Lei de drogas: etnografando o encarceramento da mulher na prisão feminina Maria Júlia Maranhão (João Pessoa-PB)
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPB |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29184 |
Resumo: | O presente trabalho tem por objetivo central etnografar um medo de criança: “medo de não ter mais ninguém pela gente”. O estudo objetiva a compreensão do encarceramento da mulher e de suas relações em torno da matrifocalidade sob o fulcro da Lei de Drogas. De forma basilar, a pesquisa consiste em uma etnografia realizada com mulheres presas em regime fechado e com suas famílias no dia de visita. A Lei de Drogas, nº 11.343/2006, consiste na principal incursão das mulheres encontradas nas prisões brasileiras. A pesquisa aponta a lei referida como uma racionalidade do Estado, a biopolítica para controle social dos corpos, uma higienização social de lastro colonialista e racista. No campo, revelam-se variadas formas de percepção da imersão da mulher no tráfico de drogas. Do “lucro fácil” às razões motivadas por sentimentos por seus companheiros, sustento financeiro dos filhos, pela vida miserável em que se encontram, pela “feminização da pobreza”, “por amor ao filho”. O Estado assume neste estudo uma configuração antropomorfa. A pesquisa perpassa períodos diversos, mas tem ênfase no tempo marcado pela pandemia do Covid-19. A etnografia de documentos e as entrevistas realizadas com policiais revelam que a mulher é presa por uma “inopinada”, ainda tem ‘prisão em flagrante’ estendida ao do companheiro. O verbo guardar esteia, em grande parte, a prisão da mulher. A visita social da família consolidou-se como a maior forma de humanização da pena. Os afetos são os devires, potencialidades de existir do preso e de sua família. A pandemia do Covid-19 consolida a legitimidade de antigas práticas do sistema prisional, sistematiza o óbice dos afetos por meio do interdito da visita. Os dados etnográficos apontam os óbices de vivência dos afetos da prisioneira e de sua família como a racionalidade do sistema prisional na construção e imputação da dor. A prisão da mulher é observada como mais sofrível que a prisão do homem devido à maternidade. A ruptura da visita da família constitui um dado presente em todos os tempos na prisão, sendo observada, a partir desta constelação particular, como um dado macrossocial. Os obstáculos à visita da família causam problemas de saúde física e psicológica às mulheres e às crianças. A dor e o ócio das prisioneiras constituem a racionalidade do sistema prisional. As práticas violentas da revista dos corpos são observadas como uma sanção para além da dosimetria da pena que se estende à família, ultrapassando a pessoa do apenado. A automutilação, característica imbricada à prisão feminina, consiste em produção de vida. Os recursos metodológicos utilizados na pesquisa foram observação direta, caderno de campo, conversas informais, entrevistas, desenhos, memorização, etnografias de sentenças judiciais na única Vara de Entorpecente da cidade de João Pessoa-PB. |
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Os recursos metodológicos utilizados na pesquisa foram observação direta, caderno de campo, conversas informais, entrevistas, desenhos, memorização, etnografias de sentenças judiciais na única Vara de Entorpecente da cidade de João Pessoa-PB.The objective of the present work is to ethnography a fear of a child: “fear of not having anyone else for us”. In this sense, this study aims to understand the incarceration of women and their relationships around matrifocality under the fulcrum of the Drug Law. In a basic way, the research consists of an ethnography carried out with women imprisoned in a closed regime and with their families on the day of the visit. The Drug Law, nº 11.343/2006, is the main incursion of women found in Brazilian prisons. The research points to the law referred to as a rationality of the State, the biopolitics for the social control of bodies, a social hygiene of colonialist and racist ballast. In the field, different ways of perceiving women's immersion in drug trafficking are revealed. From “easy profit” to reasons motivated by feelings for their partners, financial support for their children, the miserable life in which they find themselves, the “feminization of poverty”, “for the love of the child”. In this study, the State assumes an anthropomorphic configuration. The etnografy documents and the interviews carried out with police officers reveal that the woman is arrested by an “unexpected”, still has an 'arrest in flagrante delicto' extended to that of her partner. The verb to keep is, to a large extent, the prison of the woman. The family's social visit was consolidated as the greatest form of humanization of punishment. Affections are the becomings, potentialities of existing of the prisoner and his family. The Covid-19 pandemic consolidates the legitimacy of old practices of the prison system, systematizes the obstacle of affections through the prohibition of visits. Ethnographic data point to obstacles to the experience of the prisoner's and her family's affections as the rationality of the prison system in the construction and imputation of pain. The woman's imprisonment is seen as more bearable than the man's imprisonment due to motherhood. The rupture of the family visit constitutes a fact present in all times in prison, being observed, from this particular constellation, as a macro-social data. Obstacles to family visits cause physical and psychological health problems for women and children. The pain and idleness of the prisoners constitute the rationality of the prison system. The violent practices of the body search are seen as a sanction that goes beyond the dosimetry of the penalty that extends to the family, going beyond the person of the convict. Self-mutilation, a characteristic imbricated in the female prison, consists in the production of life. The methodological resources used in the research were direct observation, field notebook, informal conversations, interviews, drawings, memorization, ethnographies of court sentences in the only Drug Court in the city of João Pessoa-PB.RESUMEN El presente trabajo tiene como objetivo principal etnografía un miedo de niño: “miedo a no tener a nadie más para nosotros”. En ese sentido, este estudio tiene como objetivo comprender el encarcelamiento de las mujeres y sus relaciones en torno a la matrifocalidad bajo el eje de la Ley de Drogas. De manera básica, la investigación consiste en una etnografía realizada con mujeres encarceladas en régimen cerrado y con sus familias el día de la visita. La Ley de Drogas, nº 11.343/2006, es la principal incursión de mujeres encontradas en cárceles brasileñas. La investigación apunta al derecho referido como una racionalidad del Estado, la biopolítica para el control social de los cuerpos, una higienización social de lastre colonialista y racista. En el campo se revelan diferentes formas de percibir la inmersión de las mujeres en el narcotráfico. Desde el “lucro fácil” a motivos motivados por sentimientos de pareja, apoyo económico a sus hijos, la vida miserable en la que se encuentran, la “feminización de la pobreza”, “por amor al niño”. En este estudio, el Estado asume una configuración antropomórfica. La investigación abarca diferentes períodos, pero tiene énfasis en el tiempo marcado por la pandemia de Covid-19. La etnografía de documentos y las entrevistas realizadas a policías revelan que la mujer es detenida por un “inesperado”, aún tiene una “detención en flagrancia” extendida a la de su pareja. El verbo guardar es, en gran medida, la prisión de la mujer. La visita social de la familia se consolidó como la mayor forma de humanización de la pena. Los afectos son los devenires, las potencialidades de existir del preso y su familia. La pandemia de la Covid-19 6 consolida la legitimidad de viejas prácticas del sistema penitenciario, sistematiza la traba de afectos a través de la prohibición de visitas. Datos etnográficos apuntan obstáculos a la vivencia de los afectos de la presa y su familia como la racionalidad del sistema penitenciario en la construcción e imputación del dolor. El encarcelamiento de la mujer es visto como más llevadero que el encarcelamiento del hombre por la maternidad. La ruptura de la visita familiar constituye un hecho presente en todos los tiempos de prisión, observándose, desde esta particular constelación, como un dato macrosocial. Los obstáculos a las visitas familiares causan problemas de salud física y psicológica a mujeres y niños. El dolor y la ociosidad de los presos constituyen la racionalidad del sistema penitenciario. Las prácticas violentas del registro corporal son vistas como una sanción que va más allá de la dosimetría de la pena que se extiende a la familia, yendo más allá de la persona del condenado. La automutilación, característica imbricada en la prisión femenina, consiste en la producción de vida. Los recursos metodológicos utilizados en la investigación fueron la observación directa, cuaderno de campo, conversaciones informales, entrevistas, dibujos, memorización, etnografías de sentencias judiciales en el único Tribunal de Estupefacientes de la ciudad de João Pessoa-PB.Submitted by Marília Cosmos (marilia@biblioteca.ufpb.br) on 2023-12-06T13:38:40Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) NúbiaGuedesDeBarrosFerreira_Tese.pdf: 2478447 bytes, checksum: 7242bbe8b21370dc444bbec02eb16600 (MD5)Made available in DSpace on 2023-12-06T13:38:40Z (GMT). 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