Encarceramento feminino e violações de direitos humanos: análises a partir de relatórios do mecanismo nacional de prevenção e combate a tortura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Viana, Mariana
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27648
Resumo: No Brasil, historicamente o quantitativo de homens em situação de cárcere é superior ao de mulheres, entretanto, dados recentes identificaram um aumento de 413% no encarceramento feminino enquanto o total de pessoas encarceradas aumentou de 184% nos últimos 22 anos. A literatura científica tem apontado que as mulheres que cometem crimes são frequentemente desumanizadas e, por consequência, desconsideradas enquanto sujeitos de direitos no âmbito prisional, tendo suas vidas banalizadas. Nesse sentido, a violência torna-se institucionalizada e a prisão se transforma em local onde inúmeras torturas passam a ser legitimadas. A partir desse contexto, o objetivo geral deste trabalho consistiu em analisar as violações de direitos humanos inerentes à realidade do aprisionamento feminino no Brasil. No que tange aos procedimentos metodológicos, trata-se de pesquisa bibliografica e, posteriormente, documental em que foram analisados os relatórios nacionais anuais e bianuais do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, produzidos entre os anos de 2015 e 2021. Tais documentos evidenciam, a partir de inspeções a presídios femininos, que as mulheres permanecem invisibilizadas no contexto penitenciário e chegam a sofrer até uma tripla punição devido às violações de direitos, de suas subjetividades e especificidades junto ao cárcere. Os resultados confirmam as violações presentes na revisão bibliográfica, concluindo-se que o retratado teoricamente, na prática, é ainda mais alarmante. Todos os relatórios demonstram superlotação, infraestrutura precária, dificuldade no acesso à saúde, desconsideração das especificidades da mulher no cárcere, além de situações de constrangimentos, humilhações e torturas, descumprindo flagradamente as legislações vigentes, como a Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84), as recomendações das Regras de Bangkok e o Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016).
id UFPB-2_ec019466312205d0733ce18e3e4acc21
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpb.br:123456789/27648
network_acronym_str UFPB-2
network_name_str Repositório Institucional da UFPB
repository_id_str
spelling 2023-08-08T22:43:57Z2023-06-142023-08-08T22:43:57Z2023-06-06https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27648No Brasil, historicamente o quantitativo de homens em situação de cárcere é superior ao de mulheres, entretanto, dados recentes identificaram um aumento de 413% no encarceramento feminino enquanto o total de pessoas encarceradas aumentou de 184% nos últimos 22 anos. A literatura científica tem apontado que as mulheres que cometem crimes são frequentemente desumanizadas e, por consequência, desconsideradas enquanto sujeitos de direitos no âmbito prisional, tendo suas vidas banalizadas. Nesse sentido, a violência torna-se institucionalizada e a prisão se transforma em local onde inúmeras torturas passam a ser legitimadas. A partir desse contexto, o objetivo geral deste trabalho consistiu em analisar as violações de direitos humanos inerentes à realidade do aprisionamento feminino no Brasil. No que tange aos procedimentos metodológicos, trata-se de pesquisa bibliografica e, posteriormente, documental em que foram analisados os relatórios nacionais anuais e bianuais do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, produzidos entre os anos de 2015 e 2021. Tais documentos evidenciam, a partir de inspeções a presídios femininos, que as mulheres permanecem invisibilizadas no contexto penitenciário e chegam a sofrer até uma tripla punição devido às violações de direitos, de suas subjetividades e especificidades junto ao cárcere. Os resultados confirmam as violações presentes na revisão bibliográfica, concluindo-se que o retratado teoricamente, na prática, é ainda mais alarmante. Todos os relatórios demonstram superlotação, infraestrutura precária, dificuldade no acesso à saúde, desconsideração das especificidades da mulher no cárcere, além de situações de constrangimentos, humilhações e torturas, descumprindo flagradamente as legislações vigentes, como a Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84), as recomendações das Regras de Bangkok e o Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016).In Brazil, historically, the number of men in prison has been higher than that of women. However, recent data has identified a 413% increase in female incarceration, while the total number of incarcerated individuals has increased by 184% in the last 22 years. Scientific literature has pointed out that women who commit crimes are often dehumanized and, as a consequence, disregarded as rights-bearing individuals within the prison system, with their lives trivialized. In this sense, violence becomes institutionalized, and prisons become places where numerous forms of torture are legitimized. Based on this context, the overall objective of this work was to analyze the human rights violations inherent in the reality of female imprisonment in Brazil. Regarding the methodological procedures, it involved bibliographic research and subsequently documentary analysis, where the annual and biennial national reports from the National Mechanism for Prevention and Combating Torture, produced between 2015 and 2021, were analyzed. These documents highlight, through inspections of women's prisons, that women remain invisible in the penitentiary context and may even suffer a triple punishment due to rights violations, violations of their subjectivities, and specificities within the prison system. The results confirm the violations present in the literature review, concluding that what is theoretically depicted is even more alarming in practice. All the reports demonstrate overcrowding, poor infrastructure, difficulties in accessing healthcare, disregard for the specific needs of women in prison, as well as situations of harassment, humiliation, and torture, blatantly violating current legislation such as the Penal Execution Law (Law 7,210/84), the recommendations of the Bangkok Rules, and the Legal Framework for Early Childhood (Law Nº. 13,257/2016).Submitted by Gutemberg Monteiro (gutembergufpb@yahoo.com) on 2023-08-08T22:43:57Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 920 bytes, checksum: 728dfda2fa81b274c619d08d1dfc1a03 (MD5) MV14062023.pdf: 2791294 bytes, checksum: f306455ac792c30c2660777e3953230e (MD5)Made available in DSpace on 2023-08-08T22:43:57Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 920 bytes, checksum: 728dfda2fa81b274c619d08d1dfc1a03 (MD5) MV14062023.pdf: 2791294 bytes, checksum: f306455ac792c30c2660777e3953230e (MD5) Previous issue date: 2023-06-06porUniversidade Federal da ParaíbaUFPBBrasilCiências JurídicasAttribution-NonCommercial 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITOgêneromulheresdireitos humanosviolaçõespresídiosgenderwomanhuman rightsviolationsprisonsEncarceramento feminino e violações de direitos humanos: análises a partir de relatórios do mecanismo nacional de prevenção e combate a torturainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisSilva Junior, Nelson Gomes de Sant'AnnaTannuss, Rebecka WanderleyViana, Marianareponame:Repositório Institucional da UFPBinstname:Universidade Federal da Paraíba (UFPB)instacron:UFPBTEXTMV14062023.pdf.txtMV14062023.pdf.txtExtracted texttext/plain141512https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/27648/4/MV14062023.pdf.txt974c8e6f06a0bce989e4454794c7bfa3MD54LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82390https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/27648/3/license.txte20ac18e101915e6935b82a641b985c0MD53CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8920https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/27648/2/license_rdf728dfda2fa81b274c619d08d1dfc1a03MD52ORIGINALMV14062023.pdfMV14062023.pdfapplication/pdf2791294https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/27648/1/MV14062023.pdff306455ac792c30c2660777e3953230eMD51123456789/276482023-08-09 03:04:00.104QVVUT1JJWkHDh8ODTyBFIExJQ0VOw4dBIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpBdXRvcml6byBlIGVzdG91IGRlIGFjb3JkbywgbmEgcXVhbGlkYWRlIGRlIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBhdXRvLWRlcG9zaXRhZGEsIGNvbmZvcm1lIExlaSBuwrogOTYxMC85OCwgb3Mgc2VndWludGVzIHRlcm1vczoKIApEYSBEaXN0cmlidWnDp8OjbyBuw6NvLWV4Y2x1c2l2YSAKTyBhdXRvciBkZWNsYXJhIHF1ZTogCmEpIE8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0ZSB0ZXJtby4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2UsIHRhbnRvIHF1YW50byBsaGUgw6kgcG9zc8OtdmVsIHNhYmVyLCBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuIApiKSBTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBjb250w6ltIG1hdGVyaWFsIGRvIHF1YWwgbsOjbyBkZXTDqW0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IsIGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBwYXJhIGNvbmNlZGVyIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgUGFyYcOtYmEgb3MgZGlyZWl0b3MgcmVxdWVyaWRvcyBwb3IgZXN0ZSB0ZXJtbywgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBjdWpvcyBkaXJlaXRvcyBzw6NvIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIG91IGNvbnRlw7pkbyBkbyB0cmFiYWxobyBlbnRyZWd1ZS4gCmMpIFNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIGJhc2VhZG8gZW0gdHJhYmFsaG8gZmluYW5jaWFkbyBvdSBhcG9pYWRvIHBvciBvdXRyYSBpbnN0aXR1acOnw6NvIHF1ZSBuw6NvIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgUGFyYcOtYmEgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCmQpIENvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZQQiBvIGRpcmVpdG8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgdHJhZHV6aXIsIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mgw6F1ZGlvIG91IHbDrWRlby4KZSkgVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZQQiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgcXVhbHF1ZXIgbWVpbyBvdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgpmKSBWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRlBCIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKRG9zIEVtYmFyZ29zIGUgUmVzdHJpw6fDtWVzIGRlIEFjZXNzbwpPIGVtYmFyZ28gcG9kZXLDoSBzZXIgbWFudGlkbyBwb3IgYXTDqSAxICh1bSkgYW5vLCBwb2RlbmRvIHNlciBwcm9ycm9nYWRvIHBvciBpZ3VhbCBwZXLDrW9kbywgY29tIGEgbmVjZXNzaWRhZGUgZGUgYW5leGFyIGRvY3VtZW50b3MgY29tcHJvYmF0w7NyaW9zLiBPIHJlc3VtbyBlIG9zIG1ldGFkYWRvcyBkZXNjcml0aXZvcyBzZXLDo28gZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvcyBubyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRlBCLgpPIGRlcMOzc2l0byBkbyB0cmFiYWxobyDDqSBvYnJpZ2F0w7NyaW8sIGluZGVwZW5kZW50ZSBkbyBlbWJhcmdvLgpRdWFuZG8gZW1iYXJnYWRvLCBvIHRyYWJhbGhvIHBlcm1hbmVjZXLDoSBpbmRpc3BvbsOtdmVsIGVucXVhbnRvIHZpZ29yYXIgYXMgcmVzdHJpw6fDtWVzLiBQYXNzYWRvIG8gcGVyw61vZG8gZG8gZW1iYXJnbywgbyB0cmFiYWxobyBzZXLDoSBhdXRvbWF0aWNhbWVudGUgZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEIuIAo=Repositório InstitucionalPUB
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Encarceramento feminino e violações de direitos humanos: análises a partir de relatórios do mecanismo nacional de prevenção e combate a tortura
title Encarceramento feminino e violações de direitos humanos: análises a partir de relatórios do mecanismo nacional de prevenção e combate a tortura
spellingShingle Encarceramento feminino e violações de direitos humanos: análises a partir de relatórios do mecanismo nacional de prevenção e combate a tortura
Viana, Mariana
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO
gênero
mulheres
direitos humanos
violações
presídios
gender
woman
human rights
violations
prisons
title_short Encarceramento feminino e violações de direitos humanos: análises a partir de relatórios do mecanismo nacional de prevenção e combate a tortura
title_full Encarceramento feminino e violações de direitos humanos: análises a partir de relatórios do mecanismo nacional de prevenção e combate a tortura
title_fullStr Encarceramento feminino e violações de direitos humanos: análises a partir de relatórios do mecanismo nacional de prevenção e combate a tortura
title_full_unstemmed Encarceramento feminino e violações de direitos humanos: análises a partir de relatórios do mecanismo nacional de prevenção e combate a tortura
title_sort Encarceramento feminino e violações de direitos humanos: análises a partir de relatórios do mecanismo nacional de prevenção e combate a tortura
author Viana, Mariana
author_facet Viana, Mariana
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Silva Junior, Nelson Gomes de Sant'Anna
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Tannuss, Rebecka Wanderley
dc.contributor.author.fl_str_mv Viana, Mariana
contributor_str_mv Silva Junior, Nelson Gomes de Sant'Anna
Tannuss, Rebecka Wanderley
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO
topic CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO
gênero
mulheres
direitos humanos
violações
presídios
gender
woman
human rights
violations
prisons
dc.subject.por.fl_str_mv gênero
mulheres
direitos humanos
violações
presídios
gender
woman
human rights
violations
prisons
description No Brasil, historicamente o quantitativo de homens em situação de cárcere é superior ao de mulheres, entretanto, dados recentes identificaram um aumento de 413% no encarceramento feminino enquanto o total de pessoas encarceradas aumentou de 184% nos últimos 22 anos. A literatura científica tem apontado que as mulheres que cometem crimes são frequentemente desumanizadas e, por consequência, desconsideradas enquanto sujeitos de direitos no âmbito prisional, tendo suas vidas banalizadas. Nesse sentido, a violência torna-se institucionalizada e a prisão se transforma em local onde inúmeras torturas passam a ser legitimadas. A partir desse contexto, o objetivo geral deste trabalho consistiu em analisar as violações de direitos humanos inerentes à realidade do aprisionamento feminino no Brasil. No que tange aos procedimentos metodológicos, trata-se de pesquisa bibliografica e, posteriormente, documental em que foram analisados os relatórios nacionais anuais e bianuais do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, produzidos entre os anos de 2015 e 2021. Tais documentos evidenciam, a partir de inspeções a presídios femininos, que as mulheres permanecem invisibilizadas no contexto penitenciário e chegam a sofrer até uma tripla punição devido às violações de direitos, de suas subjetividades e especificidades junto ao cárcere. Os resultados confirmam as violações presentes na revisão bibliográfica, concluindo-se que o retratado teoricamente, na prática, é ainda mais alarmante. Todos os relatórios demonstram superlotação, infraestrutura precária, dificuldade no acesso à saúde, desconsideração das especificidades da mulher no cárcere, além de situações de constrangimentos, humilhações e torturas, descumprindo flagradamente as legislações vigentes, como a Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84), as recomendações das Regras de Bangkok e o Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016).
publishDate 2023
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-08-08T22:43:57Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-06-14
2023-08-08T22:43:57Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2023-06-06
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27648
url https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27648
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Paraíba
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPB
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Ciências Jurídicas
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Paraíba
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPB
instname:Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
instacron:UFPB
instname_str Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
instacron_str UFPB
institution UFPB
reponame_str Repositório Institucional da UFPB
collection Repositório Institucional da UFPB
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/27648/4/MV14062023.pdf.txt
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/27648/3/license.txt
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/27648/2/license_rdf
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/27648/1/MV14062023.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 974c8e6f06a0bce989e4454794c7bfa3
e20ac18e101915e6935b82a641b985c0
728dfda2fa81b274c619d08d1dfc1a03
f306455ac792c30c2660777e3953230e
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1777562299541749760