Poder e resistência na gestão ordinária de uma organização da sociedade civil (OSC) de Caruaru-PE : uma análise certeauniana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MORAIS, Wilson Mike
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000wdfb
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/42954
Resumo: A pesquisa objetivou compreender como se apresentam as relações de poder/saber e as práticas de resistência na gestão ordinária de uma Organização da Sociedade Civil (OSC) de Caruaru-PE. Utilizamos o conceito de “gestão ordinária”, pois buscamos entender como a gestão da entidade realmente acontece, para além dos processos formalizados. Discutimos, ainda, o conceito de “cotidiano ordinário”, de Michel de Certeau, composto de histórias e operações heterogêneas, em que os sujeitos se utilizam de estratégias e táticas para sua produção e reprodução. Utilizamos a ideia de “poder relacional”, inspirado em Michel Foucault, para entender como, por meio das relações, o poder é permeado/expresso na estrutura social. Como metodologia para operacionalizar a pesquisa utilizamos observações participantes, pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas, ao acessar a organização pesquisada. Os achados foram tratados de forma interpretativista, por meio da tríade hermenêutica da análise narrativa apontada por Barbara Czarniawska. Alicerçados nessa discussão, os achados da pesquisa demonstraram que a entidade possui uma infinidade de práticas ordinárias, que são constituídas por meio dos praticantes que dela fazem parte. Acessamos onze práticas cotidianas que nos possibilitaram perceber que os sujeitos fazem uso de diversas estratégias e táticas certeaunianas, ao construírem suas “maneiras de fazer”. Portanto, ocupam lugares e espaços (CERTEAU, 1998), diferentes, pois o cotidiano é rico de possibilidades de subversão às normas impostas, pelo fato dos sujeitos, em determinados momentos, mesmo que momentâneos, estarem numa posição de produção e/ou consumo. Destacamos a prática da resistência, da educação popular, enquanto principal inspiração para a educação, além da “lógica de ação” (CERTEAU, 1985), de uma gestão participativa e descentralizada. Constatamos estratégias e táticas (CERTEAU, 1998), relacionadas ao ensino e à organização das aulas da Educação Infantil e das oficinas de arte educação, ao planejamento cotidiano dos/as profissionais, à prática de cozinhar e, consequentemente, a todo o cotidiano ordinário da organização estudada. Constatamos relações de poder/saber, principalmente, em relação aos saberes/fazeres práticos construídos ao longo de suas trajetórias pessoais e profissionais, presentes em todos/as os/as profissionais. Contudo, dois deles/as tiveram destaque por ocupar um lugar privilegiado na entidade. Finalmente, contribuímos teoricamente ao enxergar que as narrativas dos sujeitos ordinários e suas práticas cotidianas são importantes, ao pensar gestão, essencialmente, por analisarmos outras racionalidades possíveis e particularidades da realidade local de uma OSC do agreste pernambucano.
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Como metodologia para operacionalizar a pesquisa utilizamos observações participantes, pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas, ao acessar a organização pesquisada. Os achados foram tratados de forma interpretativista, por meio da tríade hermenêutica da análise narrativa apontada por Barbara Czarniawska. Alicerçados nessa discussão, os achados da pesquisa demonstraram que a entidade possui uma infinidade de práticas ordinárias, que são constituídas por meio dos praticantes que dela fazem parte. Acessamos onze práticas cotidianas que nos possibilitaram perceber que os sujeitos fazem uso de diversas estratégias e táticas certeaunianas, ao construírem suas “maneiras de fazer”. Portanto, ocupam lugares e espaços (CERTEAU, 1998), diferentes, pois o cotidiano é rico de possibilidades de subversão às normas impostas, pelo fato dos sujeitos, em determinados momentos, mesmo que momentâneos, estarem numa posição de produção e/ou consumo. Destacamos a prática da resistência, da educação popular, enquanto principal inspiração para a educação, além da “lógica de ação” (CERTEAU, 1985), de uma gestão participativa e descentralizada. Constatamos estratégias e táticas (CERTEAU, 1998), relacionadas ao ensino e à organização das aulas da Educação Infantil e das oficinas de arte educação, ao planejamento cotidiano dos/as profissionais, à prática de cozinhar e, consequentemente, a todo o cotidiano ordinário da organização estudada. Constatamos relações de poder/saber, principalmente, em relação aos saberes/fazeres práticos construídos ao longo de suas trajetórias pessoais e profissionais, presentes em todos/as os/as profissionais. Contudo, dois deles/as tiveram destaque por ocupar um lugar privilegiado na entidade. Finalmente, contribuímos teoricamente ao enxergar que as narrativas dos sujeitos ordinários e suas práticas cotidianas são importantes, ao pensar gestão, essencialmente, por analisarmos outras racionalidades possíveis e particularidades da realidade local de uma OSC do agreste pernambucano.The objective of the research is to understand how the power/knowledge relations and resistance practices happen in the ordinary management of a Civil Society Organization (CSO) in Caruaru-PE. We use the concept of “ordinary management”, because we seek to understand how the entity's management realy happens, beyond the formalized processes. We also discuss the concept of “ordinary everyday life”, by Michel de Certeau, composed of heterogeneous stories and operations, in which the subjects use strategies and tactics for their production and reproduction. We use the idea of “relational power”, inspired by Michel Foucault, to understand how, through relationships, power is permeated/expressed in the social structure. As a methodology to operationalize the research, we used participant observations, documentary research and semi-structured interviews, when accessing the researched organization. The findings were treated in an interpretivist way, through the hermeneutic triad of narrative analysis, pointed out by Barbara Czarniawska. Based on this discussion, the research findings showed that the entity has an infinity of ordinary practices, which are constituted by the practitioners who are part of the organization. We accessed eleven everyday practices that enabled us to perceive that the subjects make use of various Certeaunian strategies and tactics, when are constituting their “ways of doing”. Therefore, they occupy different places and spaces (CERTEAU, 1998), different because everyday life is rich in possibilities of subversion of imposed norms, due to the fact that individuals, at certain moments, even if momentary, are in a position of production and/or consumption. We highlight the practice of resistance, of popular education, as the main inspiration for education, in addition to the “logic of action” (CERTEAU, 1985), of participatory and decentralized management. We found strategies and tactics (CERTEAU, 1998), related to the teaching and organization of chil education classes and art education workshops, to the everyday planning of professionals, to the practice of cooking and, consequently, to the all ordinary everyday life of organization studied. We found relations of power/knowledge, mainly, in relation of the practical knowledge/doings built along their personal and professional trajectories, present in all professionals. However, two of them stood out for occupying a privileged place in the entity. Finally, we theoretically contribute by seeing that the narratives of ordinary subjects and their everyday practices are important, when thinking about management, essentially, for analyzing other possible rationalities and particularities of the local reality of a CSO in the Agreste of Pernambuco.porUniversidade Federal de PernambucoPPrograma de Pós-Graduação em Gestão, Inovação e ConsumoUFPEBrasilAssociações sem fins lucrativosOrganizações não-governamentais - AdministraçãoPoder (Ciências Sociais)Educação popularPoder e resistência na gestão ordinária de uma organização da sociedade civil (OSC) de Caruaru-PE : uma análise certeaunianainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALDISSERTAÇÃO Wilson Mike Morais.pdfDISSERTAÇÃO Wilson Mike Morais.pdfapplication/pdf1822203https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/42954/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Wilson%20Mike%20Morais.pdf5eec20c1d5fca5a074536f3b08c09583MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82142https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/42954/2/license.txt6928b9260b07fb2755249a5ca9903395MD52TEXTDISSERTAÇÃO Wilson Mike Morais.pdf.txtDISSERTAÇÃO Wilson Mike Morais.pdf.txtExtracted texttext/plain274402https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/42954/3/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Wilson%20Mike%20Morais.pdf.txtaf5afab246c56fcf3d08ff0bc8b6b9bcMD53THUMBNAILDISSERTAÇÃO Wilson Mike Morais.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Wilson Mike Morais.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1190https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/42954/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Wilson%20Mike%20Morais.pdf.jpg5e0c81c4d53b07e307f5fd70d212c7e0MD54123456789/429542022-02-22 02:14:54.95oai:repositorio.ufpe.br:123456789/42954VGVybW8gZGUgRGVww7NzaXRvIExlZ2FsIGUgQXV0b3JpemHDp8OjbyBwYXJhIFB1YmxpY2HDp8OjbyBkZSBEb2N1bWVudG9zIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBEaWdpdGFsIGRhIFVGUEUKIAoKRGVjbGFybyBlc3RhciBjaWVudGUgZGUgcXVlIGVzdGUgVGVybW8gZGUgRGVww7NzaXRvIExlZ2FsIGUgQXV0b3JpemHDp8OjbyB0ZW0gbyBvYmpldGl2byBkZSBkaXZ1bGdhw6fDo28gZG9zIGRvY3VtZW50b3MgZGVwb3NpdGFkb3Mgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRSBlIGRlY2xhcm8gcXVlOgoKSSAtICBvIGNvbnRlw7pkbyBkaXNwb25pYmlsaXphZG8gw6kgZGUgcmVzcG9uc2FiaWxpZGFkZSBkZSBzdWEgYXV0b3JpYTsKCklJIC0gbyBjb250ZcO6ZG8gw6kgb3JpZ2luYWwsIGUgc2UgbyB0cmFiYWxobyBlL291IHBhbGF2cmFzIGRlIG91dHJhcyBwZXNzb2FzIGZvcmFtIHV0aWxpemFkb3MsIGVzdGFzIGZvcmFtIGRldmlkYW1lbnRlIHJlY29uaGVjaWRhczsKCklJSSAtIHF1YW5kbyB0cmF0YXItc2UgZGUgVHJhYmFsaG8gZGUgQ29uY2x1c8OjbyBkZSBDdXJzbywgRGlzc2VydGHDp8OjbyBvdSBUZXNlOiBvIGFycXVpdm8gZGVwb3NpdGFkbyBjb3JyZXNwb25kZSDDoCB2ZXJzw6NvIGZpbmFsIGRvIHRyYWJhbGhvOwoKSVYgLSBxdWFuZG8gdHJhdGFyLXNlIGRlIFRyYWJhbGhvIGRlIENvbmNsdXPDo28gZGUgQ3Vyc28sIERpc3NlcnRhw6fDo28gb3UgVGVzZTogZXN0b3UgY2llbnRlIGRlIHF1ZSBhIGFsdGVyYcOnw6NvIGRhIG1vZGFsaWRhZGUgZGUgYWNlc3NvIGFvIGRvY3VtZW50byBhcMOzcyBvIGRlcMOzc2l0byBlIGFudGVzIGRlIGZpbmRhciBvIHBlcsOtb2RvIGRlIGVtYmFyZ28sIHF1YW5kbyBmb3IgZXNjb2xoaWRvIGFjZXNzbyByZXN0cml0bywgc2Vyw6EgcGVybWl0aWRhIG1lZGlhbnRlIHNvbGljaXRhw6fDo28gZG8gKGEpIGF1dG9yIChhKSBhbyBTaXN0ZW1hIEludGVncmFkbyBkZSBCaWJsaW90ZWNhcyBkYSBVRlBFIChTSUIvVUZQRSkuCgogClBhcmEgdHJhYmFsaG9zIGVtIEFjZXNzbyBBYmVydG86CgpOYSBxdWFsaWRhZGUgZGUgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgYXV0b3IgcXVlIHJlY2FlbSBzb2JyZSBlc3RlIGRvY3VtZW50bywgZnVuZGFtZW50YWRvIG5hIExlaSBkZSBEaXJlaXRvIEF1dG9yYWwgbm8gOS42MTAsIGRlIDE5IGRlIGZldmVyZWlybyBkZSAxOTk4LCBhcnQuIDI5LCBpbmNpc28gSUlJLCBhdXRvcml6byBhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFBlcm5hbWJ1Y28gYSBkaXNwb25pYmlsaXphciBncmF0dWl0YW1lbnRlLCBzZW0gcmVzc2FyY2ltZW50byBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHBhcmEgZmlucyBkZSBsZWl0dXJhLCBpbXByZXNzw6NvIGUvb3UgZG93bmxvYWQgKGFxdWlzacOnw6NvKSBhdHJhdsOpcyBkbyBzaXRlIGRvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBEaWdpdGFsIGRhIFVGUEUgbm8gZW5kZXJlw6dvIGh0dHA6Ly93d3cucmVwb3NpdG9yaW8udWZwZS5iciwgYSBwYXJ0aXIgZGEgZGF0YSBkZSBkZXDDs3NpdG8uCgogClBhcmEgdHJhYmFsaG9zIGVtIEFjZXNzbyBSZXN0cml0bzoKCk5hIHF1YWxpZGFkZSBkZSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBhdXRvciBxdWUgcmVjYWVtIHNvYnJlIGVzdGUgZG9jdW1lbnRvLCBmdW5kYW1lbnRhZG8gbmEgTGVpIGRlIERpcmVpdG8gQXV0b3JhbCBubyA5LjYxMCBkZSAxOSBkZSBmZXZlcmVpcm8gZGUgMTk5OCwgYXJ0LiAyOSwgaW5jaXNvIElJSSwgYXV0b3Jpem8gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIGEgZGlzcG9uaWJpbGl6YXIgZ3JhdHVpdGFtZW50ZSwgc2VtIHJlc3NhcmNpbWVudG8gZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBwYXJhIGZpbnMgZGUgbGVpdHVyYSwgaW1wcmVzc8OjbyBlL291IGRvd25sb2FkIChhcXVpc2nDp8OjbykgYXRyYXbDqXMgZG8gc2l0ZSBkbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gRGlnaXRhbCBkYSBVRlBFIG5vIGVuZGVyZcOnbyBodHRwOi8vd3d3LnJlcG9zaXRvcmlvLnVmcGUuYnIsIHF1YW5kbyBmaW5kYXIgbyBwZXLDrW9kbyBkZSBlbWJhcmdvIGNvbmRpemVudGUgYW8gdGlwbyBkZSBkb2N1bWVudG8sIGNvbmZvcm1lIGluZGljYWRvIG5vIGNhbXBvIERhdGEgZGUgRW1iYXJnby4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212022-02-22T05:14:54Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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