Memória e autobiografia nos poemas sobre a infância de manuel bandeira

• Autor(a) principal: Soares, Dayanna Miranda
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/28015
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS; Poesia brasileira moderna; Manuel bandeira; Memória lírica; Literatura e autobiografia; Infância

As discussões sobre o intimismo e o subjetivismo na poesia de Manuel Bandeira foram motivo de várias discordâncias em sua crítica literária. A questão se adensa ainda mais em poemas que apresentam dados autobiográficos, especialmente aqueles de caráter memorialístico. Dentro dessa perspectiva de interpretação, que visa elucidar as inserções autobiográficas na poesia de Bandeira, as lembranças se destacam pela sua força e pela problematização da constituição da subjetividade do eu lírico. Para ampliar tais reflexões, o presente trabalho objetiva analisar as incidências de dados autobiográficos presentes na poesia memorialística de Manuel Bandeira, a fim de descobrir como tais dados contribuem para ampliar os sentidos das recordações de infância do poeta pernambucano. Para tanto, foram selecionados os poemas “Infância” e “Evocação do Recife” para compor o corpus desta pesquisa. O recorte justifica-se porque tais poemas estão diretamente relacionados a dois diferentes momentos da vida de Manuel Bandeira: a infância no Rio de Janeiro e a infância em Recife. Para a discussão teórica foram utilizadas referências sobre o uso da escrita autobiográfica na literatura, tais como Lejeune (2008), Rocha (2009), De Man (2012) Combe (2010), Arfuch (2010); e para discutir especificamente as memórias em Bandeira, nos apoiamos em Gullestad (2005) e Rosenbaum (1993). Por fim, com base nas análises realizadas no presente estudo, pudemos verificar que os dados autobiográficos presentes nesses poemas contribuem para a sua interpretação e que, embora esses dados façam parte da biografia do poeta de Pasárgada, não significa a negação da ficcionalização desses poemas, estabelecendo, portanto, que nenhum critério garante a autenticidade dos fatos apresentados nessas produções.