Crônica de um nascimento prorrogado: tendências do romance acadiano desde 1980.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Morency, Jean
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Interfaces Brasil/Canadá (Online)
Texto Completo: https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/interfaces/article/view/7060
Resumo: Na Acádia, como em outras pequenas coletividades caracterizadas pela exiguidade e fragilidade, a ascensão ao que Gilles Lipovetski (2004) denomina de hipermodernidade está em vias de modificar profundamente a relação com as formas tradicionais da cultura. Ela parece até mesmo precipitar o fim do livro, antes mesmo que ele seja realmente afirmado, desconstruindo-o no exato momento em que se elabora. Tomando por exemplo o romance quebequense, do qual se diz muitas vezes ter feito a economia da modernidade, saltando quase sem transição da tradição à pós-modernidade, o romance acadiano leva-nos a ver, embora rapidamente, a passagem que conduz do discurso tradicional, vivamente contestado pelos poetas urbanos dos anos 1970 e 1980, à pós-modernidade, esta última encarnada pelos romances de France Daigle e Jean Babineau, aqui estudados. Tal aceleração parece-me traduzir uma crise profunda do romance na sociedade acadiana contemporânea, ainda mais que essa passagem acelerada da tradição à pós-modernidade acompanha-se da pré-ciência e da constatação de uma impossibilidade do romance. Proponho, no texto a seguir, pincelar um quadro do romance na Acádia desde 1980, quadro que leva em conta os obstáculos estruturais e conjunturais que contribuíram para frear e impedir a emergência do gênero romanesco naquela região. France Daigle e Jean Babineau destacam-se nesse contexto particular. Résumé: En Acadie, comme dans les autres petites collectivités caractérisées par l’exiguïté et la fragilité, l’accession à ce que Gilles Lipovetski (2004) nomme l’hypermodernité est en voie de modifier profondément le rapport qui est entretenu avec les formes traditionnelles de la culture. Elle semble même y précipiter la fin du livre, mais avant même que ce dernier se soit réellement affirmé, le déconstruisant au moment même où il est en train de s’élaborer. À l’instar du roman québécois, dont on dit souvent qu’il a fait l’économie de la modernité, sautant presque sans transition de la tradition à la postmodernité, le roman acadien nous donne à voir, mais en accéléré, le passage menant du discours traditionnel, vivement contesté par les poètes urbains des années 1970 et 1980, à la postmodernité, cette dernière étant incarnée par les romans de France Daigle et Jean Babineau. Cette accélération me semble traduire une crise profonde du roman dans la société acadienne contemporaine, d’autant plus que ce passage accéléré de la tradition à la postmodernité s’accompagne de la prescience, voire du constat, d’une impossibilité du roman. Je me propose donc, dans le texte qui suit, de brosser un tableau du roman en Acadie depuis 1980, tableau faisant étant des obstacles structurels et conjoncturels qui ont contribué à freiner, voire à empêcher, l’émergence du genre romanesque en Acadie. Je me propose aussi de présenter deux romanciers contemporains, France Daigle et Jean Babineau, qui sont tenus de composer avec ce contexte particulier.Mots-clés: romans acadiens; conditions de production; romans de France Daigle; romans de Jean Babineau; identité acadienne. Abstract: This article traces the history of novels published in Acadie between 1980 and 2007. The article begins by outlining the way fiction production evolves during this period and describing certain significant characteristics, such as the prominence of historical novels and the place of experimental novels. In the second part, it catalogues the various structural and contingent obstacles that hinder the publication of Acadian fiction: Acadie’s small population, the marginal status of the Acadian novel in curricula, the predominance of poetry, the crisis of the novel in general. The third part of the article is a study of the work of two contemporary novelists, France Daigle and Jean Babineau, who deal with this particular context of production, as well as with the redefinition of Acadian identity taking place.Keywords: Acadian novels; production conditions; novels by France Daigle; novels by Jean Babineau; Acadian identity.
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Cette accélération me semble traduire une crise profonde du roman dans la société acadienne contemporaine, d’autant plus que ce passage accéléré de la tradition à la postmodernité s’accompagne de la prescience, voire du constat, d’une impossibilité du roman. Je me propose donc, dans le texte qui suit, de brosser un tableau du roman en Acadie depuis 1980, tableau faisant étant des obstacles structurels et conjoncturels qui ont contribué à freiner, voire à empêcher, l’émergence du genre romanesque en Acadie. Je me propose aussi de présenter deux romanciers contemporains, France Daigle et Jean Babineau, qui sont tenus de composer avec ce contexte particulier.Mots-clés: romans acadiens; conditions de production; romans de France Daigle; romans de Jean Babineau; identité acadienne. Abstract: This article traces the history of novels published in Acadie between 1980 and 2007. 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