LITERATURA PARA INFÂNCIA, ESCOLA, FAMÍLIA E BURGUESIA: NOTAS HISTÓRICAS E DISCUSSÕES NECESSÁRIAS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Grazioli, Fabiano Tadeu
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Caderno de Letras (Pelotas. Online)
Texto Completo: https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/cadernodeletras/article/view/19829
Resumo: No conjunto de temas necessários de retomada nos estudos da literatura infantil, com fins de propor a revisão ou a apropriação por novos pesquisadores de demandas teóricas fundamentais nos estudos da área está a complexa relação da escola com a literatura para a infância. A pesquisadora brasileira que mais contribuiu com a temática foi Regina Zilberman, haja vista publicações seminais da década de 1980 reeditadas nos últimos anos (2003, 2012), sozinha ou em parceria com Marisa Lajolo (1985, 2003). Esses estudos serão aqui colocados em diálogo com outros, tais como Philippe Ariès (1986) e Walther Benjamin (2002). A questão primária que se busca endossar por meio de uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa é de que a literatura infantil europeia, nos séculos XVIII e XIX, correspondia a uma demanda que se colocava à disposição do pensamento burguês, como um instrumento capaz de propagar enfaticamente o projeto político-ideológico daquela classe e incidia no emparelhamento (formal e temático) da produção da literatura produzida para a infância aos princípios da classe emergente. Também se investe em demonstrar que, mesmo antes de a literatura assumir tal função junto às crianças, a escola e a família, convocadas inicialmente para a mesma tarefa, apresentaram-se solícitas e, disponíveis para os arranjos que os novos tempos exigiam. Fica evidente, no estudo, as relações entre as instituições que assumiram a orientação dos pequenos fora do âmbito familiar: a escola, devotada ao pensamento burguês e a própria literatura produzida para a infância, que acabou por assimilar as coordenadas desse pensamento, das quais se tem esmerado para se desvencilhar, no Brasil, a partir da segunda década do século XX até o presente.
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