“Eu sou môfí”: juventude periférica, indústria cultural e luta por reconhecimento

• Autor(a) principal: Ferreira, Hermana Cecília Oliveira
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25515
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA; Juventude negra e periférica no Brasil; Indústria cultural; Disputa moral; Subcidadania; Luta por reconhecimento

Esta dissertação analisa um conflito moral existente na cidade de João Pessoa entre os valores disseminados pela mídia local e a produção de uma identidade estigmatizada em sua tentativa de luta por reconhecimento. Logo, adotando a tipologia social do môfí naquilo que a constitui enquanto produção social de uma categoria específica local, este trabalho busca analisar os sentidos morais da estigmatização de jovens negros e de periferia na cidade. A partir de um pluralismo metodológico, buscou-se compreender o cotidiano de produção de valores em seus diversos níveis de interação com a produção midiática local incluindo redes sociais. Para este fim, os estudos de Jessé Souza (2006; 2009) sobre a subcidadania no Brasil serviram como discussão norteadora acerca dos processos de hierarquização valorativa de grupos mais empobrecidos do Brasil contemporâneo, por sua afinidade heurística com os clássicos de sociologia, e, sobretudo, com a teoria crítica. Deste modo, o quadro de problematização a desigualdade brasileira foi tencionado com uma perspectiva da teoria crítica sobre indústria cultural e a produção da vida moral. Ao final do trabalho, a teoria honnethiana sobre luta por reconhecimento guiou uma análise dos “traços” de uma identidade periférica que busca disputar valores com uma moral hegemônica existente na cidade. Assim, o esforço sociológico se deu, primeiramente, na compreensão da relação entre mídia e vida moral e, posteriormente, na constatação da existência de figuras de representação nas redes sociais que buscam, em certa medida, subverter o assujeitamento promovido pelas produções televisivas, configurando uma luta por reconhecimento moral a partir de uma identidade periférica.