Modelos espaciais aplicadas ao mercado habitacional um estudo de caso para cidade do Recife
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Data de Publicação: | 2003 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3833 |
Resumo: | Este trabalho mostra a importância da utilização da metodologia denominada Modelagem por Econometria Espacial nos estudos dos fenômenos relacionados à economia regional e urbana, em particular na interpretação do comportamento do mercado habitacional. Nas análises empíricas realizadas, com o objetivo de estimar uma Função de Demanda por Habitação para a cidade do Recife, com base em informações do Censo Demográfico (2000) e dados de imóveis financiados pela Caixa Econômica Federal, verificaram-se fortes indícios de dependência espacial em todas as variáveis econômicas exploradas, comprovando-se, desta forma, que somente os Modelos Espaciais podem fornecer estimativas confiáveis, caracterizadas pela não tendenciosidade, eficiência e consistência. A superioridade destes modelos em relação aos estimados pela Econometria Tradicional também foi comprovada pelos critérios de Akaike e Schwartz. Verifica-se que a maneira de considerar a questão espacial, em função de distâncias da habitação a pólos de influência ou dividindo o espaço em regiões, como vem ocorrendo corriqueiramente na literatura, não é capaz de explicar completamente o comportamento da demanda por habitação, uma vez que existe uma verdadeira interação espacial entre os dados amostrais, de forma que cada edifício funciona com um micro-pólo de influência sobre os seus vizinhos. Neste caso, mostra-se que a melhor alternativa para interpretação do comportamento do mercado habitacional é através do Modelo de Defasagem Espacial, em que a variável defasada espacialmente, que capta todas as interações espaciais, serve como proxy para variáveis locacionais não consideradas explicitamente no modelo. Pode-se comprovar que as equações de demanda tradicionalmente estimadas, sem levar em conta os efeitos de dependência espacial, podem gerar resultados tendenciosos, como mostrado no capítulo 7, onde a elasticidade-preço pelo Modelo Tradicional representa menos de 50% da estimativa realizada pelo Modelo Espacial, além de alterações significativas nas significâncias dos parâmetros, como o da elasticidade-preço que teve redução de 17% (Modelo Tradicional) para um valor próximo de zero (Modelo Espacial). Observa-se que fatos como estes podem levar o pesquisador a conclusões equivocadas. Este trabalho mostra ainda que a conjugação da metodologia de Krigeagem e da metodologia desenvolvida por Anselin (1988) pode ser muito útil, principalmente na identificação de centralidades urbanas e na montagem da matriz de pesos espaciais, na medida em que o alcance do variograma fornece o raio de influência da dependência espacial entre os dados. Esta matriz tem sido montada geralmente de maneira ad hoc, em função do conhecimento que o pesquisador detém do mercado. Finalmente, conclui-se que, devido à grande probabilidade da presença de dependência espacial no mercado habitacional, as análises até então realizadas sobre o seu comportamento, pela metodologia tradicional, podem apresentar conclusões enganosas, atribuindo-se mais uma razão para a grande volatilidade que existe nas estimativas das elasticidades renda e preço da demanda por habitação no mundo: a não consideração dos efeitos espaciais |
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Nas análises empíricas realizadas, com o objetivo de estimar uma Função de Demanda por Habitação para a cidade do Recife, com base em informações do Censo Demográfico (2000) e dados de imóveis financiados pela Caixa Econômica Federal, verificaram-se fortes indícios de dependência espacial em todas as variáveis econômicas exploradas, comprovando-se, desta forma, que somente os Modelos Espaciais podem fornecer estimativas confiáveis, caracterizadas pela não tendenciosidade, eficiência e consistência. A superioridade destes modelos em relação aos estimados pela Econometria Tradicional também foi comprovada pelos critérios de Akaike e Schwartz. Verifica-se que a maneira de considerar a questão espacial, em função de distâncias da habitação a pólos de influência ou dividindo o espaço em regiões, como vem ocorrendo corriqueiramente na literatura, não é capaz de explicar completamente o comportamento da demanda por habitação, uma vez que existe uma verdadeira interação espacial entre os dados amostrais, de forma que cada edifício funciona com um micro-pólo de influência sobre os seus vizinhos. Neste caso, mostra-se que a melhor alternativa para interpretação do comportamento do mercado habitacional é através do Modelo de Defasagem Espacial, em que a variável defasada espacialmente, que capta todas as interações espaciais, serve como proxy para variáveis locacionais não consideradas explicitamente no modelo. Pode-se comprovar que as equações de demanda tradicionalmente estimadas, sem levar em conta os efeitos de dependência espacial, podem gerar resultados tendenciosos, como mostrado no capítulo 7, onde a elasticidade-preço pelo Modelo Tradicional representa menos de 50% da estimativa realizada pelo Modelo Espacial, além de alterações significativas nas significâncias dos parâmetros, como o da elasticidade-preço que teve redução de 17% (Modelo Tradicional) para um valor próximo de zero (Modelo Espacial). Observa-se que fatos como estes podem levar o pesquisador a conclusões equivocadas. Este trabalho mostra ainda que a conjugação da metodologia de Krigeagem e da metodologia desenvolvida por Anselin (1988) pode ser muito útil, principalmente na identificação de centralidades urbanas e na montagem da matriz de pesos espaciais, na medida em que o alcance do variograma fornece o raio de influência da dependência espacial entre os dados. 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