O resgate da política no pensamento de Hannah Arendt e Habermas: entre uma ética procedimental e uma ética do amor ao mundo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva Ferraz, Adilson
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000qbsm
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6408
Resumo: Este trabalho objetiva estudar o resgate da política a partir dos modelos de ética presentes nas filosofias de Hannah Arendt e Habermas. Os pressupostos políticos da antiguidade grega são utilizados por Arendt para articular seu exame das atividades humanas (vita activa/vita contemplativa) com uma filosofia política caracterizada pela busca de um sensus communis e de uma interação entre os homens que os permita estabelecer a política enquanto o novo e o imprevisível. Enquanto que Habermas, afastando-se da teoria crítica da escola de Frankfurt, desenvolve sua teoria da ação comunicativa adotando a ética formal kantiana e as contribuições advindas da virada lingüístico-pragmática como principais referenciais, construindo uma teoria procedimental do discurso que visa resgatar o caráter emancipatório da racionalidade. Ambos os pensadores fazem o diagnóstico do predomínio da violência e da instrumentalidade na esfera pública, contudo, divergem fundamentalmente quanto à própria compreensão da política. Habermas critica a distinção que Arendt faz entre poder e violência, pois a concepção de política livre de qualquer forma de violência decorrente desta dicotomia seria inaplicável e excêntrica. Como Habermas estabelece a dicotomia entre sistema e mundo da vida , que equivale à distinção arendtiana entre violência e poder, são os seus modelos de resgate da esfera política que lhes são decisivos. A teoria da ação comunicativa se apresenta sob a forma de um procedimentalismo vazio que mantém as contradições do sistema, enquanto que o republicanismo de Arendt, calcado na experiência da pólis e no desenvolvimento das virtudes cívicas, é idealista e carente de elementos que permitam uma maior aplicabilidade
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Enquanto que Habermas, afastando-se da teoria crítica da escola de Frankfurt, desenvolve sua teoria da ação comunicativa adotando a ética formal kantiana e as contribuições advindas da virada lingüístico-pragmática como principais referenciais, construindo uma teoria procedimental do discurso que visa resgatar o caráter emancipatório da racionalidade. Ambos os pensadores fazem o diagnóstico do predomínio da violência e da instrumentalidade na esfera pública, contudo, divergem fundamentalmente quanto à própria compreensão da política. Habermas critica a distinção que Arendt faz entre poder e violência, pois a concepção de política livre de qualquer forma de violência decorrente desta dicotomia seria inaplicável e excêntrica. Como Habermas estabelece a dicotomia entre sistema e mundo da vida , que equivale à distinção arendtiana entre violência e poder, são os seus modelos de resgate da esfera política que lhes são decisivos. 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