As prisões e o destino dos Jesuítas do Grão-Pará e Maranhão: narrativa apologética, paradigma de resistência ao anti-jesuitismo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Clio (Recife. Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/revistaclio/article/view/24157 |
Resumo: | O anti-jesuitismo constitui um fenômeno e um movimento religioso, cultural, sóciopolítico, a nível internacional. Um dos mais inexoráveis perseguidores da Companhia foi Sebastião José de Carvalho e Melo, que desencadeou uma feroz campanha anti-jesuítica, com influências internacionais. Após a sua caída, os jesuítas sobreviventes, dispersos pelos vários reinos, ensaiaram um processo de resistência ao anti-jesuitismo europeu com escritos. O objetivo deste artigo é examinar um destes escritos, a “Relação de algumas causas que succederão aos Religiosos da Companhia de Jesus no reyno de Portugal, nas suas prisões, desterros e carceres, [...] do anno 1759 athe o anno 1777, no reinado del Rey D. José I [...]”, de Lourenço Kaulen, inserindo-o no “processo de resistência ao anti-jesuitismo” (e a sua expressão mais violenta, a jesuitofobia), como tentativa dos ex-jesuítas sobreviventes de contraatacarem o imaginário mítico do “complot dos jesuítas” e do jesuitismo como sendo prejudicial à sociedade e fonte de toda sorte de malefícios. Kaulen inaugura um novo tipo de escrito, o “apologético-histórico”, modelo e paradigma para outros relatos e apologias filojesuíticas. O estilo retórico-apologético, com conotação fortemente emotivo-dramática, longe de marginalizar a inteligência crítica e o discernimento soberano do leitor, procurará recompor a dinâmica do esquema mental do sentir com dos Exercícios, levando-o ao discernimento do justo-injusto, leal desonesto, coerente-incoerente. Discernimento que adirará o emocional e se constituirá no caminho por excelência da práxis e do agir ético, isto é, na necessidade de reparação das injustiças feitas aos jesuítas. Através desta dinâmica, o autor estimulará a inteligência discernitiva do leitor, animando-o a deixar de ser um mero “ouvinte” passivo e inoperante, para ser agente de superação das injustiças e de restabelecimento da justiça, restabelecendo a honra da Companhia e a justiça aos jesuítas. Palavras chave: Anti-jesuitismo; Lourenço Kaulen; Companhia de Jesus |
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As prisões e o destino dos Jesuítas do Grão-Pará e Maranhão: narrativa apologética, paradigma de resistência ao anti-jesuitismoO anti-jesuitismo constitui um fenômeno e um movimento religioso, cultural, sóciopolítico, a nível internacional. Um dos mais inexoráveis perseguidores da Companhia foi Sebastião José de Carvalho e Melo, que desencadeou uma feroz campanha anti-jesuítica, com influências internacionais. Após a sua caída, os jesuítas sobreviventes, dispersos pelos vários reinos, ensaiaram um processo de resistência ao anti-jesuitismo europeu com escritos. O objetivo deste artigo é examinar um destes escritos, a “Relação de algumas causas que succederão aos Religiosos da Companhia de Jesus no reyno de Portugal, nas suas prisões, desterros e carceres, [...] do anno 1759 athe o anno 1777, no reinado del Rey D. José I [...]”, de Lourenço Kaulen, inserindo-o no “processo de resistência ao anti-jesuitismo” (e a sua expressão mais violenta, a jesuitofobia), como tentativa dos ex-jesuítas sobreviventes de contraatacarem o imaginário mítico do “complot dos jesuítas” e do jesuitismo como sendo prejudicial à sociedade e fonte de toda sorte de malefícios. Kaulen inaugura um novo tipo de escrito, o “apologético-histórico”, modelo e paradigma para outros relatos e apologias filojesuíticas. O estilo retórico-apologético, com conotação fortemente emotivo-dramática, longe de marginalizar a inteligência crítica e o discernimento soberano do leitor, procurará recompor a dinâmica do esquema mental do sentir com dos Exercícios, levando-o ao discernimento do justo-injusto, leal desonesto, coerente-incoerente. Discernimento que adirará o emocional e se constituirá no caminho por excelência da práxis e do agir ético, isto é, na necessidade de reparação das injustiças feitas aos jesuítas. Através desta dinâmica, o autor estimulará a inteligência discernitiva do leitor, animando-o a deixar de ser um mero “ouvinte” passivo e inoperante, para ser agente de superação das injustiças e de restabelecimento da justiça, restabelecendo a honra da Companhia e a justiça aos jesuítas. Palavras chave: Anti-jesuitismo; Lourenço Kaulen; Companhia de JesusUniversidade Federal de Pernambuco2010-03-28info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/revistaclio/article/view/24157CLIO: Historical Research Journal; Vol. 27 No. 1 (2009): Jan-Jun. Dossiê: Estudos Jesuíticos. Parte 1.CLIO: Revista de Investigación Histórica; Vol. 27 Núm. 1 (2009): Jan-Jun. Dossiê: Estudos Jesuíticos. Parte 1.CLIO: Revista de Pesquisa Histórica; v. 27 n. 1 (2009): Jan-Jun. Dossiê: Estudos Jesuíticos. Parte 1.2525-56490102-4736reponame:Clio (Recife. Online)instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEporhttps://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/revistaclio/article/view/24157/19599Copyright (c) 2018 .info:eu-repo/semantics/openAccessRodrigues, Luiz Fernando Medeiros2023-12-13T18:42:30Zoai:oai.periodicos.ufpe.br:article/24157Revistahttps://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaclio/indexPUBhttps://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaclio/oai||editorclio@gmail.com2525-56490102-4736opendoar:2023-12-13T18:42:30Clio (Recife. Online) - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
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