Efeitos da administração de Limosilactobacillus fermentum sobre pressão arterial e capacidade antioxidante no eixo êntero renal na prole de ratas alimentadas com dieta hiperlipídica durante gestação e lactação

• Autor(a) principal: Nascimento, Luciana Caroline Paulino do
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25995
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::NUTRICAO; Dieta - Alto teor de gordura; Estresse oxidativo; Hipertensão arterial - Gestação; Hipertensão arterial - Lactação; Limosilactobacillus fermentum; Dieta hiperlipídica - Gestação; Dieta hiperlipídica - Lactação; Diet - High fat; Oxidative stress; Hypertension - Pregnancy; Hypertension - Lactation; High-fat diet - Pregnancy; High-fat diet - Lactation; Eixo intestino-rim; Gut-kidney axis

O consumo de uma dieta com alto teor de gordura durante a gestação e lactação tem sido considerado como fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial na vida adulta da prole. A modulação da microbiota intestinal por sua vez, vem sendo associada a benefícios no controle da pressão arterial, apontando assim para a necessidade de investigação dos efeitos de cepas com capacidade probiótica na hipertensão induzida por dieta. Diante disso, o presente trabalho propôs-se investigar os efeitos da administração de Limosilactobacillus fermentum (L. fermentum) sobre função renal, pressão arterial e parâmetros oxidativos do eixo intestino-rim na prole de ratos expostos a dieta hiperlipídica materna. Para isso, ratas prenhas foram alimentadas com dieta controle (CTL) ou dieta hiperlipídica (HFHC) durante a gestação e lactação. Aos 90 dias, na prole dos grupos CTL e HFHC foram avaliadas a pressão arterial, por pletismografia da cauda e variáveis urinárias e bioquímicas. Além disso, no tecido intestinal e renal analisamos níveis de malondialdeído (MDA), defesa antioxidante enzimática (atividade da superóxido dismutase, SOD; catalase, CAT; e glutationa-S-transferase, GST) e não enzimática (teor de tióis totais). Em um segundo momento seguindo o mesmo protocolo inicial, aos 100 dias, um grupo de ratos HFHC foi suplementado com um mix de L. fermentum (grupo HFHC+Lf) até os 130 dias. Sendo assim, foram realizadas nos grupos CTL, HFHC e HFHC+Lf as mesmas análises da primeira etapa do trabalho. Nossos dados apontam que a prole de machos e fêmeas de mães alimentadas com dieta HFHC apresentaram PA aumentada quando comparados ao seu respectivo grupo CTL. Filhotes machos de mães HFHC mostraram redução da atividade de GST (30%, p<0,05) e conteúdo de tióis no cólon (28%, p<0,05), redução da atividade de SOD no córtex renal (73%, p<0,05) e diminuição da excreção de creatinina (69%, p<0,001) urinária quando comparado ao grupo CTL. Em relação à prole feminina, a atividade da CAT e o conteúdo de tióis foram reduzidos no cólon quando comparado ao grupo CTL (redução em 52%, p<0,05 e em 37%, p<0,05; respectivamente). Embora a peroxidação lipídica tenha aumentado no córtex renal da prole HFHC fêmeas (300%, p<0,05), as atividades da CAT e SOD aumentaram quando comparado com a prole masculina. Aos 130 dias a administração de cepas de L. fermentum, reduziu pressão arterial sistólica, diastólica e média nos filhotes machos. No mesmo grupo observamos ainda aumento da atividade da SOD (24%, p<0,05) no cólon, enquanto que aumento da SOD (31%, p=0,05) e CAT (97%, p<0,05) no tecido renal com restauração da função renal comparado ao grupo HFHC. Conclui-se que a dieta HFHC durante a gestação e lactação induz estresse oxidativo específico do sexo ao longo do eixo intestino rim na prole, que pode induzir disfunção renal e hipertensão arterial mais tarde. Porém, a administração de L. fermentum promoveu melhora dos níveis de pressão arterial, capacidade antioxidante no eixo intestino rim e melhora na função renal na prole nos animais machos.