Aves do parque zoobotânico Arruda Câmara

• Autor(a) principal: Polary, Vinícius de Sousa
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/28325
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::BOTANICA; Mata atlântica - João Pessoa, PB, Brasil; Ornitofauna; Observação de aves; Biologia

A Mata Atlântica é um dos biomas mais biodiversos e ameaçados de todo o planeta. Após séculos de exploração intensa, o bioma hoje é considerado um dos cinco hotspots prioritários para a realização de iniciativas de conservação, o que se dá tanto pelo seu alto grau de desmatamento quanto pelas altas taxas de endemismo. Quando analisados os setores da Mata Atlântica remanescente, o Centro de Endemismo de Pernambuco (CEP) é considerado o setor mais desmatado, desconhecido e menos protegido do bioma. Localizado no coração de João Pessoa e pertencente ao CEP, o Parque Zoobotânico Arruda Câmara (PZAC) possui 23,95 ha, o segundo maior fragmento público de Mata Atlântica da cidade. Apesar de ser uma área considerada refúgio de animais silvestres dentro da cidade, há poucos levantamentos sobre as aves encontradas no PZAC e nenhum estudo sobre as guildas tróficas desses animais. Ainda foram identificadas algumas inconsistências nos registros prévios. Assim, o objetivo deste trabalho foi a execução de um novo levantamento usando as informações coletadas em buscas ativas, nas referências bibliográficas e nas plataformas de ciência cidadã eBird e WikiAves. Foram encontradas 107 espécies de aves de 16 ordens, 37 famílias e 98 gêneros. Os dados foram organizados em uma tabela contendo informações sobre nomes científico e vernacular, estado de conservação, guilda alimentar e fonte de informação. Entre as 16 ordens encontradas, Passeriformes (56 spp.), Apodiformes (08), Pelecaniformes (07), Accipitriformes (05), Piciformes e Psittaciformes (04) foram as ordens com maior riqueza; enquanto que Tyrannidae, Thraupidae, Ardeidae, Trochilidae e Accipitridae foram as cinco famílias com maior riqueza. Três espécies foram pela primeira vez registradas no parque, Tachybaptus dominicus, Chaetura meridionalis e Milvago chimachima. Sobre as guildas alimentares, houve uma predominância de dieta a base de invertebrados (45), seguidos de onívoros (24); os pertencentes à guilda vertebrados/peixes/carniceiros ocuparam a terceira posição (16), sendo acompanhados frugívoros/nectarívoros (15) e, por fim, os herbívoros/granívoros (07). Não foram encontradas espécies em nenhum dos graus de ameaça avaliados pelo ICMBio, embora tenha sido observada uma espécie endêmica do CEP. Além disso, apesar de possuir uma fauna predominantemente urbana, foram registradas duas espécies dependentes de ambientes florestais, Micrastur semitorquatus e Platyrinchus mystaceus, evidenciando a importância do parque como refúgio. Com o intuito de aproximar os seus visitantes da natureza, muitas atividades são realizadas pelos funcionários do PZAC, em especial do setor de Educação Ambiental, como visitas guiadas, cursos, palestras, oficinas e trilhas em meio a vegetação nativa. Atividades de observação de aves em vida livre são realizadas nas dependências do parque, uma prática não formal de educação ambiental. Como consequência deste Trabalho de Conclusão de Curso, um guia de observação de aves com registros autorais foi elaborado, contendo informações acerca de algumas das aves encontradas no PZAC, objetivando sua utilização durante práticas futuras de educação ambiental que envolvam as aves do parque.