L’esthétique de l’inquiétante étrangeté dans le livre Mégapolis: les derniers pas du flâneur
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | fra |
Título da fonte: | Interfaces Brasil/Canadá (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/interfaces/article/view/7207 |
Resumo: | O objetivo deste artigo é abordar a obra Mégapolis: les derniers pas du flâneur de Régine Robin sob uma perspectiva psicanalítica, especificamente a partir da noção de “estranho” elaborada por S. Freud em um estudo homônimo, publicado em 1919. Nesse estudo, Freud se dedica à pesquisa sobre uma estética ligada ao ‘estranho’, uma estética que provoca no sujeito, exposto a uma situação cotidiana ou a uma obra de arte, um sentimento de ‘inquietante estranheza’. Mégapolis é uma obra literária de difícil categorização: ensaio, ensaio ficcional, romance, autoficção, relato de viagem, reportagem, guia cultural. Para articular essa obra à estética do estranho, foram selecionadas passagens em que a ficção se sobrepõe aos outros gêneros narrativos, sobretudo aquelas em que a personagem-narradora se depara com seu duplo privilegiado que é materializado na figura da ‘mulher que anda’ (La femme qui marche), obra do artista multimídia canadense Michael Snow. Essa figura é representada pela silhueta de um perfil de mulher recortada em cartolina. Em Mégapolis, a figura aparece subitamente durante as perambulações de Robin por cinco megalópoles. Seu surgimento inesperado provoca tanto na personagem como no leitor um desnorteamento. Primeiro porque rompe a linearidade da narrativa marcando a passagem de um gênero narrativo para outro; segundo porque a figura, que surge, persegue e assombra a personagem tornando-se seu duplo. Sustentaremos que a sensação provocada pelo surgimento do duplo em Mégapolis está ligada à estética do ‘estranho’ que pode ser experimentada diante uma obra ficcional. |
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L’esthétique de l’inquiétante étrangeté dans le livre Mégapolis: les derniers pas du flâneurL’esthétique de l’inquiétante étrangeté dans le livre Mégapolis: les derniers pas du flâneurL’esthétique de l’inquiétante étrangeté dans le livre Mégapolis: les derniers pas du flâneur.uncannydoublefictionRégine Robininquiétante étrangetédoublefictionRégine RobinestranhoduploficçãoRégine RobinO objetivo deste artigo é abordar a obra Mégapolis: les derniers pas du flâneur de Régine Robin sob uma perspectiva psicanalítica, especificamente a partir da noção de “estranho” elaborada por S. Freud em um estudo homônimo, publicado em 1919. Nesse estudo, Freud se dedica à pesquisa sobre uma estética ligada ao ‘estranho’, uma estética que provoca no sujeito, exposto a uma situação cotidiana ou a uma obra de arte, um sentimento de ‘inquietante estranheza’. Mégapolis é uma obra literária de difícil categorização: ensaio, ensaio ficcional, romance, autoficção, relato de viagem, reportagem, guia cultural. Para articular essa obra à estética do estranho, foram selecionadas passagens em que a ficção se sobrepõe aos outros gêneros narrativos, sobretudo aquelas em que a personagem-narradora se depara com seu duplo privilegiado que é materializado na figura da ‘mulher que anda’ (La femme qui marche), obra do artista multimídia canadense Michael Snow. Essa figura é representada pela silhueta de um perfil de mulher recortada em cartolina. Em Mégapolis, a figura aparece subitamente durante as perambulações de Robin por cinco megalópoles. Seu surgimento inesperado provoca tanto na personagem como no leitor um desnorteamento. Primeiro porque rompe a linearidade da narrativa marcando a passagem de um gênero narrativo para outro; segundo porque a figura, que surge, persegue e assombra a personagem tornando-se seu duplo. Sustentaremos que a sensação provocada pelo surgimento do duplo em Mégapolis está ligada à estética do ‘estranho’ que pode ser experimentada diante uma obra ficcional.This article aims at examining Régine Robin’s Mégapolis: les derniers pas du flâneur in a psychoanalytic perspective, with a particular focus on Freud’s notion of the “uncanny”, developed by him in a study published in 1919. In this study, Freud is dedicated to research on an aesthetics connected to the ‘uncanny’, that is, an aesthetics that makes someone experience an uncanny feeling when exposed to an everyday situation or a work of art. Mégapolis is a literary work hard to categorization: essay, fictional essay, novel, self-fiction, travel story, report, cultural guide. In order to articulate this work with the aesthetics of the ‘uncanny’, passages were selected in which fiction overlaps the other narrative genres, especially those ones where the (author-narrator) character is faced with her privileged double that is embodied in the figure of the “walking woman” (La femme qui marche). Work of art by the Canadian multimedia artist Michael Snow, this figure is represented by the silhouette of a woman’s profile cardboard cutout. In Mégapolis, the figure suddenly appears during Robin’s wanderings through five megalopolis. Its unexpected appearance causes both the character and the reader a certain numbness. First, because it breaks the linearity of the narrative, marking the passage of a narrative genre to another, and second, because the figure that appears pursues and haunts the character, becoming her double. In this article, we argue that the sensation caused by the emergence of the double in Mégapolis is connected to the aesthetics of the ‘uncanny’ which can be experienced before a work of fiction.Cet article a pour but d’aborder l’oeuvre Mégapolis: les derniers pas du flâneur de Régine Robin à partir de l’approche psychanalytique, spécifiquement de la notion d’inquiétante étrangeté développée par Freud dans une étude homonyme, parue en 1919. Dans cette étude, Freud se dédie à rechercher l’esthétique liée à l’inquiétante étrangeté, c’est-à-dire, une esthétique qui provoque chez le sujet un sentiment de désarroi. Mégapolis est un livre difficile à classer: essai, essai fictionnel, autofiction, récit de voyage, reportage, guide culturel. Pour l’analyser du point de vue de l’esthétique de l’inquiétante étrangeté, nous avons sélectionné des passages où la fiction prédomine sur les autres genres narratifs, surtout les passages où le personnage-narrateur se retrouve devant son double privilégié qui est matérialisé par la figure de La “Femme qui marche”, une oeuvre de l’artiste multimédia canadien Michael Snow. Cette figure est représentée par la silhouette d’un profil de femme découpé en carton. Dans le livreMégapolis, la figure surgit pendant les déambulations de Robin par cinq mégalopoles. Son apparition produit um certain trouble chez le personnage-narrateur et aussi chez le lecteur. D’abord parce que la linéarité de la narration est rompue, marquant le passage d’un genre narratif à l’autre; ensuite parce que la figure, qui surgit, poursuit et hante le personnage-narrateur en devenant son double. Nous allons soutenir que la sensation provoquée par l’apparition du double dans Mégapolis est liée à l’esthétique de l’inquiétante étrangeté qu’on peut expérimenter devant une oeuvre fictionnelle.Abecan2015-12-23info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/interfaces/article/view/720710.15210/interfaces.v12i1.7207Interfaces Brasil/Canadá; v. 12 n. 1 (2012); 119-132Interfaces, Brazil/Canada, Brazilian Journal of Canadian Studies; Vol. 12 No. 1 (2012); 119-132Interfaces, Brasil/Canadá; Vol. 12 Núm. 1 (2012); 119-132Interfaces, Brésil/Canadá; Vol. 12 No 1 (2012); 119-1321984-56771519-099410.15210/interfaces.v12i1reponame:Interfaces Brasil/Canadá (Online)instname:Associação Brasileira de Estudos Canadenses (ABECAN)instacron:UFPELfrahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/interfaces/article/view/7207/5025Copyright (c) 2015 Interfaces Brasil/Canadáinfo:eu-repo/semantics/openAccessMatias Freire, Silvana2019-11-11T00:09:30Zoai:ojs.ufpel:article/7207Revistahttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/interfaces/indexPUBhttps://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/interfaces/oai||interfaces.contato@outlook.com|| gunter@terra.com.br1984-56771519-0994opendoar:2019-11-11T00:09:30Interfaces Brasil/Canadá (Online) - Associação Brasileira de Estudos Canadenses (ABECAN)false |
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O objetivo deste artigo é abordar a obra Mégapolis: les derniers pas du flâneur de Régine Robin sob uma perspectiva psicanalítica, especificamente a partir da noção de “estranho” elaborada por S. Freud em um estudo homônimo, publicado em 1919. Nesse estudo, Freud se dedica à pesquisa sobre uma estética ligada ao ‘estranho’, uma estética que provoca no sujeito, exposto a uma situação cotidiana ou a uma obra de arte, um sentimento de ‘inquietante estranheza’. Mégapolis é uma obra literária de difícil categorização: ensaio, ensaio ficcional, romance, autoficção, relato de viagem, reportagem, guia cultural. Para articular essa obra à estética do estranho, foram selecionadas passagens em que a ficção se sobrepõe aos outros gêneros narrativos, sobretudo aquelas em que a personagem-narradora se depara com seu duplo privilegiado que é materializado na figura da ‘mulher que anda’ (La femme qui marche), obra do artista multimídia canadense Michael Snow. Essa figura é representada pela silhueta de um perfil de mulher recortada em cartolina. Em Mégapolis, a figura aparece subitamente durante as perambulações de Robin por cinco megalópoles. Seu surgimento inesperado provoca tanto na personagem como no leitor um desnorteamento. Primeiro porque rompe a linearidade da narrativa marcando a passagem de um gênero narrativo para outro; segundo porque a figura, que surge, persegue e assombra a personagem tornando-se seu duplo. Sustentaremos que a sensação provocada pelo surgimento do duplo em Mégapolis está ligada à estética do ‘estranho’ que pode ser experimentada diante uma obra ficcional. |
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