Variabilidade do efeito da estimulação transcraniana por corrente contínua na recuperação do membro superior parético de paciente pósacidente vascular encefálico: um estudo da influência dos fatores intrínsecos ao paciente, à doença e ao protocolo de estimulação

• Autor(a) principal: MACIEL, Adriana Baltar do Rêgo
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• dARK ID: ark:/64986/001300000vpt9
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33712
• topic: Acidente vascular cerebral; Atividade motora; Estimulação elétrica

A estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS, do inglês transcranial direct current stimulation) é uma ferramenta de neuromodulação com efeitos benéficos na recuperação motora do membro superior parético de pacientes pós acidente vascular encefálico (AVE). Apesar da evidência referente aos efeitos positivos da tDCS para recuperação neurofuncional de pacientes pós AVE, a variabilidade individual ao tratamento limita sua implementação na prática clínica. A presente tese apresenta dois artigos originais realizados a fim de auxiliar na compreensão da variabilidade da resposta terapêutica à tDCS em pacientes pós-AVE e assim guiar a tomada de decisão clínica. O estudo 1 se propôs se características clínicas e biológicas podem predizer os efeitos da tDCS na recuperação motora do membro superior parético de pacientes pós AVE. Por meio de uma análise de regressão que incluiu diferentes fatores que poderiam influenciar na resposta a tDCS. Este estudo demonstrou que apenas o comprometimento motor (mensurado pela escala de Fugl Meyer - EFM) foi um fator preditivo. Nesse contexto, esse achado pode guiar a decisão clínica de acordo com o perfil de cada paciente. O segundo estudo foi um ensaio clínico randomizado, sham controlado e duplo-cego realizado com pacientes pós-AVE, cujo objetivo foi investigar se o grau de recuperação sensória motora do membro superior parético de pacientes pós AVE diferentes níveis de comprometimento motor é dependente do protocolo de tDCS. Cinquenta e sete pacientes foram alocados em dois estratos de acordo com nível de comprometimento motor avaliado pela EFM: estrado leve a moderado (EFM> 19) e estrato grave (EFM<19). Posteriormente, para cada estrato os pacientes foram randomizados nos seguintes grupos: tDCS anódica no hemisfério lesionado; tDCS catódica no hemisfério não lesionado; tDCS sham. Após a estimulação, os pacientes de todos os grupos foram submetidos a 45 minutos de fisioterapia neurofuncional. Foram realizadas 10 sessões terapêuticas (5x por semana). A recuperação funcional do membro superior foi mensurada através da: (i) EFM (medida de desfecho primário), (ii) Motor activity log – MAL 30 e (iii) Medida de independência funcional (MIF). As avaliações foram realizadas antes do início do tratamento e após as 10 sessões. Os achados do segundo estudo demonstraram que o comprometimento motor poderia influenciar a resposta da tDCS. Considerando o protocolo de tDCS, a tDCS anódica promove a recuperação sensório-motora e parece ser a primeira opção de protocolo para recuperação pós-AVE para comprometimento motor leve/moderado. Para o comprometimento motor grave, a tDCS catódica promoveu a recuperação sensório-motora.