todavia, a justificativa de prevenção à transmissão vertical não foi suficiente para fazer estas gestantes superarem a frustração da impossibilidade de amamentar; denunciando, assim, a fragilidade e necessidade de melhora da rede de cuidado em torno delas.