PASSAGENS: BENJAMIN, PARIS, BORGES, BUENOS AIRES

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cruz, Claudio Celso Alano da
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Caderno de Letras (Pelotas. Online)
Texto Completo: https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/cadernodeletras/article/view/8857
Resumo: Dando início ao projeto Passagens: Benjamin, Paris, Borges, Buenos Aires, e tendo como foco principal O Livro das Passagens, o que se pretende aqui é estabelecer um diálogo inicial entre a obra de Borges e a de Benjamin. Já contamos, neste sentido, com alguns aportes pioneiros de Ricardo Forster, Sylvia Molloy e Kate Jenckes. Como alguns comentadores de Benjamin já vêm chamando a atenção, o inacabamento d’O Livro das Passagens fez dele uma espécie de “obra aberta”, em conformidade com a célebre concepção proposta por Umberto Eco. Por outro lado, se é verdade, como dizia o próprio Borges, que a melhor forma de ler um livro é reescrevê-lo, reescrever O Livro das Passagens talvez seja a melhor forma de fazer jus a ele. Dada a riqueza de seus 4234 fragmentos, dispostos em 36 seções temáticas (konvoluts), essa obra incita-nos a criar nossa própria operação de montagem, conforme vêm propondo alguns comentadores de Benjamin. Na verdade, o livro sugere-nos mesmo a possibilidade de conceber nossos próprios arquivos temáticos, colecionando e reunindo fragmentos escolhidos por nós próprios, arquivos originais, abrindo perspectivas para outras e variadas montagens. Um caminho, entre tantos outros possíveis, seria estabelecer uma “passagem” entre a “central” Paris de Benjamin e a “periférica” Buenos Aires de Borges, a fim de constituir um arquivo à semelhança do por Benjamin, mas agora dedicado a Buenos Aires. A importância das cidades e dos autores para efeito de um estudo da modernidade ocidental é por demais evidente, e não seriam necessárias justificativas para aproximá-los, principalmente se houver uma intenção de melhor entender as tensões típicas do mundo contemporâneo, dividido entre centro e periferia, muito mais do que entre capitalismo e comunismo, como parecia para todos no século XX. Trata-se hoje, muito mais, de investigar as tensões Norte/Sul. Neste sentido, pode ser muito produtivo lançar um olhar benjaminiano a essa “Paris sul-americana”, que teve em Borges talvez o seu fruto mais precioso e contraditório.Palavras-chave: Missão do escritor; nação; identidade nacional; projeto literário.
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