ANÁLISE DE REPORTAGENS SOBRE O “CASO ROBINHO” A PARTIR DOS CONSTRUTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DE ESCALAS, ORDENS INDEXICAIS E ORDENS DE INDEXICALIDADE

• Autor(a) principal: Farias Vieira, Maicon
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Caderno de Letras (Pelotas. Online)
• Texto Completo: http://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/cadernodeletras/article/view/20719
• topic: Narrativas; performatividade; escalas sociolinguísticas; indexicalidade.

O presente trabalho fundamenta-se na busca de uma linguística cuja prática é voltada à vida social e repensa fenômenos sociolinguísticos. Objetiva-se analisar à luz da linguística da prática comunicativa (BLOMMAERT; RAMPTON, 2011), linguística aplicada crítica (RAJAGOPALAN, 2003, 2006) e linguística aplicada indisciplinar (MOITA LOPES, 2006a, 2006b) as performances narrativas presentes em reportagens sobre o chamado “Caso Robinho”. As performances narrativas foram construídas por Robinho, Falco e Gutierres, todos envolvidos direta ou indiretamente com o caso, e as reportagens foram publicadas nos sites Globo Esporte e UOL Esportes, em outubro de 2020. Para tanto, observam-se as performances, em especial, a partir dos construtos teórico-metodológicos de escalas, ordens indexicais e de ordens de indexicalidade, bem como os seus apontamentos na prática social. Como resultados são observados deslocamentos escalares negativos apontados por Falco, Gutierres e Robinho em relação à vítima do caso; ordens indexicais relativas a religiosidade e culpabilidade em relação a Robinho e, em relação à vítima, desqualificação e consentimento; e ordens de indexicalidade  “ela sabe que todos transaram com ela”, “esposa” e  “Deus vai dar vitória” que, respectivamente, apontam para a reconstrução do papel da vítima em culpada, a valorização da construção da mulher ocidental-cristã e julgamento pelas mãos divinas. Este trabalho enaltece, através dos construtos teórico-metodológicos escolhidos, as necessidades de análises linguísticas que se voltem a compreender a linguagem como prática social crítica e indisciplinar e suas suturas com as ciências sociais.