A política de defesa brasileira e a questão de gênero : entre presenças e ausências

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SCHWETHER, Natalia Diniz
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37994
Resumo: A defesa, entendida como um bem público, foi eleita como o foco deste trabalho. Nesse sentido, a defesa é uma atividade típica do Estado, que não pode ser delegada ao setor privado, uma vez que só é possível lográ-la mediante a intervenção da força estatal. As definições oficiais e os aspectos orientadores da defesa nacional são encontrados nos documentos centrais da área. A elaboração desses documentos e suas atualizações periódicas representam um grande avanço para a defesa brasileira. No entanto, apesar de abordarem os objetivos gerais e específicos da defesa, jamais foi feita menção às políticas relativas ao gênero. Considerando que o gênero é um dos aspectos que determina as interações humanas e que, ao revelar desigualdades historicamente e socialmente construídas, contribui para a transformação das instituições masculinas, incorporálo responde a demandas operacionais. Contudo, embora as questões de gênero apareçam com considerável frequência nas diretrizes e estratégias das grandes organizações, ele está ausente na defesa brasileira. Nessa perspectiva, essa pesquisa pretende entender qual o mecanismo levou a essa ausência. A partir do contexto brasileiro, em que a interrelação entre a instituição militar e a política se destacam mesmo com o fim do regime militar, as prerrogativas militares e os enclaves autoritários foram mantidos no aparato estatal. Assim, a tese proposta é de que, em uma tentativa de manter os valores e a ordem androcêntrica prevalecente na instituição, os militares influenciam a política, desde o processo de formação da agenda, perpassando a sua formulação, até a implementação. Ao longo desse processo os debates ficam limitados a questões seguras, enquanto as questões de gênero são descredenciadas e retardadas. Diante de uma audiência não envolvida e da falta de conhecimento dos líderes civis, aprova-se uma política de defesa que não se atém ao gênero. O process-tracing foi utilizado para auxiliar na identificação das etapas desse processo e nas razões para o surgimento do resultado, bem como suas condições e evidências. Portanto, ao conferir uma perspectiva de gênero à área de defesa, padrões pré-estabelecidos são expostos, estimulando uma reflexão por políticas mais igualitárias e modernização institucional. E mais, a pesquisa adentra uma área de estudos por muito tempo restrita aos próprios militares, com recente interesse civil e produção ainda incipiente.
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No entanto, apesar de abordarem os objetivos gerais e específicos da defesa, jamais foi feita menção às políticas relativas ao gênero. Considerando que o gênero é um dos aspectos que determina as interações humanas e que, ao revelar desigualdades historicamente e socialmente construídas, contribui para a transformação das instituições masculinas, incorporálo responde a demandas operacionais. Contudo, embora as questões de gênero apareçam com considerável frequência nas diretrizes e estratégias das grandes organizações, ele está ausente na defesa brasileira. Nessa perspectiva, essa pesquisa pretende entender qual o mecanismo levou a essa ausência. A partir do contexto brasileiro, em que a interrelação entre a instituição militar e a política se destacam mesmo com o fim do regime militar, as prerrogativas militares e os enclaves autoritários foram mantidos no aparato estatal. Assim, a tese proposta é de que, em uma tentativa de manter os valores e a ordem androcêntrica prevalecente na instituição, os militares influenciam a política, desde o processo de formação da agenda, perpassando a sua formulação, até a implementação. Ao longo desse processo os debates ficam limitados a questões seguras, enquanto as questões de gênero são descredenciadas e retardadas. Diante de uma audiência não envolvida e da falta de conhecimento dos líderes civis, aprova-se uma política de defesa que não se atém ao gênero. O process-tracing foi utilizado para auxiliar na identificação das etapas desse processo e nas razões para o surgimento do resultado, bem como suas condições e evidências. Portanto, ao conferir uma perspectiva de gênero à área de defesa, padrões pré-estabelecidos são expostos, estimulando uma reflexão por políticas mais igualitárias e modernização institucional. E mais, a pesquisa adentra uma área de estudos por muito tempo restrita aos próprios militares, com recente interesse civil e produção ainda incipiente.CAPESThis study focuses on defense, understood as a public good. In this sense, defense is an activity typical of the state, which cannot be delegated to the private sector because it is only possible with the intervention of the state force. The official definitions and guiding aspects of national defense are found in the core documents of this area. The preparation of these documents, as well as their periodic updates, are a major advance for Brazilian defense. However, despite addressing general and specific objectives of defense, no mention has ever been made of policies regarding gender. Considering that gender is one of the aspects that determines human interactions and that, by revealing historically and socially constructed inequalities, it contributes to the transformation of masculine institutions, incorporating it responds to global and operational demands. However, despite the fact that gender issues appear with considerable frequency in the directives and strategies of large organizations, it is absent in the documents of Brazilian defense. From this perspective, this study intends to understand which mechanism lead to this absence. Starting from the Brazilian context, in which the interrelationship between military institution and politics stand out, even with the end of military regime military prerogatives and authoritarian enclaves were maintained in the country’s apparatus. Thus, the proposed thesis is that, in order to maintain the values and the androcentric order prevailing in the institution, the military influence policies, from the process of agenda setting, to formulation and implementation. Throughout this process, discussions are limited to safe issues, while gender issues are discredited and delayed. In the face of an uninvolved hearing and the lack of knowledge of civil leaders, the defense policy approved did not give any attention to gender. In this sense, process tracing was used to identify the stages of the process and the reasons for the emergence of the outcome, as well as the conditions and the evidences that led to it. Therefore, by giving a gender perspective to the area of defense, pre-established patterns are challenged, stimulating a reflection on the need for more egalitarian policies and institutional modernization. In addition, we approach a study area that for a long time was restricted to the military, with only recent civilian interest and incipient production.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Ciencia PoliticaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/embargoedAccessCiência PolíticaEstadoBrasil – DefesaGêneroPolítica públicaA política de defesa brasileira e a questão de gênero : entre presenças e ausênciasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPECC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37994/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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